sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dica de Culinária!!!


Na miúda, chefs usam ingredientes polêmicos e baratos em pratos finos 
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Fernanda Meneguetti
Colaboração para o UOL, em São Paulo

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Trocando em miúdos: pratos com fígado, moela e timo ganham roupagem chique7 fotos

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O chef Diogo Silveira, tem um fraco por miúdos e não teme a resistência dos comensais. Tanto que em seu Lambe-Lambe serve uma polêmica panelinha de jiló com fígado. Já no MoDi, ele serve língua de boi com molho de vinho e purê de batatas. "É uma receita muito especial para mim, com um grau alto de dificuldade para cozinhar, mas vale a pena". Clique no MAIS para ver a receitaVEJA MAIS >Imagem: Divulgação
Redescobrir partes esquecidas de carne tornou-se uma tendência ligeiramente glamourosa na gastronomia e ela inclui comer – com gosto – pé, fígado, glândulas e outros pedacinhos de porco, boi e aves. A moda é discreta, mas os pratos são puro charme.
Um exemplo? O sscalope de fígado kobe na redução de vinagre balsâmico. A receita é do restaurante paulistano Bistrot de Paris: "Usar ao máximo um ingrediente faz parte do DNA da cozinha francesa. Imagine um gado caro, de qualidade -  como desperdiçar o fígado?", justifica Alain Poletto, que ainda agregou uma rabada ao menu e uma salada de pato que inclui uma coxa, terrine do fígado (de foie gras), presunto cru (ou um magret curado em fatias) e moelas."As velhas receitas, que nossos avós faziam, começam a voltar e às vezes ganham um ar mais chique para convencer o cliente a provar, a permitir se deliciar", complementa ele.
Nem só de bife se vive
Mais do que levar as vísceras ao centro das atenções, sua constância cada vez maior na cena gastronômica de São Paulo reforça a filosofia do fim do desperdício.

Chef do Açougue Central, mais nova casa do Grupo D.O.M. (que tem Alex Atala entre os sócios), Alejandro Peyrou também serve carnes como músculo, coxão duro e patinho para mostrar que não existe carne de segunda, que a nobreza pode vir de um bom preparo e da associação a bons ingredientes. "Aqui, utilizamos o timo para fechar o ciclo do aproveitamento total do boi", conta Alejandro, que passou a vida toda comendo a glândula tão comum e apreciada na Argentina.
"A cozinha rústica e os ingredientes mais acessíveis são sinônimos de bem-estar em tempos econômicos difíceis", lembra Diogo Silveira, à frente do italiano MoDí. Com toda razão. Afinal, em um açougue em que o quilo do filé mignon beira R$ 40, o fígado mal ultrapassa R$ 13, ou seja, um terço do valor.
Para além do preconceito à mesa com esse e outros órgãos, há o preponderante da vida moderna: "Hoje ninguém consegue levar três dias para fazer um prato. No restaurante, é possível. Um caldo pode reduzir por dias, uma carne mais resistente cozinhar em fogo baixo por horas a fio e há um arsenal incrível de temperos de qualidade que permitem incorporar qualquer miúdo em um menu", explica Alain Poletto.
Soma-se aí o fato que não é qualquer supermercado, feira ou casa de carnes que vende língua, moela e bochecha. Falando na língua de boi, especificamente, acaba sendo mais fácil e sedutor ir ao Maní e prová-la com tutano e pupunha ou aoFasano e comer a de boi wagyu (mesmo do kobe beef) desmanchando em molho de vinho sobre um purê de cenoura e batata, certo? Provas cabais de aquilo que não é "nobre" não precisa apenas encher linguiça.

Nosso Gírio de Notícias!!!

Secretária fez parte de 'articulação criminosa', diz Procuradoria

Foto:Evaristo SA/AFP
Brazil's acting President Michel Temer (R) and National Secretary of Policy for Women Fatima Pelaes are pictured during a meeting with the secretaries of security of Brazilian states, in Brasilia, on May 31, 2016. Temer proposed a 'joint effort' to 'ban' violence against women following two gang rapes of teenage girls including one in Rio de Janeiro supposedly involving 30 men that was filmed and posted online and that has shocked Brazil. / AFP PHOTO / EVARISTO SA ORG XMIT: ESA1169
A indicada para a Secretaria de Políticas para as mulheres, Fátima Pelaes, com Michel Temer
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Prestes a assumir a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ex-deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP)é apontada em investigação do Ministério Público Federal como integrante de uma "articulação criminosa" para desviar R$ 4 milhões de suas emendas parlamentares.
Um relatório da Procuradoria-Geral da República dá mais detalhes da suspeita de envolvimento dela no esquema desmantelado pela Operação Voucher, em 2011.
Na época, o nome de Pelaes foi citado no escândalo ligado a uma ONG fantasma que havia celebrado convênio com o Ministério do Turismo dois anos antes.
Sua nomeação para a Secretaria das Mulheres, vinculada ao Ministério da Justiça, está prevista para ocorrer nos próximos dias, mas ela já participou de reuniões no governo de Michel Temer.
O inquérito aberto em 2013 pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi devolvido à Justiça Federal do Amapá no ano passado depois que Pelaes deixou de ser deputada. As investigações estão em andamento. Os sigilos fiscal, bancário e telefônico de Pelaes foram quebrados.
Nos autos está o pedido de abertura de investigação feito em 30 de novembro de 2012 pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Toda essa articulação criminosa contou com a participação da deputada federal Fátima Pelaes, que constantemente se reunia com servidores do Ministério do Turismo para agilizar a liberação das verbas do convênio", diz o documento.
Segundo a investigação, Pelaes indicou uma ONG fantasma chamada Ibrasi para receber R$ 4 milhões de suas emendas para promover o turismo no Amapá. Na época, quatro depoimentos a apontaram como beneficiária de parte do dinheiro.
Segundo a PGR, "é razoável supor que o objeto inicial da celebração do convênio era o desvio e a apropriação dos R$ 4 milhões". "A parlamentar [Pelaes] teria ainda escolhido as pessoas que ministrariam os cursos oferecidos no âmbito do convênio, que aparentemente sequer foram realizados", diz a Procuradoria.
"Tais pessoas teriam sido selecionadas para que, caso fosse apurada a não realização dos cursos, pudessem falsamente testemunhar afirmando terem efetivamente trabalhado", ressalta.
Questionada pela Folha, Pelaes respondeu, por meio da assessoria: "Eu confio no trabalho da polícia e da Justiça e estou tranquila de que tudo será esclarecido".
A Operação Voucher expediu 38 mandados de prisão em agosto de 2011 e o caso de Pelaes foi remetido ao STF por causa do foro privilegiado.
A investigação partiu de uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) apontando que a ONG não tinha condições mínimas de executar o contrato. Listas de prestadores de serviço, por exemplo, foram "forjadas mediante a participação de empresas fantasmas".
Ações penais tramitam desde 2011 na Justiça Federal no Amapá contra pessoas vinculadas à ONG e ao Ministério do Turismo na época da celebração do convênio.
O inquérito sobre Fátima Pelaes poderá se transformar em denúncia à Justiça ou ser arquivado. 



Estudo prova ser possível criação de vacina anticâncer
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Fábio de Castro
Em São Paulo
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  • Shutterstock
Cientistas da Alemanha e da Holanda descreveram uma nova estratégia de vacinação contra o câncer capaz de atacar os tumores, colocando em ação mecanismos do sistema imunológico que normalmente são acionados contra infecções virais.

O estudo, publicado na quarta-feira, 1º, na revista Nature, mostra que a vacina induziu o sistema imunológico a responder fortemente contra tumores em camundongos e em três pacientes humanos com melanoma avançado. Segundo os autores, a estratégia é um grande passo para o futuro desenvolvimento de uma vacina universal para tratamento imunoterápico de câncer.

A vacina tem por base nanopartículas de RNA tumoral, isto é, os cientistas injetaram nos pacientes moléculas de RNA do tumor criadas em laboratório e envoltas em uma membrana de gordura. Depois de entrar nas células, as nanopartículas liberam o RNA tumoral, que funciona como um antígeno, ou seja, disparam o mecanismo que defende o corpo humano de invasões virais, redirecionando-o para identificar e atacar as células tumorais.
As nanopartículas carregam o RNA tumoral diretamente para os glóbulos brancos que protegem o corpo de micróbios invasores, acionando as células T, que induzem células tumorais à autodestruição.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Contra barriga, Globo vai fazer novelas mais curtas e com capítulos menores

ARTUR MENINEA/GLOBO
Flávia Alessandra em cena de Eta Mundo Bom!: personagem já foi duas vezes ao altar - Artur Meninea/Globo
Flávia Alessandra em cena de Eta Mundo Bom!: personagem já foi duas vezes ao altar
DANIEL CASTRO - Publicado em 02/06/2016, às 05h32
No ar desde janeiro, Eta Mundo Bom! é uma espécie em extinção. A novela das seis da Globo será a última, ou uma das últimas, a ter mais de 190 capítulos. A emissora decidiu que, a partir de 2017, suas novelas terão menos episódios, que por sua vez serão mais curtos. A meta é que as tramas não ultrapassem 160 capítulos, limitados a 35 minutos de arte (sem contar intervalos) às 18h, a 40 minutos às 19h30 e a 50 minutos na faixa das 21h, horário em que costumam chegar a uma hora e meia quando a trama faz sucesso.
O objetivo é melhorar a qualidade das produções e de trabalho de seus profissionais. Com menos capítulos, as novelas ficarão mais enxutas, sem barrigas, como são chamadas as fases em que nada acontece de relevante e que situações são repetidas. Haverá mais novelas em produção, com elencos menores. Com capítulos mais curtos, a emissora gastará menos tempo com gravações, os autores trabalharão um pouco menos e os atores terão mais tempo para decorar seus textos.
Os limites de duração, no entanto, não serão uma camisa de força. As novas metas, já em implantação, estarão sujeitas às necessidades e estratégias de programação. Ou seja, uma novela poderá ser mais longa para que a estreia da sucessora não coincida com um evento esportivo, por exemplo. E capítulos poderão ser maiores para prolongar uma boa audiência ou neutralizar alguma ação da concorrência, como acaba de ocorrer com Totalmente Demais. A ideia, contudo, é que isso seja uma exceção.
A medida atende a uma antiga reivindicação dos autores, que consideram desumano escrever novelas de 221 capítulos, como foi Amor À Vida, de Walcyr Carrasco, em 2013.
Das novelas que estão no ar, Eta Mundo Bom será a mais longa. Terá pouco mais de 190 capítulos. Vai acabar no início de setembro, após a Olimpíada do Rio. Velho Chico foi planejada para ter 173 episódios, porque, se fosse mais curta, acabaria durante a próxima campanha eleitoral. Já Haja Coração deverá ser encerrada no 142º capítulo, em meados de novembro. Até algum tempo atrás, o padrão eram novelas com mais de 180 episódios.


Destino de Cunha está nas mãos do PRB de Russomanno

Reprodução/TV Câmara
Tia Eron acatou as modificaçõse feitas no projeto pelo Senado após aprovação da matéria na Câmara em 2009
A deputada Tia Eron (PRB-BA), que pode ser o voto decisivo para cassar ou salvar Cunha
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Um dia depois da apresentação do relatório pela cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a avaliação majoritária no Conselho de Ética da Câmara é a de que o resultado da votação está nas mãos da deputada de primeiro mandato Eronildes Vasconcelos Carvalho, conhecida como Tia Eron (BA), do PRB de Celso Russomanno (SP), pré-candidato a prefeito de São Paulo.
A Folha conversou com integrantes do conselho e com líderes partidários, que apontam um placar nesta quinta-feira (2) de 10 votos contra o relatório de Marcos Rogério (DEM-RO) e 9 a favor. Caso Tia Eron vote contra o relatório, o resultado será 11 votos a 9 e Cunha deverá sofrer apenas uma punição branda, como suspensão do mandato.
Se a deputada votar a favor do relatório haverá empate em 10 a 10 e aí a cassação de Cunha será aprovada pelo voto de minerva do presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA).
Tia Eron, que é integrante da Igreja Universal do Reino de Deus, foi indicada ao conselho pelo PRB para salvar Cunha, afirmam nos bastidores adversários do deputado peemedebista.
Em sua primeira manifestação, disse ter admiração pelo trabalho de Cunha na condução do Legislativo. Em entrevista posterior à Folha, porém, afirmou serem uma "perversidade" as afirmações de que já entrou no colegiado com o voto encomendado.
Segundo deputados do conselho, apesar de ter dito nessa mesma entrevista ser "desassombrada", Tia Eron tem demonstrado abalo com a pressão sofrida de ambos os lados nos últimos dias.
A votação no conselho está marcada para a terça-feira (7), mas pode se estender para a quarta (8). Há ainda a possibilidade de que uma decisão da Mesa da Câmara pró-Cunha barre o processo, que já é o mais longo da história.
A reportagem enviou mensagem, mas não obteve resposta da deputada nesta quinta. Alguns deputados ouvidos afirmaram que sentiram da deputada indicações de que ela está disposta a votar pela cassação de Cunha.
Além do desgaste de ser responsabilizada por salvar o mandato do peemedebista, que é um dos principais alvos das investigações da Lava Jato, estaria pesando também o temor de abalo nas ambições eleitorais do PRB.
Principal nome do partido no país e no Congresso, Russomanno lidera com folga a corrida para a sucessão de Fernando Haddad em São Paulo. Pesquisa do Datafolha de novembro o aponta com 34% das intenções de voto, distante 21 pontos percentuais do pelotão de candidatos adversários.
Russomanno afirma que o PRB deu toda a liberdade para Eron agir como julgadora, de acordo com sua consciência. Ele afirmou, porém, que a posição da legenda é a adotada pelo ex-relator do caso, Fausto Pinato (SP), que era o representante da sigla no conselho e voto contra Cunha. Pinato trocou o PRB pelo PP e deixou o conselho.
Além da dúvida sobre Eron, membros da comissão afirmam que votos considerados certos para Cunha podem mudar na hora H. Citam Alberto Filho (PMDB-MA) e Sérgio Moraes (PTB-RS).