Para o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a eleição dele nesta semana deve resgatar o protagonismo da antiga oposição formada pelo PSDB, PPS, PSB e o próprio DEM. “No primeiro momento do governo Temer, esse grupo foi excluído do poder”, disse Rodrigo Maia, em conversa com o Blog, lembrando que ele mesmo foi preterido quando o presidente em exercício Michel Temer escolheu para líder do governo o deputado André Moura (PSC-SE), do centrão. “Mas com a minha eleição, o grupo da antiga oposição volta a resgatar o protagonismo que perdemos”. 

Segundo o próprio Maia, sua eleição também mostra que “os deputados do próprio centrão não querem mais conviver com duas bases”. “Estamos em busca de um eixo mais unitário na Câmara”, disse o novo presidente da Casa. Ele ressalta que os deputados do centrão já dão sinais de que “desejam ficar aglutinados em torno dessa base única”. Maia ressalta que até mesmo a bancada do PMDB estava ressentida por ter ficado em segundo plano na geografia do poder  por causa da influência do centrão. 

“O governo não consegue funcionar com duas bases. Isso seria um problema para o Temer. Vamos ter que trabalhar com uma base só”, sentencia Rodrigo Maia. 

O novo presidente da Câmara voltou a insistir na necessidade um diálogo mais afinado com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

“Sei trabalhar junto e dividir as responsabilidades. Não haverá disputa com Renan. Até porque somos amigos”, disse Maia, numa referência indireta ao conflito permanente do seu antecessor, o deputado afastado Eduardo Cunha, com Renan Calheiros. “A minha eleição, inclusive, deve ajudar no ambiente pela votação do impeachment no Senado”, aposta Maia. 

Segundo ele, a agenda da equipe econômica andará no Congresso. “O teto para os gastos públicos será aprovado esse ano. E a reforma da previdência deve avançar logo depois das eleições municipais. Mas não vai dar para ser concluída esse ano. Isso dará uma sinalização ao mercado de compromisso com a inversão do perfil da dívida o que ajuda na redução dos juros”.