quarta-feira, 20 de julho de 2016

SOBRE POLÍTICA!!!

Convenções partidárias têm início nesta quarta-feira no país

Partidos já podem formalizar contratos que gerem despesas e gastos.
TSE divulgará o limite de valor para os candidatos de cada município.

Do G1, em São Paulo
As convenções partidárias que irão definir os candidatos a vereador e a prefeito dos 5.570 municípios do país têm início nesta quarta-feira (20). Elas devem ocorrer até o dia 5 de agosto. Vários partidos em cidades espalhadas pelo Brasil marcaram sua convenção já para este primeiro dia do prazo.
Durante o período, os partidos se reúnem para decidir também as coligações a serem formadas para o pleito deste ano.
A partir desta quarta, os partidos e candidatos já poderão formalizar contratos que gerem despesas e gastos com a instalação física e virtual de seus comitês de campanha.
Os gastos, no entanto, só serão efetivados após a Justiça Eleitoral receber o CNPJ, a conta bancária específica para a movimentação financeira de campanha e os recibos eleitorais.
Os candidatos poderão gastar um valor limitado a cada município. O TSE divulga também nesta quarta-feira o teto para cada cidade do Brasil.
Processos eleitorais
A Lei das Eleições também determina que a partir desta quarta os processos eleitorais tenham prioridade de tramitação e julgamento em relação aos demais. São exceção apenas os habeas corpus e mandados de segurança.

A lei estabelece que juízes e promotores, a partir dessa data, não podem deixar de cumprir os prazos definidos. O descumprimento constitui crime de responsabilidade e é objeto de anotação funcional para efeito de promoção na carreira.
Além das polícias judiciárias, os órgãos da Receita federal, estadual e municipal, os tribunais e órgãos de Contas auxiliarão a Justiça Eleitoral na apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre suas atribuições regulares.

Sistema e enquetes
Também estará disponível nesta quarta o download, no site do TSE, do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE). A ferramenta deve ser utilizada por candidatos e partidos políticos para registrar a movimentação financeira da campanha e gerar a prestação de contas eleitoral.

Já as enquetes referentes ao processo eleitoral estão proibidas. Segundo a definição, enquete é a simples coleta de opiniões de eleitores sem nenhum controle de amostra e sem a utilização de método científico para sua realização. Esse tipo de consulta depende apenas da participação espontânea do interessado.
Já a pesquisa eleitoral, que está permitida e deve ser registrada, requer dados estatísticos realizados junto a uma parcela da população de eleitores, com o objetivo de comparar a preferência e a intenção de voto a respeito dos candidatos que disputam determinada eleição.
A divulgação de enquetes e sondagens em desacordo com as regras previstas na legislação eleitoral pode ser punida com o pagamento de multa, que varia de R$ 53 a R$ 106 mil.

terça-feira, 19 de julho de 2016

SOBRE OS MÉDICOS CUBANOS!!!

Primeiro grupo de cubanos do Mais Médicos deixa país em novembro

Contrato de médicos cubanos terminaria em julho, mas foi prorrogado.
Continuidade de acordo com Cuba está em negociação, segundo ministério.

Do G1, em São Paulo
Grupo de 30 médicos cubanos desembarcou no Recife (Foto: Luna Markman / G1)Grupo de 30 médicos cubanos desembarcou no Recife em agosto de 2013 (Foto: Luna Markman / G1)
Os primeiros médicos cubanos que chegaram ao Brasil em agosto de 2013 para participar do programa federal Mais Médicos devem deixar o país em novembro. Já estava previsto que o grupo de 2.400 profissionais teria um contrato de três anos, que se encerraria em julho.
Na sexta-feira (15) - em reunião entre o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e representantes do governo de Cuba - a permanência dos médicos no país foi prorrogada até novembro para garantir a "continuidade do atendimento à população nas cidades durante o período eleitoral e dos Jogos Olímpicos".
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, atualmente a pasta está em negociação com a Opas e com o governo de Cuba para definir o futuro da parceria.
Atualmente, existem 11.429 médicos cubanos trabalhando no país e o fim iminente do contrato se refere somente aos primeiros 2.400 profissionais que chegaram ao Brasil.
O Ministério da Saúde acrescentou que, no início do mês, desembarcaram no país 50 médicos cubanos e a previsão é que mais 500 cheguem nos próximos dias para repor vagas desocupadas. Ainda segundo a pasta, vagas desocupadas tanto por médicos brasileiros como de outras nacionalidades são repostas por chamadas trimestrais.
"A manutenção do Programa Mais Médicos está assegurada. É um compromisso do ministro da Saúde, Ricardo Barros, fortalecer a participação dos brasileiros no Mais Médicos e, enquanto houver necessidade e vagas a serem preenchidas, manter o convênio com a Opas para o provimento de médicos no país", afirma nota divulgada pelo Ministério da Saúde.
Programa foi anunciado em julho de 2013
Além dos 11.429 médicos cubanos, o programa Mais Médicos conta com 5.274 médicos brasileiros e 1.537 médicos intercambistas, entre os quais estrangeiros e brasileiros formados no exterior.

O programa federal foi anunciado no dia 8 de julho de 2013 com o objetivo de aumentar o número de médicos atuando na rede de atenção básica do Sistema Único de Súde (SUS) em regiões carentes desses profissionais.
O programa previa inicialmente a criação de 10 mil novos postos de trabalho para médicos. Os primeiros estrangeiros recrutados pelo governo começaram a atender a partir de 23 de setembro e a lei do Mais Médicos foi promulgada em 22 de outubro daquele ano.

SECA CASTIGA RIO GRANDE DO NORTE!!!

'Seca verde' marca quinto ano seguido de estiagem severa no RN

Fenômeno é caracterizado pela vegetação exuberante apesar da pouca água.
Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em emergência por causa da seca.

Anderson Barbosa e Fred CarvalhoDo G1 RN
Na região Oeste potiguar, a ‘seca verde’ apresenta contrastes. De um lado, a robusta e exuberante vegetação da caatinga; do outro, a terra árida e cinzenta em meio ao leito seco dos rios  (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Na região Oeste potiguar, a ‘seca verde’ apresenta contrastes. De um lado, a robusta e exuberante vegetação da caatinga; do outro, a terra árida e cinzenta em meio ao leito seco dos rios (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Na música 'Seca Verde', de Dedé Badaró, os cantores Zezé Di Camargo e Luciano definem bem o momento pelo qual passa o sertanejo potiguar: “Nessa seca verde mora um povo nobre, morrendo de sede nessa guerra pobre”. Comum no semiárido nordestino, a seca verde caracteriza-se pela exuberância da vegetação em meio a um longo período sem água. Hoje, o fenômeno é o retrato do quinto ano seguido da mais severa estiagem da história do Rio Grande do Norte.
(G1 publica nesta semana uma série de reportagens sobre a mais severa estiagem da história do semiárido potiguar e as consequências da chamada 'seca verde')
Desde 2011 que o homem do campo sofre com a falta de boas precipitações no interior do estado. As chuvas que caíram no início do ano transformaram o cenário acinzentado em verde, mas o que veio do céu não foi suficiente para encher os reservatórios. Resultado: no final de junho, 
Atualmente, a seca afeta 153 dos 167 municípios potiguares. Destes, 14 estão em colapso (quando o companhia de água admite que não há como continuar a abastecer os moradores) e 77 desenvolveram sistemas de rodízio para o abastecimento da população (veja lista completa das cidades no fim desta reportagem).
Ao renovar a situação de emergência por mais 180 dias em março deste ano – a sexta vez seguida desde março de 2013 – o governo do estado ressaltou que a pecuária havia perdido mais de 135 mil cabeças de gado de 2012 a 2015, e que entre 2012 e 2014 houve uma redução de 65,79% na produção de grãos (milho, arroz, feijão e sorgo).
No município de Francisdo Dantas, o agricultor aposentado Francisco Fagundes, de 66 anos, busca água em poços públicos para os afazeres domésticos   (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)No município de Francisdo Dantas, o agricultor aposentado Francisco Fagundes, de 66 anos, busca água em poços públicos para os afazeres domésticos (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Lata d’água
Entre os dias 3 e 6 deste mês, o G1 foi a 11 cidades do interior potiguar para a ver de perto como o sertanejo, animais e também a vegetação do semiárido vêm resistindo à falta d'água. Em cinco municípios visitados – que atualmente enfrentam colapso no abastecimento – moradores fizeram da busca pelo precioso líquido uma rotina diária.

Aposentado, Jadismar Bento tem 68 anos e mora em Rafael Fernandes. Os efeitos da seca ele sente no bolso. “Todas as manhãs, bem cedo, vou pra rua pegar água no chafariz da prefeitura. Venho pra casa, me sento na calçada, e ligo a bomba para fazer a água subir até a caixa instalada no telhado. Demora mais de meia hora. Faço isso há um ano, que foi quando a água acabou aqui na cidade. Antes, eu pagava R$ 110 de energia, mas agora minha conta está dando mais de R$ 160”, disse.
Paulina Ferreira, de 88 anos, mora na comunidade de Mareta, na zona rural de Rafael Fernandes, no Oeste potiguar. A aposentada não vê a hora de a seca acabar. Para ela, esta é a pior estiagem já vista na região   (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Paulina Ferreira, de 88 anos, mora na comunidade de Mareta, na zona rural de Rafael Fernandes, no Oeste potiguar. A aposentada não vê a hora de a seca acabar. Para ela, esta é a pior estiagem já vista na região (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Na comunidade da Mareta, na zona rural do município, a situação é semelhante. Paulina Ferreira tem 88 anos. Também aposentada, ela disse que não precisa sair de casa para buscar água porque tem uma cisterna que é abastecida por caminhões-pipa. Mas, como a água que é trazida pelo Exército não serve para beber, ela precisa gastar com galões de água mineral. “A água que chegava pelas torneiras era boa e eu bebia dela. A que vem de caminhão só presta pra cozinhar, tomar banho e lavar roupa”, reclamou.
A idosa disse ainda que não vê a hora de a seca acabar. Para ela, esta é a pior estiagem já vista na região. "Um sofrimento sem fim. Sem água a gente perde a vontade de fazer as coisas. É muito triste", ressaltou.
 Francisco Fagundes mostra a água amarelada que é servida no chafariz da cidade (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1) (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Francisco Fagundes mostra a água amarelada que é servida no chafariz da cidade (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1) (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
EFrancisco Dantas, a agonia não é medida apenas pela distância que se percorre ou em quantas viagens é preciso dar para se conseguir água, mas também na qualidade dela. “A água que nós temos é de graça, mas é amarelada e fedorenta. Pra beber não dá. Serve só pra cuidar das coisas de casa”, afirmou o aposentado Francisco Fagundes. Com 66 anos, ele caminha quase 1 quilômetro para chegar até o chafariz público mais próximo de onde mora. “Esse mesmo caminho faço umas dez vezes por dia. É difícil, muito difícil”, acrescentou o agricultor.
A água amarelada que jorra dos chafarizes da cidade tem uma explicação: é barrenta por conta da lama que fica no fundo do poço escavado no leito do Açude da Tesoura. O reservatório secou faz três meses, levou a empresa que abastece a cidade a suspender a cobrança e deixou um prejuízo danado para o comerciante Aldizio Costa, dono do Balneário Pingo D'água. "O nome não poderia ser mais sugestivo neste momento. Afinal, não tem um pingo d'água mesmo", lamentou.
Do alto do trapiche, antes usado para mergulhos, a visão que se tem agora é a do poço que a prefeitura abriu no fundo do Açude da Tesoura (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Do alto do trapiche, antes usado para mergulhos, a visão que se tem agora é a do poço que a prefeitura abriu no fundo do Açude da Tesoura (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Do alto do trapiche, antes usado para mergulhos, a visão que se tem agora é a do poço que a prefeitura abriu no fundo do açude. "A água começou a baixar tem quatro anos. No final de março e começo de abril, secou de vez. Os peixes morreram todos. O pescado que eu vendo aqui no balneário vem da Bahia. Nos finais de semana o povo ainda aparece para almoçar, tomar uma cervejinha e ouvir música, mas tá longe de ser como antes, quando isso aqui lotava de gente pra tomar banho no açude. Agora, só resta rezar para que chova logo", destacou.
Guia turístico Alex Nogueira mostra a Cachoeira da Umarizeira, na serra de Martins, região Oeste potiguar, completamente seca. Sem chuva para alimentar córregos e riachos, a queda d’água deixou de existir   (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Guia turístico Alex Nogueira mostra a
Cachoeira da Umarizeira completamente seca.
Sem chuva para alimentar córregos e riachos,
a queda d’água deixou de existir
(Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Fim da trilha
A falta de chuvas na região Oeste também castiga os que moram mais perto do céu. EmMartins, cidade serrana acostumada a receber visitantes de todos os cantos, a estiagem também trouxe transtornos e preocupação. Quem vive do turismo que o diga. “Nunca que nós pensávamos em sofrer com a seca desse jeito. Está prejudicando meu trabalho”, reclamou o guia turístico Alex Nogueira, de 21 anos.

Alex começou a fazer passeios pelas trilhas da serra de Martins ainda adolescente, quando havia água em abundância descendo pela montanha.

Era tanta água que fez surgir a Cachoeira da Umarizeira. Do alto da serra até a queda d’água, que tem uns três metros de altura, são quase 30 minutos de caminhada. Para chegar lá, é preciso passar por uma área de mata fechada.

A trilha é estreita e requer equilíbrio e bastante esforço físico. “A gente sua bastante no caminho, mas a recompensa é a melhor parte. A água gelada refresca até a alma”, recordou. Contudo, sem a chuva para alimentar os córregos e riachos da região, a queda d’água deixou de existir.

Apesar da falta de chuvas na região serrana de Martins, no Oeste potiguar, trilha que leva à Cachoeira da Umarizeira mantém a beleza natural da região (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Trilha que leva à Cachoeira da Umarizeira, em Martins, passa por riachos e córregos agora completamente secos (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
"Sem água, quase ninguém se interessa pela cachoeira. Ainda faço passeios para outros lugares. Tem um roteiro histórico, que passa pelo museu da cidade, e tem a Casa de Pedra, um local que tem cavernas que ainda dá pra levar os visitantes. Mas, para a cachoeira, que era o passeio mais procurado, eu nem indico mais”, afirmou.
“Nos tempos bons, eu fazia até quatro trilhas para a cachoeira por dia. Cada passeio custava até R$ 150 por grupo. Agora, não faço nem dois por semana”, revelou Alex.
No Sítio Arrojado, zona rural de Frutuoso Gomes,  o agricultor Francisco Cosme da Silva, de 67 anos, luta diariamente para tentar tirar da terra o sustento da família. Com a seca prolongada, a plantação de milho mais uma vez foi perdida   (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)No Sítio Arrojado, zona rural de Frutuoso Gomes, o agricultor Francisco Cosme da Silva, de 67 anos, luta diariamente para tentar tirar da terra o sustento da família. Com a seca prolongada, a plantação de milho mais uma vez foi perdida (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Comércio da seca
O olhar do agricultor Francisco Cosme da Silva, de 67 anos, deixa evidente a frustração com outra colheita perdida. As espigas de milho estão definhadas, ressecadas e com poucos grãos. Enquanto a chuva não chega, o sol castiga e leva embora a economia de meses. O que resta da aposentadoria, é pouco para continuar. Mas é preciso.

“Sou sertanejo. Não vou desistir. Tenho que seguir em frente”. As palavras, que demonstram a persistência do nordestino, são do ‘Velho Chico’, como o idoso é carinhosamente chamado no Sítio Arrojado. A pequena comunidade fica no município de Frutuoso Gomes, onde a estiagem também não perdoa.
Francisco disse que plantou também sementes de feijão, batata doce e jerimum. “No começo do ano eu me animei. Caiu uma água só da boa e eu corri logo pro roçado. Só que a chuva acabou cedo demais. O que caiu não deu pra nada e eu perdi toda a lavoura. Só está dando capim, que serve de comida para os animais. Mas, se não voltar a chover, vai secar também."
Em Frutuoso Gomes, ma região Oeste potiguar, o autônomo Francisco de Assis Carlos, de 40 anos, tornou-se comerciante. Ele vende água em um caminhão adaptado para carregar até 2 mil litros.  (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Francisco de Assis Carlos tornou-se comerciante. Ele vende água de porta em porta com um caminhão adaptado para carregar até 2 mil litros (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Mas, também há quem lucre com a falta d’água, como o autônomo Francisco de Assis Carlos, de 40 anos, que mora na área urbana de Frutuoso Gomes. ‘Pau para toda obra’, ele passou a se dedicar exclusivamente ao mercado da seca.
Sobre a carroceria de um velho caminhão, ele adaptou dois reservatórios de mil litros cada e saiu pela cidade vendendo água de porta em porta. “É só ligar que eu vou. Trabalho de domingo a domingo se for preciso. E até agora tem dado certo. Compro os 2 mil litros a R$ 8 em um poço particular e vendo a R$ 40. Faço de seis a oito entregas por dia. Descontando o combustível, fico com R$ 700 livres por mês”, contou.
Água que sai das torneiras da cidade de Almino Afonso, na região Oeste potiguar, vem de poços escavados pelos próprios moradores, e é servida a quem quiser pagar por ela por meio de uma rede encanada independente ao sistema da Caern, companhia estadual re (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)Água que sai das torneiras da cidade de Almino Afonso vem de poços escavados pelos próprios moradores, e é servida a quem quiser pagar por ela por meio de uma rede encanada independente do sistema da Caern (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Rede paralela
A água que abastece Almino Afonso vem do açude Lauro Maia, localizado no próprio município. Em dezembro do ano passado, já praticamente seco e com a água imprestável, não restou outra coisa para a Companhia de Águas e Esgotos do RN fazer senão suspender o fornecimento à população. E assim foi feito. Contudo, alguns moradores da cidade descobriram que existe bastante água no subsolo e estão se aproveitando disso. Lá, o negócio é vender água encanada. E tem gente se dando bem.

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Pelo menos 12 pessoas acharam água em suas terras e montaram verdadeiras redes de distribuição. O G1 conversou com algumas, e elas garantem que pelos menos 90% das casas e estabelecimentos da cidade aderiram a estas redes independentes.
“A água não é potável, mesmo assim ainda é melhor ter como lavar roupas, cozinhar e tomar banho do que não ter água nenhuma pra usar”, observou um dos proprietários dos poços. Com um copo de vidro, o comerciante fez questão de mostrar que a água é limpa. “Só não dá pra beber porque é um pouco salgada. Mas, querendo beber, pode beber”, emendou.
Com relação aos poços perfurados em cidades em colapso, a Caern informou que os mesmos não integram o sistema da empresa e que, quando a cidade está em colapso, é porque a companhia já esgotou as possibilidades de abastecimento. “Os poços mencionados devem ter baixa vazão, não sendo viável para o abastecimento e possivelmente apresentam água fora dos padrões”, destacou.
Quem não está preocupado se a água é fornecida de forma legal ou irregular é o servidor público estadual Fracinilson Nunes, de 52 anos. “Instalei o sistema para um desses poços faz quatro meses. É melhor do que ir pegar nos chafarizes da prefeitura. Os canos custaram R$ 120. Agora, é só pagar a mensalidade de R$ 50 e aproveitar a água que vem direto para as nossas torneiras”, celebrou.
Com a seca que assola o RN há cinco anos, animais mortos às margens das rodovias que cortam o estado fazem parte de um cenário desolador  (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)A paisagem mudou do cinza para o verde, mas os animais mortos às margens das rodovias que cortam o estado ainda deixam o cenário desolador (Foto: Anderson Barbosa e Fred Carvalho/G1)
Chuvas normais em 2017
O homem do campo pode ficar otimista para 2017? Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), órgão responsável pelas previsões climáticas no estado, a resposta é sim.

Meteorologista da Emparn, Gilmar Bistrot explicou que até o final de 2016 as chuvas continuarão abaixo do normal no litoral. “Em junho, por exemplo, o acumulado foi de 100 milímetros, muito pouco para o período. E isso se repetirá agora em julho, deixando o tempo bastante seco. Já para o interior, cuja seca já está confirmada mesmo, a esperança é mesmo para 2017. O tempo deve começar a melhor ainda em dezembro deste ano, tendo a situação das chuvas normalizada durante todo o ano que vem”, afirmou Bistrot.
O RN possui dois calendários pluviométricos bem distintos. Um deles envolve o litoral Leste, cujo período chuvoso começa em maio e se estende até meados de setembro. Toda a Grande Natalestá nesta área. Já para o semiárido, território que compreende até 97% dos municípios, o período chuvoso é mais curto. Começa ainda no final de dezembro, chega até o início de janeiro e logo é interrompido. Depois, as precipitações voltam no final de fevereiro e seguem até meados de março. É assim todos os anos.
“O problema é quando as chuvas ficam abaixo da média, o que vem acontecendo há cinco anos”, ressalta Mairton França, secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. “Desde que passamos a monitorar as chuvas, há 450 anos, o estado já enfrentou 116 períodos de longas estiagens. Não estamos vivendo a mais longa, mas certamente é a mais severa.”
Municípios em situação de emergência
Acari, Assu, Afonso Bezerra, Água Nova, Alexandria, Almino Afonso, Alto dos Rodrigues, Angicos, Antônio Martins, Apodi, Areia Branca, Baraúnas, Barcelona, Bento Fernandes, Bodó, Brejinho, Boa Saúde, Bom Jesus, Caiçara do Norte, Caiçara do Rio do Vento, Caicó, Campo Redondo, Caraúbas, Carnaúba dos Dantas, Carnaubais, Ceará-Mirim, Cerro-Corá, Coronel Ezequiel, Campo Grande, Coronel João Pessoa, Cruzeta, Currais Novos, Doutor Severiano, Encanto, Equador, Espírito Santo, Felipe Guerra, Fernando Pedroza, Florânia, Francisco Dantas, Frutuoso Gomes, Galinhos, Governador Dix-Sept Rosado, Grossos, Guamaré, Ielmo Marinho, Ipanguaçu, Ipueira, Itajá, Itaú, Jaçanã, Jandaíra, Janduís, Japi, Jardim de Angicos, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, João Câmara, João Dias, José da Penha, Jucurutu, Jundiá, Lagoa Nova, Lagoa Salgada, Lagoa D’Anta, Lagoa de Pedras, Lagoa de Velhos, Lajes, Lajes Pintadas, Lucrécia, Luís Gomes, Macaíba, Major Sales, Marcelino Vieira, Martins, Messias Targino, Montanhas, Monte das Gameleiras, Monte Alegre, Mossoró, Macau, Nova Cruz, Olho D’Água do Borges, Ouro Branco, Passagem, Paraná, Paraú, Parazinho, Parelhas, Passa e Fica, Patu, Pau dos Ferros, Pedra Grande, Pedra Preta, Pedro Avelino, Pedro Velho, Pendências, Pilões, Poço Branco, Portalegre, Porto do Mangue, Pureza, Serra Caiada, Rafael Fernandes, Rafael Godeiro, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, Riachuelo, Rodolfo Fernandes, Ruy Barbosa, Santa Cruz, Santa Maria, Santana do Matos, Santana do Seridó, Santo Antônio, São Bento do Norte, São Bento do Trairi, São Fernando, São Francisco do Oeste, São João do Sabugi, São José de Mipibu, São José do Campestre, São José do Seridó, São Miguel do Gostoso, São Miguel, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Rafael, São Tomé, São Vicente, Senador Elói de Souza, Serra Negra do Norte, Serra de São Bento, Serra do Mel, Serrinha dos Pintos, Serrinha, Severiano Melo, Sítio Novo, Taboleiro Grande, Taipu, Tangará, Tenente Ananias, Tenente Laurentino Cruz, Tibau, Timbaúba dos Batistas, Touros, Triunfo Potiguar, Umarizal, Upanema, Várzea, Venha-Ver, Vera Cruz e Viçosa.

Municípios em colapso
Almino Afonso, Antônio Martins, Francisco Dantas, Frutuoso Gomes, João Dias, Luiz Gomes, Marcelino Vieira, Martins, Paraná, Pilões, Rafael Fernandes, São Miguel, Serrinha dos Pintos e Tenente Ananias.

Municípios em rodízio
Já os municípios que enfrentam racionamento e estão em rodízio são: Acari, Afonso Bezerra, Água Nova, Alto do Rodrigues, Angicos, Assu, Barcelona, Bodó, Caiçara do Rio do Vento, Caicó, Campo grande, Carnaúba dos Dantas, Carnaubais, Cerro Corá, Coronel João Pessoa, Cruzeta, Currais Novos, Doutor Severiano, Encanto, Equador, Espírito Santo, Fernando Pedrosa, Florânia, Guamaré, Ielmo Marinho, Ipanguaçu, Ipueira, Itaú, Janduís, Jardim de Angicos, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, José da Penha, Jucurutu, Lagoa de Velhos, Lagoa Nova, Lajes, Lucrécia, Macau, Messias Targino, Olho D’água do Borges, Ouro Branco, Paraú, Parelhas, Passagem, Pedro Avelino, Pendências, Portalegre, Rafael Godeiro, Riacho da Cruz, Riacho de Santana, Riachuelo, Rodolfo Fernandes, Ruy Barbosa, Santa Maria, Santana do Matos, Santana do Seridó, São Fernando, São Francisco do Oeste, São João do Sabugi, São José do Seridó, São Paulo do Potengi, São Pedro, São Rafael, São Tomé, São Vicente, Severiano Melo, Taboleiro Grande, Tenente Laurentino, Timbaúba dos Batistas, Triunfo Potiguar, Umarizal, Venha-Ver e Viçosa.

NOVOS CASOS DE AIDS NO BRASIL!!!

Mundo tem 2,5 milhões de novos casos de HIV por ano, diz estudo

Número de novas infecções se mantém estável em cenário preocupante.
Hoje, existem cerca de 38,8 milhões de pessoas vivendo com HIV.

Da France Presse
 Ativista segura um cartaz pedindo tratamento para todos com HIV  (Foto: Matthew Kay/AFP)Ativista segura um cartaz pedindo tratamento para todos com HIV (Foto: Matthew Kay/AFP)
Cerca de 2,5 milhões de pessoas ainda são infectadas por HIV todos os anos, ao mesmo tempo em que as novas drogas têm reduzido a taxa de mortalidade relacionada ao vírus e os soropositivos têm vivido cada vez mais. A conclusão é de um estudo global publicado nesta terça-feira (19) pela revista "The Lancet HIV".
O número de novas infecções estacionou nos últimos 10 anos - depois de uma queda drástica após o pico registrado em 1997, quando 3,3 milhões de pessoas foram infectadas
A situação pode ser agravada por causa da estagnação dos fundos para programas de HIV e Aids.O estudo foi publicado em meio à Conferência Internacional de Aids, que está em curso em Durban, na África do Sul. O relatório fala em um "cenário preocupante de progresso lento na redução de novas infecções por HIV", segundo o autor principal do estudo, Haidong Wang, do Instituto de Métrica e Avaliação (IHME) da Universidade de Washington, em Seattle.
"Portanto, um aumento drástico dos esforços de governos e agências internacionais será necessário para atender a demanda de estimados US$ 36 bilhões todos os anos para realizar o objetivo de acabar com a Aids até 2030", disse o diretor do IHME Christopher Murray em uma nota.
Nos últimos 15 anos, os países contribuíram com US$ 110 bilhões para programas de HIV e Aids.
Atualmente existem cerca de 38,8 milhões de pessoas vivendo com HIV. Em 2000, havia 28 milhões de pessoas com o vírus. As mortes anuais por Aids caíram de um pico de 1,8 milhão em 2005 para 1,2 milhão em 2015.
Relatório da Unaids
Na semana passada, a Unaids, programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, divulgouum relatório sobre o tema e alertou que a redução de novas infecções por HIV em adultos tem estagnado.

Segundo o relatório da Unaids, na maioria das regiões não houve progresso entre 2010 e 2015. No Leste Europeu e Ásia Central, por exemplo, o número de novas infecções entre adultos cresceu 57% no período. O Caribe registrou um aumento de 9%; já o Oriente Médio e o norte da África viram um aumento de 4%. Na América Latina, o crescimento nesse período foi de 2%.
Nos últimos cinco anos, houve apenas discretos declínios de novos casos na Europa Ocidental e Central, na América do Norte e na África Central e Ocidental.
O diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, observou que o alarme está tocando. "O poder de prevenção não está sendo realizado. Se houver um novo aumento de novas infecções por HIV agora, a epidemia vai se tornar impossível de controlar. O mundo precisa tomar medidas urgentes e imediatas para acabar com a lacuna na prevenção."