sexta-feira, 22 de julho de 2016

Parque Olímpico passa por varredura de segurança e inicia controle rigoroso!!!


Procedimento padrão nas instalações olímpicas terá agentes da Força Nacional em busca de explosivos e qualquer ameaça; a partir de sábado, só credenciados entram

Por Rio de Janeiro
Parque Olímpico junho 2016 (Foto: Renato Sette Câmara / Prefeitura do Rio)Parque Olímpico vai passar por varredura de segurança nesta sexta (Foto: Renato Sette Câmara / Prefeitura do Rio)
Faltando duas semanas para a abertura da Rio 2016, o Parque Olímpico da Barra da Tijuca ficará fechado nesta sexta-feira para uma varredura de segurança, em um procedimento chamado de "lockdown". Nem jornalistas, nem operários, nem voluntários e nem mesmo a maioria dos funcionários da organização terão acesso ao principal local de competição dos Jogos, e isso inclui também o IBC (Centro Internacional de Transmissão) e o MPC (Centro de Mídia). Apenas membros da Força Nacional de segurança e pouquíssimas pessoas autorizadas poderão entrar. A partir de sábado, ele reabre e entra em vigor um sistema de controle rigoroso, da mesma forma que acontecerá durante toda a Olimpíada.
MPC Rio 2016, primeiro dia aberto para a imprensa (Foto: Thierry Gozzer)Centro de Mídia da Rio 2016 vai ficar fechado nesta sexta-feira (Foto: Thierry Gozzer)
- O lockdown é um processo feito em cada edição dos Jogos para que o Comitê Organizador receba as instalações livres de qualquer problema de segurança. Isso é feito normalmente pelas autoridades de força policial, que fazem toda uma varredura para detectar qualquer tipo de ameaça dentro da instalação. Depois que eles fazem essa varredura e a instalação está limpa e sem nenhum risco, eles entregam a instalação para o gerente do local. Então, a Força Nacional assume a segurança e implementa todas as regras de segurança de entrada e saída de pessoas nesta instalação, ou seja, pessoas que não tem credenciamento para aquela instalação não podem entrar. E mesmo quem está credenciado tem acesso restrito a determinadas áreas - explicou Agberto Guimarães, diretor-executivo de esportes do Comitê Rio 2016.
O procedimento vai envolver centenas de agentes especializados e também terá a presença de cachorros, que vão checar cada pedaço do Parque Olímpico, IBC, MPC e arredores em busca de possíveis explosivos ou qualquer material considerado um risco à segurança do público e profissionais envolvidos na Olimpíada. Todas as outras instalações, como as Arenas Cariocas, Parque Aquático, o Complexo Esportivo de Deodoro, a Vila Olímpica, vão passar ou já passaram pelo lockdown nos últimos dias.
Até esta quinta-feira, o controle de entrada no Parque Olímpico e a revista de pessoas e bolsas estavam sendo feitos de maneira manual pelos agentes de segurança. Depois da varredura, os detectores e metal e aparelhos de raio-x começarão a ser usados nos portões. Além disso, pessoas que estavam tendo acesso provisório em determinadas situações, como trabalhadores das obras e repórteres não credenciados, por exemplo, serão barrados. De acordo com o Comitê Organizador, haverá apenas pequenas exceções, todas devidamente controladas, como o caso de operários que ainda montam estruturas temporárias nas arenas esportivas.
Aviso de fechamento do Centro de Mídia (MPC) para o lockdown (Foto: Globoesporte.com)Aviso de fechamento do Centro de Mídia (MPC) para o lockdown (Foto: Globoesporte.com)
O lockdown é um procedimento padrão em todas as edições dos Jogos Olímpicos, mas os problemas atuais pelo mundo chamam a atenção. Questionado pelo Globoesporte.com se haveria um rigor ainda maior ou cuidado especial agora por causa da preocupação com possível atentados terroristas no Rio, Agberto Guimarães negou. Nesta quinta-feira,a Polícia Federal realizou uma operação sigilosa de combate ao terrorismo que prendeu 10 pessoas em 10 estados do Brasil, suspeitas de ligação com o Estado Islâmico. 
- Eu diria que não. Estou nos Jogos Olímpicos desde 1980 como atleta, e depois que eu me aposentei em 88 eu fui em todas as edições trabalhando em alguma função, então isso é normal. Quando você faz os Jogos, você tem sempre um nível de segurança maior, então é natural que as forças de segurança ajam com muito mais minúcia na revista, no controle de entrada e saída de todas as pessoas e de tudo que entra e sai de uma instalação, seja ela esportiva ou não. A Força Nacional vai aplicar a regra de fiscalização que é padrão deles, ou seja, qualquer equipamento eletrônico só entra se tiver permissão, quem não é jornalista ou fotógrafo não pode entrar com câmeras profissionais, não pode entrar com água, com canivete, etc... Se aplica mais ou menos as regras de segurança de viagens, de países como o Estados Unidos, por exemplo, onde o sistema de checagem é muito rigoroso - explicou o diretor-executivo do Comitê Rio 2016.
A Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) foi procurada pela reportagem para dar mais detalhes sobre a operação feita pela Força Nacional, mas não deu retorno às questões até o fechamento desta matéria. Na última semana, instituições responsáveis pela segurança durante os Jogos do Rio participaram de um exercício de enfrentamento a ameaças externas. A simulação foi a parte final da preparação para situações de crise e de cenários críticos. Nesta quinta, os bombeiros também simularam um processo de evacuação do Centro Internacional de Transmissão.
O Parque Olímpico da Barra será aberto ao público apenas no primeiro dia de competições no local, 6 de agosto, um dia depois da cerimônia de abertura do Maracanã. Mas desde o dia 5 de julho os jornalistas já têm acesso às áreas de imprensa (IBC e MPC), além dos voluntários e funcionários dos mais diversos setores que trabalham nas instalações.
Força Nacional de segurança (Foto: Henrique Coelho/G1)Força Nacional está fazendo a segurança nas instalações olímpica do Rio (Foto: Henrique Coelho/G1)

Eletrobras dá 1º passo para deixar mercado de distribuição de energia!!!

Eletrobras dá 1º passo para deixar mercado de distribuição de energia

O Brasil que dá Certo - Energia

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A Eletrobras dará, nesta sexta-feira (22), o primeiro passo para deixar o mercado de distribuição de energia. Ela não vai renovar as concessões das distribuidoras do Amazonas e de Boa Vista (Roraima), que vencem na próxima semana.
Sem a renovação, que será decidida em reunião de acionistas, o governo do presidente interino, Michel Temer, terá de montar um leilão para repassar o controle dessas companhias.
A decisão de não renovar as concessões nasceu da dificuldade da Eletrobras em levantar recursos para sanar as dívidas acumuladas pelas empresas com multas aplicadas por falhas no atendimento aos consumidores.
Pelas regras em vigor, ela não pode privatizar uma concessionária com esses débitos.
Mas, a partir do momento em que o contrato de concessão não é renovado, o governo pode vender a distribuidora para outra empresa, que ficará responsável por quitar as dívidas acumuladas. Isso deve reduzir o valor de venda da distribuidora.
A direção da Eletrobras pretende privatizar todas as seis distribuidoras que estão atualmente sob seu controle, mas não há uma data definida para a operação. Antes disso, a estatal irá renovar as concessões das distribuidoras do Piauí e de Alagoas.
O futuro das distribuidoras do Acre e de Rondônia ainda não está definido.
Folha apurou que os acionistas minoritários da estatal ainda têm dúvidas sobre qual a melhor estratégia —renovar ou não as concessões— para depois vender as companhias.
Pelos cálculos da Eletrobras, o governo federal teria que aplicar R$ 8 bilhões para sanar os problemas financeiros dessas seis distribuidoras de energia.
A maior parte desse valor seria destinada para a Amazonas Energia e para a Boa Vista. As outras quatro precisariam, juntas, de pouco menos de R$ 1 bilhão.
Como o governo liberou apenas R$ 3,5 bilhões e determinou que a estatal utilizasse esse recurso para preparar as empresas para a privatização, a Eletrobras decidiu abandonar as piores e ajustar as contas das outras.
A linha de corte entre o que é um bom e um mau negócio é a necessidade de comprar combustível da Petrobras para manter a distribuição de energia em áreas isoladas. Amazonas e Boa Vista são as que mais dependem desse tipo de operação.
PLANO DO GOVERNO
Enquanto não houver interessados em operar a Amazonas e a Boa Vista, a Eletrobras deve ser mantida como gestora temporária, para garantir o atendimento da população –elas atendem 800 mil unidades, entre residências, comércio e indústria.
Ela será remunerada pelo serviço até que um novo concessionário assuma o negócio. A remuneração será bancada com dinheiro de um fundo que é irrigado com dinheiro cobrado na conta de luz. 

O Brasil que dá Certo - Energia

Polícia investiga o desaparecimento de modelo em Piracicaba (SP)!!!

Polícia investiga o desaparecimento de modelo em Piracicaba (SP)
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Fabiana Marchezi
Colaboração para o UOL, em Campinas
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    A modelo Aline Furlan, que desapareceu em Piracicaba
    A modelo Aline Furlan, que desapareceu em Piracicaba
A Polícia Civil de Piracicaba (a 164 quilômetros de São Paulo) investiga o desaparecimento da modelo Aline Pereira de Godoi Furlan, de 28 anos. A jovem foi vista pela última vez no dia 14 de julho, em um bar da cidade. A polícia não deu detalhes das apurações, mas ainda não tem pistas da jovem.
De acordo com a família, Aline nunca havia ficado tanto tempo sem dar notícias. "Ela nunca fez isso. Estava sempre me avisando sobre tudo. O celular continua está desligado. Ninguém sabe mais nada. Estou desesperada, mas tenho fé que ela vai aparecer", disse a mãe da jovem, Creuza Pereira de Godoi.
A mãe também contou que a modelo teria tentado pedir socorro para o ex-namorado pelo celular, mas que a ligação estava ruim e que ela não conseguiu explicar o que estava acontecendo.
O carro que a jovem dirigia, um Toyota Corolla bege, também não foi localizado ainda. Aline mora em Santa Bárbara d'Oeste (SP) e estava no bar, em Piracicaba, com três amigos.

Programa Mais Médicos é provisório, diz Ricardo Barros, ministro da Saúde!!!

Programa Mais Médicos é provisório, diz Ricardo Barros, ministro da Saúde

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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quinta (21), em entrevista à Folha, que o programa Mais Médicos é "provisório", uma vez que, na organização dos serviços de saúde, cabe aos municípios a responsabilidade de contratar os médicos, e não ao governo federal.
A afirmação contraria a posição de ministros anteriores da gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, para os quais o programa, inicialmente temporário, "veio para ficar" e poderia continuar até depois de 2026, quando terminam as metas para formação de novos médicos.
Barros não estipulou prazo para o final do programa, mas afirmou que o pacto federativo determina que é de competência dos municípios a execução do sistema de atenção básica de saúde. "São eles que deveriam contratar os médicos. Mas temos 2.500 municípios que só têm médicos do Mais Médicos."
Segundo ele, parte desse cenário ocorre porque uma emenda na Constituição determina que a remuneração de funcionários públicos nos municípios não pode ser superior à do prefeito. "Isso precisa mudar. Há cidades pequenas em que o prefeito ganha R$ 3.000 ou 4.000. O médico não trabalha por isso."
Embora defenda o caráter "provisório", para que não haja descontinuidade imediata Barros pediu ao governo de Cuba e à Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), responsáveis pela vinda dos médicos cubanos ao Brasil, que "flexibilizem" sua posição para que parte dos cubanos que chegaram em 2013 possam prorrogar o contrato por mais três anos. "Mais de 1.000 já casaram com brasileiros e alguns têm filhos."
A Opas tem informado que os médicos serão substituídos em novembro. "Solicitamos e deverá haver flexibilização para que os que queiram possam permanecer, porque já estão articulados com a comunidade", disse.
Ao todo, 18.240 médicos atuam no Mais Médicos, que oferta bolsa de R$ 10 mil a brasileiros e estrangeiros. Destes, 11.429 são cubanos –cerca de 20% deles devem ser substituídos em novembro.
Barros afirmou ainda esperar que os cubanos sejam substituídos ao longo do tempo por brasileiros e que convidou o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira para prepararem um edital com novas medidas que incentivem os brasileiros a ocupar vagas em cidades mais distantes, onde hoje a maioria é de cubanos.
"Podemos ao longo do convênio ir avisando a Opas de que vamos substituir alguns médicos. Eles saem e entram os brasileiros. Esperamos que isso aconteça ao longo do tempo, até que só brasileiros fiquem no Mais Médicos." Apesar de definir o programa como "transitório", Barros disse que o prazo para acabar ainda é "imprevisível", por depender da disposição de médicos brasileiros para ocupar os postos.
Sobre manter o programa só com brasileiros, afirmou que essa proposta, nos moldes de uma carreira de Estado para médicos, é contra o pacto federativo. "Por que vou ter um contingente de médicos no governo federal se não é minha responsabilidade e se o sistema de saúde é descentralizado?", disse. "A carreira de médico tem que existir nos municípios."
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Leia a íntegra

Apesar de defender a proposta da criação de um plano de saúde popular, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse à Folha não ter expectativa de que a medida "traga alívio à fila do SUS". "Não estamos aliviando, estamos atendendo mais pessoas. Uns pelo plano, outros pelo SUS", afirmou. "Não tenho que atender pelo SUS, tenho que atender a saúde".
Segundo o ministro, a ideia é reduzir a exigência mínima de cobertura definida pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para planos de "internação hospitalar". Questionado sobre a preocupação do setor com a qualidade dos planos, rebate as críticas: "E o SUS, garante bom atendimento?"
Para Barros, é preciso adequar o conceito de direito à saúde, definido pela Constituição, aos limites orçamentários. Daí o aceno ao setor privado. "Se queremos dar tudo para todos, alguém tem que pagar a conta: os próprios que recebem esse tudo para todos. Há que ter um equilíbrio."
Leia abaixo a íntegra da entrevista com o ministro.
Alan Marques/Folhapress
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista à *Folha*
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista à Folha
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Folha - Uma das suas bandeiras tem sido o plano de saúde popular. Como surgiu essa proposta e quanto de alívio espera para o SUS?
Ricardo Barros - Plano de saúde acessível tem uma cobertura menor e um custo menor. Todo tipo de procedimento que pudermos oferecer às pessoas com segurança, qualidade e que não sejam feitos pelo SUS significam um alívio na fila. Se conseguirmos que o mercado possa oferecer planos mais acessíveis, todo recurso que entrar é um recurso para a saúde. Esperamos identificar mais rapidamente qualquer doença que as pessoas tenham para que possamos tratar a um custo mais barato à medida que tenhamos o diagnóstico precoce.
Mas esses recursos seriam para o setor privado.
São recursos para a saúde. Se a pessoa faz uma consulta especializada, se é SUS ou não SUS, não importa. Importa que seja atendido.
Isso também deve diminuir os gastos com o SUS?
Se pudéssemos diminuir o atendimento, sim, mas não é o caso. Toda a economia que eu fizer com gestão será reaplicada em saúde. Não vamos reduzir gastos em saúde. São recursos adicionais.
Há estimativa de quanto isso pode trazer de economia?
Não, porque os planos tem que ser desenvolvidos e precificados pelas empresas. Não tem alívio para o ministério. Só mais atendimento, facilidade de acesso e rapidez. O ministério vai continuar gastando seu orçamento, independente de quanto a saúde suplementar coloca de recursos na saúde.
Como essa proposta está sendo desenhada? O sr. já tem alguns requisitos mínimos?
Não. Isso é uma questão de mercado.
Mas pelo que a ANS regula hoje, há uma cobertura mínima obrigatória. Não haverá exigência semelhante, por mais que seja ainda menor?
Isso será decidido pela agência. A lei já permite planos ambulatoriais, sem internação, e alguns estão no mercado.
A ideia então é que sejam planos só para consultas e exames?
Não. Esses já estão autorizados. [A ideia é] Reduzir a exigência mínima para um plano de saúde de internação hospitalar.
O que deve sair da exigência?
O que a ANS achar que pode ser feito sem prejuízo da qualidade do serviço. Não vou desenhar planos de saúde, não é minha responsabilidade. Minha proposta é estimular as operadoras a ofertar planos mais acessíveis ao mercado. Só isso.
Mas há uma preocupação de movimentos do setor de que os planos de saúde não necessariamente são uma garantia de bom atendimento.
E o SUS, garante bom atendimento? É uma avaliação subjetiva. Ninguém paga o plano se não achar que está tendo reciprocidade.
Mas as reclamações têm crescido nos últimos anos.
Sim. Às telefônicas e aos bancos também.
Estamos tratando de saúde.
A pessoa não é obrigada a ter o plano. Se não está satisfeita, rescinde o contrato. Ninguém estaria pagando plano de saúde, R$ 140 bilhões por ano de faturamento, se não tivesse recebendo uma reciprocidade. O que não impede de ter reclamações sobre o serviço. Como média geral, as pessoas devem estar satisfeitas, senão não pagavam.
Há ideia de qual seria o teto de mensalidade desses planos?
O que o mercado aceitar. Os planos propõem, e a ANS decide.
Jorge Hely/Brazil Photo Press/Folhapress
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, no lançamento do Centro de Operações Conjuntas da Saúde para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
O ministro da Saúde, Ricardo Barros
Propor uma cobertura menor do que a mínima obrigatória não é mexer no principal motivo de existência da ANS, que fez essa medida para evitar mau atendimento ao usuário?
O atendimento vai ser muito bom dentro do que for contratado. O que estamos discutindo é qual a cobertura. Não é a qualidade do plano. Se a cobertura é menor, o valor é menor, e mais pessoas podem ter acesso.
Os planos já deram um norte de quanto podem apresentar de mensalidade?
Não tratei com eles.
Foi uma sugestão dos planos essa proposta?
Não. É uma solução de gestão, porque estou andando Estado por Estado, me reunindo com prefeitos e gestores. Isso pode ajudar a melhorar a gestão da saúde no Brasil.
Além do setor privado, o que o sr. pretende fazer em relação ao SUS?
Aumentar a resolutividade da atenção básica. Melhorar a qualidade das consultas, informatizar todo o sistema para que possamos identificar com clareza quais procedimentos serão feitos, ver que não há duplicação de atendimento e exames que não sejam necessários. Vamos otimizar a aplicação de recursos do SUS. E investir muito em promoção e prevenção na saúde, para evitar que as pessoas recorram ao sistema de saúde. Fizemos uma portaria para estimular a alimentação saudável, e para que faça parte da merenda.
Em outra entrevista à Folha, o sr. disse que o Estado teria que em algum momento rever a questão das garantias previstas na Constituição, inclusive o direito à saúde, porque não teria como financiar.
Não falei de saúde, mas de Previdência. Essa discussão está no STF, onde ações discutem qual é a obrigação do Estado de atendimento para as pessoas. Nosso desafio é conciliar o conceito da Constituição aos limites orçamentários. Quero colocar mais recursos na saúde, mas não do Tesouro, porque o Tesouro não tem.
Seria então transferir parte do atendimento do SUS para o setor privado?
Já convoquei o setor privado para oferecer planos para aumentar o acesso das pessoas à saúde. Se queremos dar tudo para todos, alguém tem que pagar a conta. Quem? Os próprios que estão recebendo o tudo para todos. Eles têm que financiar isso. Há que ter um equilíbrio.
Quanto espera de alívio na fila do SUS com essa transferência para o plano de saúde?
Não terá nenhum alívio. Mas as pessoas que estão esperando na fila vão ser atendidas nesses serviços, e outras no SUS. Não tenho expectativa de que acabe a fila. Não estamos aliviando, estamos atendendo mais pessoas. Uns pelo plano, outros pelo SUS. Não tenho que atender pelo SUS, tenho que atender a saúde.