segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Trabalho Social!!!

Baiana cria rede de formação social de jovens da periferia: 'Ocupar espaços'

Monique Evelle, 22, fundou o 'Desabafo Social' em Salvador, aos 16 anos.
Voz do feminismo negro, ela é uma das 10 que fazem a diferença na Bahia.

Danutta RodriguesDo G1 BA
Filha única, organizada e dorme religiosamente oito horas por dia. Monique Evelle, 22 anos, nasceu e cresceu no Nordeste de Amaralina, em Salvador, bairro estigmatizado pela violência. Cursou o ensino fundamental em colégio particular, mas terminou os estudos em escola pública. Como uma das poucas negras em sala de aula, aos 16 anos criou o Desabafo Social para verbalizar tudo que sentia. A organização, que atua na área dos Direitos Humanos, conta com uma equipe de 96 pessoas espalhadas por 13 estados do Brasil. [No vídeo acima, Monique Evelle fala sobre racismo]
Eu estava sendo silenciada"
Monique Evelle
Essa é apenas uma parte da história de uma jovem considerada uma das 10 mulheres que fazem a diferença na Bahia e está entre as 30 na lista de mulheres com menos de 30 anos com futuro promissor, feita pela Revista Cláudia e Portal MdeMulher, da Editora Abril. Além disso, Monique também figura entre as 25 mulheres negras mais influentes da internet no Brasil. "Estou realizando coisas e ocupando espaços que não passavam pela minha cabeça. Eu estou na linha de ocupar espaços e criar outras narrativas", afirma Monique.
O motivo do currículo formado com tão pouca idade? Os “nãos” que recebeu na vida. “Eu sempre queria falar sobre gênero, relações raciais e coisas afins e todo mundo dizia que as pessoas não iriam entender o que eu queria dizer. Claro, porque só tinha eu e mais dois de negros na sala. Então não iriam entender mesmo”, conta Monique.
Com muita atitude, aos 16 anos ela cansou dos “nãos” e percebeu na prática a diferença entre timidez e silenciamento. “Eu estava sendo taxada como tímida, só que na verdade eu estava sendo silenciada e eu precisava colocar para fora tudo aquilo que eu queria falar por muito tempo. Então, foi nesse contexto que o Desabafo Social surgiu”, diz.
Monique Evelle, de 22 anos, criou o Desabafo Social para verbalizar o que queria dizer (Foto: Danutta Rodrigues/G1)Monique Evelle, de 22 anos, criou o Desabafo
Social para verbalizar o que queria dizer
(Foto: Danutta Rodrigues/G1)
Prestes a se formar como bacharel interdisciplinar em Humanidades pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e com desejo de seguir a carreira acadêmica no futuro, Monique conta que, aos 8 anos, a mãe deu um livro chamado "Por Uma Semente de Paz". Esse livro narra a história de uma professora que conseguiu mudar a realidade da comunidade e muitos estudantes. Por conta disso, a jovem despertou a vontade de ser professora.
"Eu tive a sorte de ter uma mãe que sempre contou histórias de princesas negras para mim", lembra. E toda vez que eu chegava em casa chorando, porque me xingaram por causa do cabelo, da cor da pele, coisas assim, minha mãe contava histórias de princesa que pareciam comigo para eu parar de chorar", revela. Monique conta ainda que o suporte dos pais foi fundamental para poder colocar em prática o Desabafo Social e todos os outros projetos. Eles figuram na lista da jovem como exemplos de vida, ao lado de Vilma Reis, Jamila Ribeiro, MC Soffia e George Vitor, de 13 anos, garoto que mora no mesmo bairro que Monique Evelle e voluntário do Desabafo Social.
Sede do Desabafo Social fica em frente à Casa de Jorge Amado, no Rio Vermelho (Foto: Danutta Rodrigues/G1)Sede do Desabafo Social fica em frente à Casa de
Jorge Amado, no bairro Rio Vermelho, em Salvador
(Foto: Danutta Rodrigues/G1)
Desabafo Social
O projeto já beneficiou cerca de 12 mil jovens ao longo de seis anos. A estimativa de Monique Evelle contempla atividades realizadas em escolas, espaços fechados e também ao ar livre. A organização se divide em três eixos: educação, comunicação e empreendedorismo.
"George Vitor, por exemplo, é um menino de 13 anos que quer ser MC e cada dia eu aprendo com ele. Uma vez teve uma briga na rua e ele foi tentar resolver e me chamou, ficou todo sério e aí depois falou assim ‘Não, deixa pra lá, ele está fazendo isso com a gente porque ele ainda não descobriu que é negro’. Eu nunca sei o resultado que está tendo a ação do Desabafo. Aí quando você vê uma resposta dessa, tranquila, sem briga, ele entendendo seu lugar no mundo, eu disse ‘Meu Deus do céu, também quero ser você’", revela Monique.
O Desabafo Social desenvolve diversos projetos como o Na Roda, que é um espaço de debate, bate-papo; o Escambo de Ideias, que acontece como videoconferência e ao vivo; o projeto Redes Vivas, que é com foco em pessoas negras e trans, onde são mapeadas redes de saúde e assistência mais próxima da pessoa, entre outras ações e atividades.
Se a coisa tá preta, a coisa tá boa"
Monique Evelle
"Agora a gente vai lançar uma plataforma de educação a distância e já começamos com o projeto que a gente chama de Inventividades, que é muito tirar o projeto do papel e colocar em prática com o mínimo de recurso possível que você tem para fazer alavancar o projeto", revela Monique. "Isso porque o Desabafo começou em uma folha de ofício e hoje estamos ganhando o Brasil", completa.
Com uma equipe formada por 92 voluntários no país, sendo a mais jovem uma garota de 15 anos, o Desabafo Social quer transformar a realidade de crianças, adolescentes e jovens através da educação e comunicação na área dos direitos humanos .
Monique Evelle (Foto: Reprodução/Site Kumasi)Monique Evelle criou linha de produtos da Kumasi
  (Foto: Reprodução/Site Kumasi)
'Se a coisa tá preta, a coisa tá boa'
Além do trabalho com o Desabafo Social, Monique Evelle também criou uma plataforma para empreendedores negros, a Kumasi. A ideia surgiu a partir de uma frase dita em uma das palestras da jovem e que estampou uma camisa feita por ela.
"Em 2014 eu fiz uma palestra que eu falei 'Se a coisa tá preta, a coisa tá boa', porque as pessoas falam sempre em tom pejorativo. Se a coisa tá preta é porque sempre deu errado. Tudo relacionado a preto é coisa ruim. Se tá preto é porque tá bom, e essa frase viralizou", explica.
Após circular com a camisa que tinha a frase, Monique percebeu o interesse das pessoas e enxergou a possibilidade do Desabafo Social ser sustentado com a venda de camisas com frases afirmativas.
"Tem muitos empreendedores e empreendedoras negras em Salvador que já estão nisso há muito tempo e não conseguiram alavancar os seus negócios. Então, surgiu a Kumasi, que é mais um market place para empreendedores negros", define.
Atualmente, são 11 empreendedores na plataforma e já foram realizadas três rodadas de negócios na linha de formação. "Então a Kumasi surgiu nesse contexto de sustentar o Desabafo e também garantir que ela banque outros projetos que já existem", conclui.

Notícias do Mundo!!!

Na TV, Trump confirma muro e diz que pode pedir conselhos a Bill Clinton

Primeira entrevista após eleição foi concedida ao ’60 Minutes’, da CBS
Presidente eleito também falou sobre Obamacare, deportações e Hillary.

Do G1, em São Paulo
Donald Trump concede entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, ao lado da mulher, Melania, e de seus filhos Tiffany, Donald Jr., Eric e Ivanka (Foto: Reprodução/Youtube/CBS Evening News)Donald Trump concede entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, ao lado da mulher, Melania, e de seus filhos Tiffany, Donald Jr., Eric e Ivanka (Foto: Reprodução/Youtube/CBS Evening News)
Em sua primeira entrevista após ser eleito presidente dos EUA, Donald Trump voltou a afirmar no domingo (13) que irá construir um muro na fronteira com o México e estimou em até 3 milhões o número de pessoas que podem ser inicialmente deportadas do país.
Mas o republicano abrandou um pouco o discurso em relação ao sistema de saúde do atual presidente, e também aproveitou para elogiar enfaticamente sua adversária, a democrata Hillary Clinton, e o marido dela, o ex-presidente Bill Clinton.

Ao lado da mulher, Melania, e de seus quatro filhos mais velhos, Donald Jr., Eric, Ivanka e Tiffany, ele concedeu a entrevista à jornalista Lesley Stahl, para o programa 60 Minutes, da CBS. A gravação aconteceu na sexta-feira, na cobertura de Trump, em Nova York.

Ao ser perguntado pela entrevistadora se aceitaria uma cerca no lugar do muro na fronteira com o México, já que esta seria a versão debatida pelo Partido Republicano no Congresso, ele afirmou que sim, em partes. “Para algumas áreas eu aceitaria, mas para outras um muro é o mais apropriado”.

Ele então falou sobre os processos de deportação. Durante a campanha eleitoral, Trump chegou a dizer que deportaria todos os imigrantes ilegais, cerca de 11 milhões de pessoas, e que depois permitiria que “boas pessoas” retornassem legalmente aos Estados Unidos.

Na entrevista ele reduziu bastante a cifra, ao dizer que o foco inicial serão pessoas com históricos de crime. "O que iremos fazer é pegar essa gente que é criminosa e tem fichas criminais, membros de gangues, traficantes, temos muitas dessas pessoas, provavelmente dois milhões, talvez três milhões. Vamos tirá-los do nosso país ou prendê-los. Mas vamos tirá-los de nosso país, eles estão aqui ilegalmente. Depois que as fronteiras estiverem seguras e que tudo se normalizar, vamos cuidar das pessoas de quem você está falando. Que são pessoas incríveis. Mas, antes de fazer isso, é muito importante tornar as fronteiras seguras”, afirmou.

Outro ponto marcante na campanha foi sua promessa de “revogar e substituir imediatamente” o Obamacare. Na entrevista, porém, ele admitiu que estuda manter parte das coberturas, porque “elas são a parte mais forte” do programa. Quando perguntado se isso seria aplicado a pessoas com condições pré-existentes, ele confirmou e incluiu também filhos de até 26 anos que moram com os pais. “Isso acrescenta custos, mas é algo que tentaremos muito manter”.

Trump também tranquilizou aqueles que poderiam ficar sem cobertura entre a revogação do Obamacare e a instauração de seu substituto, sobre o qual não forneceu detalhes. Segundo o presidente eleito, não haverá um intervalo que deixe pessoas desamparadas. “Vamos fazer isso simultaneamente, elas ficarão bem. É isso que eu faço, faço um bom trabalho. Sei como fazer as coisas”, disse. “E será um ótimo sistema de saúde, por muito menos dinheiro”.
Donald Trump disse ainda que o Twitter é uma ferramenta muito eficiente para "espalhar a palavra" e que certamente contribuiu para sua vitória na eleição. Ele garantiu, porém, que será "muito restrito" após assumir a presidência e que talvez não poste muitas coisas.
Obama
Sobre o encontro com o presidente Barack Obama, Trump revelou que eles conversaram muito sobre o Oriente Médio e que esse foi o principal assunto a transformar uma reunião prevista para durar 15 minutos em um diálogo de uma hora e meia.

"Eu queria ouvir sua opinião completa e consegui, obtive grande parte da avaliação dele... e gostei disso porque vou herdar essa situação em breve. Achei ele magnífico. Achei ele... muito esperto e muito agradável. Grande senso de humor, na medida que você pode ter senso de humor quando fala de assuntos sérios", elogiou.
O novo presidente disse ainda que o fato de ambos terem trocado palavras pouco elogiosas durante a campanha não foi comentado e não criou um clima estranho ou constrangedor entre eles. "Nunca discutimos isso. Eu disse coisas terríveis sobre ele e ele sobre mim. Nós jamais discutimos o que dissemos um sobre o outro... vou ser honesto, do meu ponto de vista zero, zero (constrangimento). E isso é estranho. Estou na verdade surpreso em contar isso. É, sabe, um pouco estranho", avaliou.

Clinton
Em outro trecho da conversa, ele elogiou a família Clinton, admitiu que pode pedir conselhos a Bill e falou sobre o telefonema que recebeu de Hillary concedendo que havia perdido a eleição e que ele seria o novo presidente.

“Hillary me ligou, e foi um telefonema adorável. E foi duro para ela fazer essa ligação, eu posso imaginar. Mais duro do que teria sido para mim, e para mim já teria sido muito difícil. Ela não poderia ter sido mais agradável. Disse ‘parabéns, Donald. Muito bem’ e eu disse que queria agradecer muito, ela foi uma grande competidora, ela é muito forte e muito esperta”, contou.

Trump acrescentou que Bill Clinton telefonou no dia seguinte. “Ele não poderia ter sido mais encantador. Disse que foi uma disputa incrível, uma das mais incríveis que ele já viu. Ele foi muito, muito...realmente muito legal”.

Stahl lembrou então que Trump disse que poderia telefonar para Obama e pedir conselhos. A jornalista questionou se ele faria o mesmo com Bill Clinton. “Bem, ele é um cara muito talentoso. Ambos. Quero dizer, essa é uma família muito talentosa. Certamente, eu certamente pensaria nisso”, respondeu.
Trump também afirmou que não se arrepende de nada do que disse sobre a adversária durante a campanha, mas que gostaria que as coisas tivessem sido "mais calmas". "Não posso me arrepender. Não - eu gostaria que tivesse sido mais calmo, mais agradável, gostaria talvez que fosse mais centrado na política. Mas, vou dizer uma coisa, é realmente algo de que me orgulho muito. Foi uma tremenda campanha".
Família
Melania Trump afirmou ter noção do tamanho da responsabilidade de ser primeira-dama e reafirmou que quer lutar contra o ciberbullying. A essa altura, a entrevistadora perguntou sobre os ataques de seu próprio marido no Twitter, e ela admitiu que reclama com frequência das coisas que ele escreve. "Às vezes ele me escuta, às vezes não... acho que ele me ouve. Mas no final faz o que quer. Ele é um adulto, sabe das consequências. E eu dou minha opinião. Ele pode fazer o que quiser com ela", disse.
Já os filhos de Trump comentaram o momento em que acompanhavam, ao lado do pai, a apuração e chegaram à conclusão de que ele estava eleito. "É difícil expressar em palavras a experiência da emoção quando seu pai se torna o presidente dos Estados Unidos. Sentimos um enorme orgulho, uma alegria. É incrivelmente excitante", avaliou Ivanka.
"É um momento que jamais esquecerei", acrescentou Eric. "Não acho que podemos realmente nos preparar para nosso pai se tornar presidente. Mas estavamos todos juntos, com todos aqueles que trabalharam tão duro E meu pai tinha trabalhado tão duro. É realmente muito inspirador", opinou Tiffany.

O MAIOR AVIÃO DO MUNDO!!!

Aeroporto de Guarulhos recebe nesta segunda o maior avião do mundo

Antonov 225 vai transportar gerador de 150 toneladas para o Chile.
Operação especial foi montada para chegada da aeronave.

Do G1 São Paulo
Antonov chegará no Brasil no dia 14 de novembro (Foto: Divulgação/ Antonov Company )Antonov chegará no Brasil nesta segunda  (Foto: Divulgação/ Antonov Company )
O Antonov 225, maior avião do mundo e único em operação desse modelo, vai pousar na noite desta segunda-feira (14) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo. A previsão é que a aeronave irá pousar em Cumbica por volta das 23h30.
A aterissagem será transmitida ao vivo na internet pela Gru Airport, concessionária que administra o aeroporto de Cumbica, no Facebook e no Instagram. Até a manhã desta segunda, mais de 1.800 pessoas tinham confirmado presença no evento.
Antes de chegar em Cumbica, a primeira parada do maior avisão do mundo no país será no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. Depois de passar por São Paulo, a aeronave decola em direção ao Chile.
Esta é a segunda vez que ele vem ao Brasil. A primeira foi em fevereiro de 2010.
Com 84 metros de comprimento, 88 metros de envergadura (distância entre as pontas das asas) e 175 toneladas sem carga e sem combustível, o avião tem capacidade para transportar 250 toneladas de carga em longas distâncias. 

Ele vai transportar um gerador de 150 toneladas até Santiago e antes de chegar a Guarulhos, fará uma escala em Campinas para pegar uma peça que servirá de suporte.  Essa é a segunda maior carga a ser transportada na história da aviação, de acordo com a assessoria do aeroporto de Guarulhos.
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Aeronave russa tem 84 m de comprimento e pesa 175 toneladas (Foto: BBC)Aeronave russa tem 84 m de comprimento e pesa 175 toneladas (Foto: BBC)
O aeroporto planejou uma operação especial para receber o Antonov e para carregar o gerador até o porão da aeronave. Foram contratados um guindaste, um pórtico e trilhos para transportar o equipamento.
A aeronave ficará estacionada no pátio do Terminal 2. A operação vai ocupar sete posições de estacionamento. A presença do avião deve movimentar o terminal aéreo com a visita de admiradores e curiosos.
A voo de volta para Santiago está programado para terça-feira (15) às 8h.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Mais do que um clássico!!!

Eu sou você ontem: Brasil e Argentina fazem clássico da euforia contra a crise

Líder e elogiada mundo afora na era Tite, seleção brasileira recebe principal rival em baixa, fora da zona de classificação à Copa, e com técnico pressionado: tudo mudou

Por Belo Horizonte
Brasil x Argentina. Mineirão, nesta quinta-feira, às 21h45 (horário de Brasília). Um superclássico de cenário inimaginável há pouquíssimo tempo atrás. Exercite sua memória:
Há cinco meses, as notícias sobre a seleção brasileira abordavam a vergonha da eliminação na primeira fase da Copa América Centenário, os palavrões de Neymar numa rede social pós-derrota para o Peru, e a possibilidade da troca de técnico para evitar a catástrofe de, pela primeira vez na história, ficar fora da próxima Copa do Mundo.
Há cinco meses, a imprensa argentina analisava os golaços de Messi no mesmo torneio, os 100% de aproveitamento e seu favoritismo diante das eliminações precoces de Brasil e Uruguai.
Só cinco meses, e tanta coisa mudou. Hoje, 10 de novembro, o Brasil lidera as eliminatórias para o Mundial de 2018, tem seu jogo elogiado até internacionalmente, um treinador com o nome gritado por onde passa, e voltou a figurar entre os favoritos aos principais títulos.
A Argentina, por sua vez, está em sexto lugar, fora da zona de classificação, resiste a uma crise institucional gigantesca, tem um técnico sem apoio popular ou da mídia local, e teme – agora o medo é deles – o vexame de não ir à Rússia em 2018.
O que aconteceu? Por que tudo mudou em tão pouco tempo? O GloboEsporte.com explica:
Header Brasil (Foto: Infoesporte)
SAI DUNGA, ENTRA TITE
Tite coletiva da seleção brasileira (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)Tite melhorou o futebol e o astral da Seleção, com status de quase unanimidade (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)
É inegável que a troca de técnico melhorou a Seleção. No lugar de Dunga, que não tinha apoio algum e já era isolado mesmo dentro da CBF, entrou Tite, atual campeão brasileiro com status quase de unanimidade. Carismático e eficiente, o sucessor conquistou rapidamente a simpatia da mídia e da torcida com uma equipe de cara mais moderna e atual, mais jovem, sem vícios ou rancores que eram cultivados pela comissão técnica anterior. O futebol melhorou.
RENOVAÇÃO EM JESUS
Gabriel Jesus Brasil Equador (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)Gabriel Jesus tem quatro gols em quatro jogos: símbolo de esperança a longo prazo (Foto: Rodrigo Buendia / AFP)
Enquanto a Argentina sofre para encontrar novos atacantes, e mantém os mesmos há anos, o Brasil, apoiado na conquista da medalha de ouro na Olimpíada, alçou Gabriel Jesus ao posto de grande estrela quando o transformou em titular da Seleção principal, com a camisa 9 às costas. O garoto de 19 anos, já vendido pelo Palmeiras ao Manchester City, fez quatro gols em quatro jogos, superou expectativas e se transformou no frescor que o Brasil procurava na posição há anos, mas não conseguia encontrar.
SEM PICUINHAS
Marcelo Brasil x Colombia (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)Marcelo voltou à Seleção com Tite e logo se tornou um dos destaques (Foto: Pedro Martins / MoWA Press)
Logo que assumiu, Tite disse que não herdaria nenhuma rusga pessoal da antiga comissão. Isso significava que jogadores com problemas pessoais com Dunga, como Thiago Silva e Marcelo, voltariam ao grupo. Não deu outra. O zagueiro, machucado no início da temporada europeia, ainda demorou a ser convocado, o que lhe custou a condição de titular diante das boas atuações de Marquinhos e Miranda, mas o lateral-esquerdo, de cara, recuperou sua posição e convenceu com ótimo desempenho frente a Equador e Colômbia. O grupo também reagiu bem à volta de ambos, já que são respeitados internacionalmente.
NEYMAR
Neymar com sua nova tatuagem na perna esquerda no treino da seleção brasileira (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)Neymar com sua nova tatuagem na perna esquerda, no treino da seleção brasileira (Foto: Pedro Martins/MoWa Press)
Se a relação do atacante com Dunga e Gilmar Rinaldi era traumática, com a nova comissão técnica parece não haver problemas. Tite conseguiu o que parecia impossível: transformou Neymar em "mais um" jogador da Seleção. Evidentemente o mais talentoso de todos, mas não há mais aquela monopolização de assunto em cima do craque. Dentro de campo, ele rendeu. Fez gols contra Equador, Colômbia e Bolívia, e está pronto para pegar a Argentina dos amigos e companheiros de Barcelona, Lionel Messi e Javier Mascherano.
APOIO POPULAR
Torcida Brasil Honduras Maracanã (Foto: Reuters)Torcida apoia seleção brasileira em jogo no país (Foto: Reuters)
Se o sentimento de antipatia reinava entre o povo brasileiro e a Seleção, o jogo virou. Ao contrário de Dunga, Tite tem seu nome gritado por onde passa. Nesta quinta-feira, o Mineirão será palco do primeiro mosaico de apoio ao time. Qualquer coisa que o atual técnico faça, certa ou errada, tem votos de confiança da população, em razão de seu histórico vencedor. O apoio aproxima o torcedor e lapida ainda mais a confiança dos talentosos brasileiros.
Header Argentina (Foto: Infoesporte)

"O Tite argentino é Simeone, técnico de consenso entre torcida e imprensa após devolver o Atlético de Madrid a um lugar de privilégio, além de ter grande trajetória na seleção. O problema é que ele já disse “não” várias vezes. Se Bauza está hoje no cargo é justamente porque não havia um Tite. Foi uma eleição da comissão normalizadora que controla a AFA. Bauza é um técnico de emergência. Se os resultados da Argentina contra Brasil e Colômbia não forem bons, falarão sobre seu futuro no cargo. O Brasil se recuperou com a mão de Tite e não depende apenas de Neymar. A Argentina depende muito de Messi. Sem ele, ela não vence. Não há um time, vários jogadores são questionados, Aguero está no banco e Di Maria em seu pior momento pela seleção. A equipe nunca esteve fora da zona de classificação para a Copa do Mundo. É uma situação alarmante, e o objetivo é conquistar no mínimo quatro pontos para não passar o fim de ano com a angústia de estar fora da Copa. A pressão no início de 2017 poderia ser letal. A tabela é muito complicada para essa situação."(Sergio Maffei, jornalista do Diário Olé)
PRESSÃO
Messi argentina derrota final copa do mundo (Foto: André Durão)Messi lamenta vice-campeonato na Copa do Mundo de 2014, após derrota para a Alemanha (Foto: André Durão)
São 23 anos sem levantar qualquer taça importante. A cada jogo, o jejum e a pressão por títulos aumentam. Imprensa e torcida argentina não suportam mais ter o melhor do mundo e uma geração que prometia fazer com que a Argentina saísse da fila, mas sem nenhuma conquista. Com jogadores destaques em clubes europeus de ponta, a Argentina andou batendo na trave, somando quatro vices (as Copas Américas de 2004, 2007 e 2016, e a Copa do Mundo 2014).
POLÍTICA
A Associação de Futebol Argentino (AFA) atravessa uma de suas principais crises . Em maio, o governo decidiu intervir no processo eleitoral, devido a uma investigação sobre desvio de recursos do programa de apoio ao futebol no país. Em junho, após a perda da Copa América Centenário, para o Chile, o presidente da entidade, Luis Segura, renunciou ao cargo. Desde então, há uma junta regularizadora, presidida por Armando Pérez, e supervisionada pela FIFA, que toma decisões pela entidade. Em meio ao processo de investigação e à indefinição de comando, a AFA escolheu Edgardo Bauza como treinador, após recusas de Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli, preferidos pela opinião pública.
MUDANÇA DE TÉCNICO
Edgardo Bauza, técnico da Argentina (Foto: Rafael Araújo)Edgardo Bauza foi escolhido como técnico, mas está longe de ser unanimidade na Argentina (Foto: Rafael Araújo)
Após a derrota nos pênaltis para o Chile na Copa América Centenário, no Estados Unidos, o técnico Gerardo Martino pediu demissão. O treinador não conseguiu reunir 22 jogadores para representar a Argentina para a disputa da Olimpíada, em agosto. Diante das recusas de Bielsa e Sampaoli, Edgardo Bauza foi o escolhido. O treinador estreou com vitória - a única até aqui – diante do Uruguai, com Messi em campo. Depois, empatou duas vezes e perdeu em casa para o Paraguai. Bauza corre contra o tempo para que a mudança surta efeito para a Argentina.
MESSI PARADO
Messi com a perna esquerda toda pintada cobrindo tatuagens no treino da seleção da Argentina (Foto: AP Photo/Eugenio Savio)Messi desfalcou a Argentina nos últimos três jogos nas eliminatórias (Foto: AP Photo/Eugenio Savio)
Desde setembro de 2015, o camisa 10 enfrentou sete lesões: uma no ligamento no joelho, duas no rim e quatro problemas musculares. A última, no empate com o Atlético de Madrid, dia 21 de setembro, o afastou dos campos por quase um mês. Este problema muscular gerou até um atrito entre o Barcelona e Bauza, que criticou o tratamento no clube catalão. Desde que voltou, no jogo contra o La Coruña, dia 15 de outubro, o camisa 10 jogou todas as partidas os 90 minutos – cinco no total. Se existe algum questionamento sobre a saúde física de Messi, nesses jogos ele marcou oito gols e tentará ampliar sua marca contra o Brasil.
ENTRESSAFRA NO ATAQUE
Higuaín Argentina Chile Copa América (Foto: Getty Images)Higuaín resiste como principal centroavante da Argentina, enquanto o Brasil renovou com Jesus (Foto: Getty Images)
Higuaín e Aguero são dois dos mais importantes atacantes do mundo em seus clubes. Com as camisas de Juventus e Manchester City, respectivamente, são inquestionáveis, mas na seleção argentina não se firmam. Principalmente o primeiro, marcado pelos gols perdidos nas decisões da Copa do Mundo-2014 e das Copas Américas de 2015 e 2016. Messi mantém o alto nível, mas a seleção sempre teve grandes finalizadores, como Kempes, Batistuta e Crespo. Lucas Pratto, do Atlético-MG, é outra opção. O ataque argentino fez 11 gols em 10 jogos nas eliminatórias.
FICHA TÉCNICA
BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Fernandinho; Paulinho, Renato Augusto, Philippe Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus. Técnico: Tite
ARGENTINA: Romero, Zabaleta, Otamendi, Funes Mori e Más; Mascherano, Biglia, Enzo Pérez e Di Maria; Messi e Higuaín. Técnico: Edgardo Bauza
Data: 10/11/2016 Horário: 21h45 (de Brasília) Local: Mineirão, em Belo Horizonte-MG Árbitro: Julio Bascuñan (CHI) Auxiliares: Christian Schiemann e Marcelo Barraza (CHI) Transmissão: TV Globo, SporTV e GloboEsporte.com. O site abre sua transmissão às 20h e também acompanha em Tempo Real.