sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Telenovela causa debate sobre representação de culturas na ficção!!!


Telenovela causa debate sobre representação de culturas na ficção (Foto: Reprodução)Estudo foi feito para a faculdade de comunicação e partiu da forma que a cultura paraense é retratada na trama de Glória Perez (Foto: Reprodução)








A trama escrita por Glória Perez com direção artística de Rogério Gomes, “A força do querer”, é uma grande aposta da Rede Globo para 2017 no segmento de telenovelas. O último grande sucesso do horário nobre da emissora foi “Avenida Brasil”, em 2012, e desde então nenhuma outra telenovela a igualou. “A força do querer”, ambientada no Pará, veio para alavancar o Ibope das nove, mas não faltam críticas à autora, muitas das quais vindas de telespectadores paraenses descontentes com a representação feita do seu estado. 
Antes mesmo de estrear, a novela já era alvo de debate. Em março, quando foi anunciado que uma atriz cisgênero iria representar um personagem transgênero, o Movimento Nacional de Artistas Trans divulgou um manifesto no qual destacou a importância de haver personagens trans interpretados por artistas transgêneros.
“Nós estamos aqui e existimos. Cansamos de servir apenas como experimentos cênicos para teatro, cinema, televisão e trabalhos acadêmicos. Queremos e precisamos de oportunidades e emprego”, dizia o manifesto. 
As novelas ajudam os telespectadores a conhecerem lugares, culturas e povos distintos, o que exige pesquisas a respeito. No entanto, muitos paraenses desconfiam que a produção de “A força do querer” não realizou uma pesquisa prévia sobre a região. A jornalista paraense Rita Martins, de 34 anos, sente desconforto ao assistir a novela: “Fico triste, o povo paraense esperava ansioso pela estreia, pois o estado finalmente ganharia destaque, tendo em vista que a novela é de uma grande autora”.
Em sua opinião, a trama caiu “na mesmice” ao enveredar para um sertanejo e uma raiz nordestina, retratando o nortista de forma caricata, distante da realidade. A jornalista acredita que houve “preguiça em se fazer uma pesquisa por região e suas peculiaridades”.
Glória Perez é conhecida por tratar as tramas com teor antropológico. Suas narrativas sempre se voltam para conflitos culturais e étnicos, que se misturam com temas como tráfico humano, uso de drogas, imigração, esquizofrenia e muito outros, como ocorreu em novelas como “O clone”, “América”, “Caminho das Índias” e “Salve Jorge”. Para que haja um choque cultural, a autora busca retratar estados ou países distintos que em determinado momento se interligam e impulsionam a trama.
Casamento dos personagens Ritinha e Zeca: cenário humilde para retratar o Pará (crédito: divulgação Rede Globo)
Ana Lucia Enne, professora de estudos culturais e de mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), lembra que toda novela é um “produto discursivo, resultado de múltiplas vozes”. Assim, o autor nunca fala sozinho. Nesse processo, Glória Perez se torna “um sujeito dialógico, atravessada por outras falas”, como as do diretor, da emissora e de seus interesses comerciais, ideológicos, políticos e estratégicos. “É um produto midiático de múltiplas mediações”. 
Nesse jogo de disputa de vozes, resta aos representados lutarem por uma representação com a qual se identifiquem. Julio de Masi, defensor público do estado do Pará, deixou claro o seu descontentamento com a trama num post em rede social. Procurado pela reportagem, ele comentou sobre Parazinho, cidade fictícia usada na trama para se referir ao Pará.
“Apesar de a Globo afirmar que a novela não se passa em Belém do Pará, o texto comprova que, mesmo com cenas gravadas em Manaus, Acre e Belém, é nossa cultura sim! Nossas expressões são usadas com frequência nas cenas. Confundiram nossa cultura com a cultura nordestina, pois usar o ‘égua’ aqui é sagrado, como se fosse em Porto Alegre o ‘tchê’ e o ‘visse’ no Nordeste”, compara o defensor público.
Mesmo se mostrando desapontado com a trama, Julio de Masi vê aspectos positivos, já que o Pará, finalmente, está sendo visto por milhares de pessoas Brasil afora: “O importante é estar na mídia em horário nobre e de alcance”.
Numa das cenas que virou motivo de chacota, a personagem Ritinha, interpretada pela atriz Isis Valverde, nadava num aquário inexistente no mercado do Ver-o-Peso. Segundo a jornalista Rita Martins, mesmo sem ser documental, a novela deveria preservar alguma “lógica entre ficção e realidade”.
Estudante de enfermagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), Jonathan Sampaio, de 24 anos, classifica a trama como mediana. Assim como os outros entrevistados, ele observou o uso incorreto de expressões e percebeu, ainda, a valorização da cultura carioca em detrimento da paraense. “Estão retratando os paraenses como um povo ignorante e selvagem, que não sabe se comportar diante das pessoas. Devem achar que aqui só tem mato, que se vive em roda de carimbó. A cena que mais me desagradou foi quando a atriz Maria Fernanda Cândido, da personagem Joice, falou para Ritinha que a nossa expressão ‘égua’ é feia, vulgar e que o nosso ‘banho de cheiro’ é macumba”, disse Jonathan. 
Porém, Ana Enne pondera: mesmo uma representação sendo a mais “verdadeira” possível não deixaria de ser uma representação da realidade, que deve atender a um público amplo. “Existe o efeito ‘para quem você está falando’. No caso de ‘A força do querer’ não é exatamente para o paraense; é para o resto do Brasil ou para o mundo ter uma ideia do Pará”, diz a professora. Entram em jogo ainda questões estratégicas de mercado, como os interesses turísticos.
O impacto pôde ser comprovado com “Salve Jorge” (de 2012), em que parte da trama foi gravada na Turquia, mostrando um cenário deslumbrante de Istambul e da Capadócia. Um levantamento realizado na época pelo site Hotéis evidenciou que a busca de brasileiros por hospedagem na capital turca aumentou 66% na semana de estreia da novela em relação ao mesmo período do ano anterior. 
A jornalista carioca Raissa Lima, de 23 anos, telespectadora assídua de novelas, disse gostar muito de “A força do querer” e percebe o embate cultural entre Pará e Rio de Janeiro da trama como proposital. Em sua opinião, isso não significa que o estado esteja sendo desrespeitado, embora a novela teria falhado em não mostrar um personagem paraense de “poder”, pois apenas os personagens da cidade grande são executivos. Mesmo assim, elogia muito a história: “Acredito que a função dela (da novela) seja incomodar e trazer algo que precisa ser discutido, mexer com a sociedade e falar de assuntos polêmicos. Como em toda ficção, ela desperta o imaginário da população. Certamente algumas pessoas foram buscar ver como é o Pará, suas características. O Pará da novela é uma mistura das culturas de toda região Norte-Nordeste”.
O advento da televisão no Brasil, na segunda metade do século passado, trouxe novos elementos para o debate sobre a identidade nacional, muitas vezes definida a partir de padrões do Sul e do Sudeste, em detrimento de outras culturas regionais, vistas de forma estereotipada. A pesquisadora Ana Enne observa como a telenovela contribui para a construção de discursos sobre a realidade: “Você pode ter a realidade como base e filmar no Pará, no Marrocos ou na Turquia, mas será sempre uma construção. Quando você ‘cola’ essa ficção em algo que existe, cria um selo de autenticidade, como se aquilo fosse o Pará. O público não pensa que aquilo é uma ficção, mas que aquilo é o Pará. O discurso jornalístico faz isso, assim como a novela”. 
Desse modo, embora “falhando” em alguns aspectos, as telenovelas são instrumento importante para o debate de ideias e para a visibilidade de determinadas culturas. Mesmo que a ficção não abranja a realidade por completo, não se deveria abrir mão de lutar por melhores representações, segundo a professora Ana Enne.
Apesar das controvérsias, “A força do querer” vem cumprindo o seu papel para a emissora. Dados do Ibope apontam que no fim de maio a novela chegou a alcançar 40 pontos de audiência no Rio de Janeiro e 34,6 na Grande São Paulo. Aos paraenses, ficam as lembranças (nem sempre agradáveis) dos 13 capítulos gravados na fictícia Parazinho.
>> Jackeline de Oliveira Pinho é paraense e estuda jornalismo no Rio de Janeiro <<

Aguinaldo Silva ironiza plágio em cena de ‘A Força do Querer’!!!


Aguinaldo Silva ironiza plágio em cena de ‘A Força do Querer’ (Foto: )







A cena em que Bibi aparece nadando em dinheiro deu o que falar. E rendeu até provocação de um colega de Gloria Perez, autora de A Força do Querer.
O novelista Aguinaldo Silva deu uma alfinetada em Gloria Perez ao lembrar que mergulhar na grana não é novidade na dramaturgia global. “Desculpem, mas foi ELE quem começou e o resto veio atrás. Assista #Império pelo #GloboPlay”, escreveu o autor referindo-se a Zé Alfredo, personagem de Alexandre Nero em Império (2014).
A afirmação teve resposta de alguns internautas. “Na verdade quem começou foi o Tio Patinhas”, disse um seguidor. “Que honra conhecer o criador do tio Patinhas”, brincou outro.
O novelista respondeu com seu estilo característico: “Quereedos, quando ele diz ‘sempre tive inveja daquele pato’ é do Tio Patinhas que estou falando. Em dramaturgia isto se chama ‘citação’…”, explicou Aguinaldo. Deslumbrada com os lucros do tráfico, a personagem de Juliana Paes é presa depois de ‘ostentar’ o dinheiro nas redes sociais. Confira a repercussão da cena:
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ornal revela os principais finais de ‘A Força do Querer’; vem ver!!!


Jornal revela os principais finais de ‘A Força do Querer’; vem ver! (Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)
A pouco mais de um mês para a exibição de seu último capítulo, “A Força do Querer” já parece ter seus principais desfechos definidos por Gloria Perez. Em reportagem desta quinta-feira (14) no Jornal Extra, a jornalista Carla Bittencourt revelou o que deve acontecer com Rubinho, Bibi, Jeiza, Ritinha e cia… 
O chefe do morro vivido por Emílio Dantas morrerá num embate com policiais, enquanto Bibi, já separada do marido, terminará a trama com Caio (Rodrigo Lombardi). Assim como rolou na vida real, a perigosa será considerada inocente pela polícia e lançará um livro contando sua história. Segundo a publicação, a ideia de Gloria seria que Fabiana Escobar (a verdadeira Bibi Perigosa) participasse do lançamento da biografia e recebesse o primeiro autógrafo da personagem de Juliana Paes.
Com Bibi e Caio juntos, Jeiza (Paolla Oliveira) terá seu ‘final feliz’ ao lado de Zeca (Marco Pigossi). Daí vocês podem pensar que restará a Ritinha ficar com Ruy (Fiuk), certo?! Mas de acordo com o Extra eles não terminarão juntos não… A personagem de Isis Valverde deixará o filho Ruyzinho (Lorenzo Berbet) com Zeca e Ruy e voltará para as águas de Parazinho para viver livre como sereia!
Por fim, a jornalista ainda revelou que o desfecho de Ivan (Carol Duarte) segue em aberto, mas que o mais provável é que ele termine a trama com Cláudio (Gabriel Stauffer). Ele retornará na última semana da novela e a princípio tomará um susto ao ver a ex. Mas depois ele conseguirá ver a namorada como Ivan e os dois voltarão a namorar como muitos telespectadores queriam.
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BOM DIA A TODOS E UM EXCELENTE FINAL DE SEMANA!!!

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"QUE NOSSAS ESPERANÇAS SEJAM RENOVADAS A CADA AMANHECER E QUE NOSSAS VIDAS SEJAM INSTRUMENTOS DE DEUS... UM EXCELENTE FINAL DE SEMANA A TODOS"... (NA FOTO: IGREJA MATRIZ DE CURUÇÁ-PA)

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sons automotivos são patrimônio cultural e artistas reclamam!!!




Sons automotivos são patrimônio cultural e artistas reclamam (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
O mais novo patrimônio cultural de natureza imaterial do município de Belém agora é a sonorização e estilização automotiva. Mas o título recebido na última segunda-feira, 4, e aprovado por unanimidade na Câmara Municipal ainda não caiu muito bem para alguns artistas e para quem convive com a poluição sonora causada por eles. Autor do projeto de lei que reconheceu a prática – que inclui ainda os carros rebaixados - o presidente da CMB, vereador Mauro Freitas (PSDC), afirmou durante a votação que essa é uma questão importante para a cidade, justamente por causar polêmica.
O projeto de lei mantém a proibição de sons com alto volume em locais como postos de gasolina e vias públicas. Por lei federal, o limite permitido para vias terrestres abertas à circulação de pessoas é de 80 decibéis, medidos a 7 metros de distância do veículo. Para os amantes dos carros tunados, continua sendo permitido o uso do som automotivo sem limite de decibéis em locais exclusivamente de competição e apresentação, destinados para este fim pelas autoridades competentes. 
“Queremos regularizar isso e legislar para que a Polícia Militar e a Dema (Delegacia de Meio Ambiente) ajam com mais rigor, mas também queremos valorizar quem tem isso como hobby, quem trabalha com som, gera empregos e respeita o próximo”, afirmou o presidente da CMB.
A geração de renda, inclusive, foi um dos argumentos utilizados por outros vereadores para justificar o título de patrimônio. “A construção desses veículos movimenta a economia de quem fabrica as peças, do dono da loja que vende e do vendedor que está empregado”, afirmou Elenilson Santos (PTdoB).
O projeto aprovado na Câmara também elegeu o dia 7 de agosto como a data para comemorar o “Dia do Som e Estilização Automotiva em Belém”. Integrantes da Associação Som Automotivo do Pará (SAP), que vinha desde 2016 fazendo campanha pelo reconhecimento, continuam a comemorar a aprovação. “Queremos a regularização e conscientização tantos dos participantes do som automotivo quanto da população, para que isso aconteça de uma forma harmoniosa na sociedade. Estamos muito felizes e agradecidos”, declarou Michelle Bastos, presidente da associação.
Dois pesos, duas medidas
Como toda polêmica na atualidade, a decisão dos veredores de Belém virou debate bem polarizado nas redes sociais e fora delas também. Enquanto nas páginas dedicadas aos fãs do som e da estilização automotiva, pessoas de várias partes do país elogiaram a iniciativa paraense e disseram sonhar com o mesmo para suas cidades – em outras capitais a tentativa de liberação desse tipo de prática foi vetada –, fora desse círculo, as críticas foram intensas.
“Infelizmente, na contramão de outros locais, onde se combate a poluição sonora de sons automotivos, a Câmara Municipal de Belém reconhece o som automotivo do Pará como Patrimônio Cultural e Imaterial de Belém. A poluição sonora causada por sons automotivos também contribui para a misofonia e a hiperacusia (enfermidades relacionadas à redução de tolerância de som). É péssimo para quem sofre de Transtorno do Espectro Autista. Aliás, o projeto para um centro de reabilitação integral para autistas foi vetado no dia 29 de agosto deste ano, pela mesma Câmara Municipal”, protestou a Associação Virtual Brasileira de Misofonia.
A discusão pesou ainda mais pelo lado de quem há anos tenta sobreviver ao descaso do poder público na capital paraense em relação à cena cultural e artística. Valcir Bispo, um dos responsáveis pela campanha da implantação de um Sistema Municipal de Cultura com fundos municipais para investimentos em projetos de cultura na cidade, coloca como uma contradição que “enquanto espaços culturais definham e mestres de cultura popular morrem na pobreza, vereadores de Belém decidam que quem faz Cultura é o elemento que bota o som do carro nas alturas”.
Roberta Mártires, do Espaço Cultural Apoena, conhecido por sua programação voltada para a música autoral paraense, também faz suas comparações. “Enquanto o som automotivo vira patrimônio imaterial, a Semma (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) pega pesado com o Apoena que tem toda sua documentação corretíssima… Complicado. O jeito é fechar os espaços e comprar carro para fazer festa”. Eles ainda dão um resumo do que pagam para funcionar: por ano são R$ 225 de vistoria da Delegacia de Polícia Administrativa (DPA), R$ 505,26 de alvará, R$ 1.219,94 de taxa de porte poluidor para a Semma; e R$ 505,26 por mês de taxa de licença sonora.
Respostas
O vereador Mauro Freitas escreveu em sua justificativa para o projeto de lei que se houver a delimitação de espaços para a prática do som automotivo, “como já consta na resolução 204/06 do Contran”, não haverá necessidade de praticantes “importunarem a coletividade”, sendo necessário que “o Plano Diretor cumpra com sua função maior compreendida em fazer a vida urbana mais confortavel”. A Associação de Sons Automotivos do Pará também afirma que o que deseja é ter regulamentação e não ser marginalizada.
“Infelizmente somos vistos como vagabundos por muitos, mas essas mesmas pessoas que nos julgam não entendem, em grande parte, que nós do som automotivo somos cidadãos com direitos e deveres, também. Não estamos aqui para fazer bagunça, mas é claro que infelizmente em nosso meio automotivo há pessoas que alopram, que bagunçam e que desrespeitam, assim como na polícia há as milícias, assim como no meio político há os corruptos”, escreveram em resposta aos comentários contrários ao projeto de lei publicados em rede social.
Algumas observações feitas por artistas como a cantora Sammliz, que lembrou ser Mário Freitas um dos vereadores que foram contra o ar condicionado nos ônibus de Belém, também foram rebatidas pela associação. “Se há vários aspectos em Belém que precisam ser melhorados, como a falta de segurança, a questão dos ar condicionados nos ônibus e etc., façam o mesmo que nós do som automotivo (…), se mobilizem a todo vapor para melhorias na cidade, assim como fizemos pela nossa paixão, que a diferença vai ser notada. Agora, se a população se manter satisfeita com o caos que Belém está, que não nos julgue por termos conseguido o que conseguimos”.
Evento
O título de patrimônio cultural de natureza imaterial motivou ainda a criação de mais uma associação, a União Automotiva do Pará (UAP), para fortalecer o movimento automotivo do Estado. O lançamento será com um evento no estacionamento interno do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, hoje, das 10h às 20h, com ingresso à venda no local

(Laís Azevedo/Diário do Pará)

'Taradão' volta à prisão pela morte de irmã Dorothy Stang!!!



'Taradão' volta à prisão pela morte de irmã Dorothy Stang (Foto: Arquivo/Diário do Pará)
(Foto: Arquivo/Diário do Pará)
O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como "Taradão", foi preso em sua residência em Altamira, no sudeste paraense, nesta quarta-feira (13).  Segundo informações da Polícia Federal, ele foi preso em cumprimento a um mandado expedido em junho de 2017, condenado pelo assassinato de Dorothy Stang, em 2005, em Anapu, região sudeste do Estado.
Regivaldo Galvão prestou depoimento na Polícia Federal e, em seguida, foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Altamira, onde passou por exames. Ele será encaminhado para uma unidade prisional do Estado.
Em 2010, o fazendeiro foi condenado a 30 anos de prisão. Após o julgamento, seus advogados entraram com recurso e ele seguia em liberdade. O Habeas Corpus que garantia o benefício, no entanto, foi negado em junho deste ano.
O caso
Em 12 de fevereiro de 2005, a missionária norte-americana Dorothy Stang, então com 73 anos, que defendia o uso sustentável da terra, no município de Anapu, foi assassinada. Irmã Dorothy lutava pela reforma agrária no Estado do Pará.
“Devemos trazer à sociedade a realidade da questão fundiária no Estado. Temos um compromisso com a vida, com a floresta, com os pobres e com as pessoas que não têm um pedaço de terra, algo que é previsto pela Constituição. Nessa programação, vamos lembrar não só da morte da nossa irmã, mas também do motivo da morte dela”, afirmou Luiza Virgínia Morais em 2015, membra da comissão Dorothy Stang, para marcar a data de 10 anos da morte da religiosa.
(DOL)