quinta-feira, 7 de março de 2019

NOSSA HOMENAGEM!!!

Dia Internacional da Mulher: a origem operária do 8 de Março

Data é celebrada oficialmente desde 1975, mas sua origem remonta do início do século 20, quando diversos protestos de mulheres ecoaram pelos Estados Unidos e Europa reivindicando melhores condições de trabalho e igualdade de direitos


Dia Internacional da Mulher é hoje uma data marcada por protestos que pedem igualdade de gênero

Dia Internacional da Mulher é hoje uma data marcada por protestos que pedem igualdade de gênero

Getty Images
comemorativas, ela não foi criada pelo comércio — e tem raízes históricas mais profundas e sérias.
Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século 20.
Hoje, a data é cada vez mais lembrada como um dia para reivindicar igualdade de gênero e com protestos ao redor do mundo - aproximando-a de sua origem na luta de mulheres que trabalhavam em fábricas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.
Elas começaram uma campanha dentro do movimento socialista para exigir seus direitos — as condições de trabalho delas eram ainda piores que as dos homens à época.
A origem da data escolhida para celebrar as mulheres tem algumas explicações históricas. No Brasil, é muito comum relacioná-la ao incêndio ocorrido em Nova York no dia 25 de março de 1911 na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens (naa maioria, judeus), que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.
No entanto, há registros anteriores a esse episódio que trazem referências à reivindicação de mulheres para que houvesse um momento dedicado às suas causas dentro do movimento de trabalhadores.
As origens dos Dia Internacional da Mulher
Se fosse possível fazer uma linha do tempo dos primeiros "dias das mulheres" que surgiram no mundo, ela começaria possivelmente com a grande passeata das mulheres em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York.
Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia Internacional da Mulher

Na Rússia, em 1917, milhares de mulheres foram às ruas contra a fome e a guerra; a greve delas foi o pontapé inicial para a revolução russa e também deu origem ao Dia Internacional da Mulher

Getty Images
Naquele dia, cerca de 15 mil mulheres marcharam nas ruas da cidade por melhores condições de trabalho - na época, as jornadas para elas poderiam chegar a 16h por dia, seis dias por semana e, não raro, incluíam também os domingos. Ali teria sido celebrado pela primeira vez o "Dia Nacional da Mulher" americano.
Enquanto isso, também crescia na Europa o movimento nas fábricas. Em agosto de 1910, a alemã Clara Zetkin propôs em reunião da Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas a criação de uma jornada de manifestações.
"Não era uma questão de data específica. Ela fez declarações na Internacional Socialista com uma proposta para que houvesse um momento do movimento sindical e socialista dedicado à questão das mulheres", explicou à BBC News Brasil a socióloga Eva Blay, uma das pioneiras nos estudos sobre os direitos das mulheres no país.
"A situação da mulher era muito diferente e pior que a dos homens nas questões trabalhistas daquela época", disse ela, que é coordenadora da USP Mulheres.
A proposta de Zetkin, segundo os registros que se tem hoje, era de uma jornada anual de manifestações das mulheres pela igualdade de direitos, sem exatamente determinar uma data. O primeiro dia oficial da mulher seria celebrado, então, em 19 de março de 1911.
 Em 1913, as mulheres já protestavam pelo direito de votar nos Estados Unidos; nessa época, eram frequentes os protestos também por melhores condições de trabalho

Em 1913, as mulheres já protestavam pelo direito de votar nos Estados Unidos; nessa época, eram frequentes os protestos também por melhores condições de trabalho

Getty Images
Em 1917, houve um marco ainda mais forte daquele que viria a ser o 8 de Março. Naquele dia, um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa.
O protesto aconteceu em 23 de fevereiro pelo antigo calendário russo - 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotariam em 1918 e é utilizado pela maioria dos países do mundo hoje.
Após a revolução bolchevique, a data foi oficializada entre os soviéticos como celebração da "mulher heróica e trabalhadora".
Data foi oficializada em 1975
O chamado Dia Internacional da Mulher só foi oficializado em 1975, ano que a ONU intitulou de Ano Internacional da Mulher para lembrar suas conquistas políticas e sociais.
"Esse dia tem uma importância histórica porque levantou um problema que não foi resolvido até hoje. A desigualdade de gênero permanece até hoje. As condições de trabalho ainda são piores para as mulheres", pontuou Eva Blay.
"Já faz mais de cem anos que isso foi levantado e é bom a gente continuar reclamando, porque os problemas persistem. Historicamente, isso é fundamental."
Cartaz em Londres dizendo 'O futuro é feminino': mulheres de todo o mundo fazem marchas e protestos por direitos iguais na semana do 8 de Março

Cartaz em Londres dizendo 'O futuro é feminino': mulheres de todo o mundo fazem marchas e protestos por direitos iguais na semana do 8 de Março

EPA
No mundo inteiro, a data ainda é comemorada, mas ao longo do tempo ganhou um aspecto "comercial" em muitos lugares.
O dia 8 de março é considerado feriado nacional em vários países, como a própria Rússia, onde as vendas nas floriculturas se multiplicam nos dias que antecedem a data, já que homens costumam presentear as mulheres com flores na ocasião.
Na China, as mulheres chegam a ter metade do dia de folga no 8 de Março, conforme é recomendado pelo governo — mas nem todas as empresas seguem essa prática.
Já nos Estados Unidos, o mês de março é um mês histórico de marchas das mulheres.
No Brasil, a data também é marcada por protestos nas principais cidades do país, com reivindicações sobre igualdade salarial e protestos contra a criminalização do aborto e a violência contra a mulher.
"Certamente, o 8 de Março é um dia de luta, dia para lembrarmos que ainda há muitos problemas a serem resolvidos, como os da violência contra a mulher, do feminicídio, do aborto, e da própria diferença salarial", observou Blay.
Segundo ela, mesmo passadas décadas de protestos das mulheres e de celebração do 8 de Março, a evolução ainda foi muito pequena.
"Acho que o que evoluiu é que hoje a gente consegue falar sobre os problemas. Antes, se escondia isso. Tudo ficava entre quatro paredes. Antes, esses problemas eram mais aceitos, hoje não."

terça-feira, 5 de março de 2019

Onyx e Bolsonaro oferecem cargos e verbas para deputados votarem na Reforma da Previdência!!!

Na primeira reunião do presidente Bolsonaro com os líderes da Câmara, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni fala sobre cargos e emendas disponíveis no menu do velho “toma la-da-cá”, comprando votos na reforma da Previdência.

Onyx prometeu aos parlamentares que os espaços nos estados serão disponibilizados para indicações dos políticos e garantiu que não haverá contingenciamento das emendas parlamentares individuais. A proposta acompanha também possivelmente uma lei que pretende reservar a verba necessária para essa compra.
Em recente declaração de deputados, ficou revelado o preço do voto favorável na reforma da previdência, quando Bolsonaro articulava com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), uma lei que reservasse cerca de R$ 7,5 milhões em repasses e obras para cada deputado, e R$ 10 milhões para deputados reeleitos.
O governo poderia fazer o corte proporcional ao realizado nas demais despesas do Executivo, como quando cortou do orçamento na saúde, na educação, na aposentadoria. Mas para facilitar as negociações, decidiu não cortar dos recursos direcionados pelos deputados e senadores desse contingenciamento. Para compra de deputados, dinheiro não faltará. Muito menos para o pagamento da dívida pública, a maior despesa, que aumenta quanto mais se paga, e para onde será destinado cada centavo arrecadado na venda de poços de petróleo, de estatais, e do pagamento a aposentadorias e benefícios sociais.
Esse é preço para que essa reforma que vem para fazer com que os trabalhadores tenham que trabalhar 40 anos para ter acesso ao todo da aposentadoria, alteração de 65 anos para homens e 62 para mulheres (mas que será ajustada bienalmente), congelamento no valor do benefício (que irá perder valor real diante da inflação), na trazendo um futuro de incertezas para os trabalhadores e a juventude.
Bolsonaro em seu discurso focou na reforma da previdência, reforçando que será a juventude e a classe trabalhadora os que pagarão pela crise que os capitalistas criaram, com cortes na saúde e educação se utilizando de métodos de corrupção, seja legalizados ou não, valendo-se de toda velha receita política que Bolsonaro disse que iria combater.


A MUDANÇA!!!



Reportagem de Vera Rosa, na edição desta sexta-feira (1º) do jornal O Estado de S.Paulo, informa que Jair Bolsonaro (PSL) resolveu “abrir o cofre” e estuda liberar até R$ 5 milhões em repasses individuais a deputados e senadores em primeiro mandato para conquistar votos para aprovação da Reforma da Previdência.
Segundo a reportagem, Bolsonaro ainda pretende recorrer à velha política de barganha, liberando cargos de segundo escalão para partidos que se aliem à proposta no Congresso.
Ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM/RS) avisou que os líderes partidários poderão fazer indicações para cargos em repartições federais nos Estados, desde que preenchidos “critérios técnicos”.
Sobre a verba para angariar apoio de parlamentares aos projetos do governo, a barganha não inclui emendas impositivas (obrigatórias) para os parlamentares que foram reeleitos. Cada um deles receberá R$ 15,4 milhões, despesa já prevista no Orçamento. O “bônus”, como é chamado pelo governo, valeria apenas para os novatos, já que eles só terão direito às emendas parlamentares a partir de 2020.
A ideia é que os calouros do Congresso possam destinar recursos a seus redutos eleitorais para a conclusão de obras já em curso e também para ações e serviços em saúde e educação. Dos 513 deputados, 243 estão no primeiro mandato. No Senado, 46 dos 81 são novos.
Se a equipe econômica aprovar o valor próximo a R$ 5 milhões, o total liberado será de aproximadamente R$ 1,4 bilhão para deputados e senadores eleitos em primeiro mandato.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Boa tarde, amigos, sexta-feira plena de bênçãos para todos nós! E vamos que vamos! Que março seja um mês de grandes realizações! Na foto de Joao Ramid Borges, dunas, lago, praia, sol e mar de Salinópolis(PA).

No próximo dia 5 de abril vão ser leiloadas seis áreas dos portos da CDP em Miramar e Vila do Conde, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Serão cinco áreas no Porto Organizado de Belém e uma em Vila do Conde, Barcarena(PA). 

As cinco ficam no Terminal Petroquímico de Miramar e serão destinadas à implantação de empreendimento para movimentação e armazenagem de combustíveis da região de Belém. A BEL02A, com 43.240 m2, tem prazo do arrendamento de 15 anos, com investimentos previstos de R$ 43 milhões. Na BEL02B, com 46.627 m2, o prazo do arrendamento será de 15 anos, com investimentos de R$ 27 milhões. A BEL04 tem 25.010 m2, prazo de 15 anos, com investimentos de R$ 12 milhões. Já a BEL08, com superfície total de 51.450m2, prazo de 20 anos e investimentos de R$ 84 milhões. E a BEL09 tem 3.364m2, prazo de 20 anos e investimentos de R$ 129 milhões. 

A área a ser licitada no Porto de Vila do Conde é destinada à implantação de empreendimento para movimentação e armazenagem de granéis líquidos, especialmente combustíveis. A superfície total é de 47 mil m2. Será atendida pelo Terminal de Granéis Líquidos, que conta com dois berços de atracação, o Berço 501 e o Berço 502. O prazo de arrendamento será de 25 anos e os investimentos previstos de R$ 127 milhões. 

Na foto, Terminal Petroqímico de Miramar.

ENTRE LINHAS HOJE OKOK!!!

Moro revoga nomeação de Ilona Szabó para conselho após 'repercussão negativa'

Ilona é mestre em estudos de conflito e paz e especialista em segurança. Nomeação gerou críticas entre apoiadores de Bolsonaro; ela lamentou 'ação extremada de grupos minoritários'.


Ilona Szabó, em entrevista à GloboNews — Foto: GloboNews

 O Ministério da Justiça divulgou uma nota nesta quinta-feira (28) na qual informou que o ministro Sérgio Moro decidiu revogar a nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Na nota, o ministério informou que a revogação foi provocada por "repercussão negativa em alguns segmentos" da sociedade (leia a íntegra ao final desta reportagem).
Como noticiou o jornal "O Globo", a nomeação de Ilona para o conselho, como suplente, fez com que Moro fosse criticado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Cientista política, Ilona Szabó tem mestrado em estudos de conflito e paz pela Universidade de Uppsala (Suécia) e é especialista em redução da violência e política de drogas.
Fundadora do Instituto Igarapé, que se dedica a estudar e a elaborar propostas de políticas públicas para a redução da violência, Ilona Szabó atuou na ONG Viva Rio e foi uma das coordenadoras da campanha nacional de desarmamento.
Em nota divulgada após a revogação da nomeação, Ilona Szabó afirmou que "ganha a polarização" e que "a pluralidade é derrotada".
Ela disse lamentar não poder assumir o mandato "devido à ação extremada de grupos minoritários" e afirmou que continuará aberta a contribuir com "interlocutores comprometidos com políticas públicas baseadas em evidências".


Agradeço o convite do Ministro Sergio Moro para compor o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), e lamento não poder assumir o mandato devido à ação extremada de grupos minoritários. O país precisa superar a intolerância para atingir nossos objetivos comuns na construção de um país mais justo e seguro.

O Instituto Igarapé desde sua fundação trabalha de forma independente e em parceria com as instituições de segurança pública e justiça criminal no Brasil e em diversos países do mundo. Continuaremos abertos a contribuir com interlocutores comprometidos com políticas públicas baseadas em evidências. O Brasil, mais que nunca, precisa do diálogo democrático, respeitoso e plural.