Índice de infecção por HIV não aumenta após o
Carnaval
Os testes para
detecção da aids e os índices de infecção por HIV não aumentam depois do
carnaval, apesar do senso comum de que nesse período as pessoas fazem mais sexo
desprotegido. O ginecologista e obstetra Christóvão Damião Júnior avaliou
exames realizados no laboratório que é referência para a cidade de Niterói
(RJ). Ele identificou que houve redução no número de testes e de resultados
positivos nos meses de fevereiro.
O trabalho, tese de
mestrado defendida nesta terça-feira na Faculdade de Medicina da Universidade
Federal Fluminense (UFF), aponta para a importância de campanhas preventivas ao
longo do ano, e não apenas sazonais, no período pré-carnaval e em dezembro,
pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids.
Damião Júnior
analisou 64,5 mil exames realizados no período de janeiro de 2005 a dezembro de
2006, no Laboratório Central de Saúde Pública Miguelote Viana, em Niterói.
Nenhum padrão foi encontrado. A média de testes feitos em fevereiro (mês de
carnaval, naqueles anos), ficou em 749,8 exames - a mais baixa, em comparação
com os outros meses do ano.
A média de
resultados positivos também foi aleatória: de 39,3 nos meses de janeiro; 29,3
para fevereiro; 40,8 para março; 31,8 para abril; 31,1 para maio; 34,6 para
junho; 33,8 para julho; 38,6 para agosto; 35,0 para setembro; 34,8 para
outubro; 31,5 para novembro e 33,6 para dezembro. "Queríamos saber se
haveria repercussão das campanhas nos testes sorológicos após essas datas
festivas e isso não ficou demonstrado", afirmou o médico. "É claro
que não podemos extrapolar esse resultado para todo o País, mas espero que esse
trabalho incentive outras pesquisas semelhantes", afirmou.
Nascimentos
Para o médico, não
ficou evidenciado o comportamento de risco no período do carnaval. Ele analisou
ainda o número de bebês nascidos em Niterói em novembro, 9 meses depois do
período da festa nos anos estudados. "Não houve aumento da natalidade nem
de abortos na cidade nesse período. Quem faz sexo sem proteção no carnaval, tem
esse comportamento ao longo do ano. Daí a importância de campanhas de prevenção
duradouras".
O diretor adjunto
do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo
Barbosa, ressalta que não haveria como financiar campanhas de televisão ao
longo do ano. "Não fazemos relação entre o carnaval e o aumento ou
diminuição do número de testes. A data serve de plataforma para ações de
comunicação que acontecem ao longo do ano.
A estratégia é de ampliação do
diagnóstico", afirmou. Ele lembrou que o governo tem a ação Fique Sabendo,
com a instalação de pontos para teste rápido de HIV em locais de movimento,
como Festa do Caminhoneiro, Rock in Rio e outros eventos. No ano passado, 3,7
milhões de exames foram distribuídos no País.
POR ARNALDO LEÃO!
FONTE: INTERNET
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