CARLOS FABRÍCIO E ADRIANO CANSAN |
Na noite desta segunda-feira (18) chegam a Belém dois homens que
foram presos, em flagrante, pelo tráfico de mulheres em Vitória do Xingú,
sudoeste do Pará. O avião com os acusados pousará no aeroporto Hangar do
Estado, por volta das 19h15. No momento que os traficantes chegarem à capital,
o delegado Silvio Maués, diretor de polícia do interior, estará no local.
Os gaúchos Carlos Fabrício
Pinheiro, de 33 anos, natural de Cruz Alta (RS), e Adriano Cansan, 20 anos, de
Nova Roma do Sul (RS), responsáveis pelo gerenciamento da boate onde as
mulheres eram mantidas em cárcere privado, serão levados para a sede da Superintendência
do Sistema Penitenciário do Pará.
Durante a operação da PC de
Altamira, realizada no dia 13 de fevereiro, cinco pessoas que eram mantidas em
cárcere privado foram resgatadas: três mulheres naturais de Santa Catarina com
idades de 18, 21 e 23 anos, e uma travesti paranaense de 20 anos, nascida em
Pinhão (PR).
A boate funcionava no interior
de um sítio, na localidade de Vila São Francisco, a 20 quilômetros dos
canteiros de obras “Pimental” e “Canais e Diques”, da Hidrelétrica de Belo
Monte.
A polícia tomou conhecimento do
caso após uma jovem de 16 anos fugir do local e fazer a denúncia. Segundo
informações do delegado Rodrigo Spessato, que comandou a operação, as vítimas
eram confinadas em quartos pequenos sem qualquer janela e com ventilação precária.
No cômodo, havia apenas uma cama de casal. Cadeados eram utilizados para fechar
as portas, pelo lado de fora. As mulheres seriam trazidas de estados do
sul do Brasil.
DENÚNCIA
A jovem que denunciou o esquema
relatou que no local foi forçada a se prostituir, sendo mantida o tempo
todo trancada em um quarto. A vítima contou ainda que era ameaçada pelo dono da
boate, conhecido como Adão, que também seria oriundo do Rio Grande do Sul.
Segundo a adolescente, havia no
local outras mulheres que estariam na mesma situação. A jovem relatou também
que as pessoas não eram alimentadas e, o tempo todo, eram vigiadas por capangas
e obrigadas a fazer programas para cobrir as dívidas com o dono da boate pelas
despesas com a viagem do sul do país para o Pará.
Trabalhadores da obra de Belo
Monte eram os principais clientes da casa de prostituição. A adolescente
conseguiu fugir da boate e, com por meio de carona, foi levada até Altamira
para denunciar o crime.
Com base nas informações, a
Polícia Civil formou uma equipe policial para apurar a denúncia.
(DOL, com informações da
Polícia Civil)
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