Acordo
entre Sepaq e produtores garante a venda de seis espécies com valor baixo
durante a Semana Santa
Balanceiros
e pescadores que atuam na feira do Ver-o-Peso debateram, na manhã de ontem, o
tabelamento dos preços e o esquema de abastecimento de pescado durante a Semana
Santa com a Secretaria Municipal de Economia (Secon) de Belém, o Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/Pa) e a
Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq).
Durante a
reunião, no Mercado de Carne do Ver-o-Peso, a Sepaq apresentou a proposta de
reduzir o preço de seis espécies de pescado na Semana Santa. São elas bagre,
dourada, pescada branca, corvina, pescada gó e piramutaba.
A
reunião, que seria breve, acabou durando cerca de três horas porque alguns
produtores tinham dúvidas sobre a proposta apresentada. "Só seis tipos de
pescado serão tabelados. O resto fica com o preço livre", explicou o
presidente da Associação dos Vendedores de Peixe Salgado, José Amarildo Negrão.
Segundo ele, o pescado costuma sumir do mercado às vésperas da Semana Santa por
haver falta de informação.
"Existe
uma confusão. Quando se faz o decreto, os produtores entendem que há uma
regulação na produção, não no preço. É por isso que muitos acabam preferindo ir
para estados como o Maranhão e o Amapá", afirma José Negrão.
De acordo
com os vendedores de pescado do Ver-o-Peso, durante a Semana Santa, a procura
pelo pescado duplica o volume de vendas no mercado.
Limite
será de cinco quilos por cliente
Segundo as
regras apresentadas ontem, haverá limite para a compra do pescado com preço
reduzido. Cada pessoa poderá comprar apenas de 2 kg a 5 kg do produto.
"Isso não vai prejudicar o faturamento", avalia o balanceiro Miguel
da Silva Filho.
O acordo
para a redução de preço tenta garantir que pessoas com baixo poder aquisitivo
também possam seguir a tradição religiosa de consumir o peixe na Semana Santa.
"É impensável que num Estado que produz 180 mil toneladas de pescado por
ano o povo não possa comer peixe na Semana Santa por causa do preço alto",
destacou o supervisor técnico do Dieese-Pa, Roberto Sena, reiterando a
importância da negociação com os produtores. "Nos anos anteriores, o
decreto foi feito sem que houvesse negociação. Estamos negociando porque é
importante que o preço baixe, mas também que o produto não suma do
mercado", afirmou Sena.
Governo
reedita Decreto para evitar alta
A
Secretaria de Estado de Aquicultura e Pesca (Sepaq) decidiu decretar mais uma
vez a proibição da exportação de peixes do Estado do Pará durante o período da
Semana Santa. As 15 entidades presentes na reunião, que ocorreu na tarde de
ontem, na sede da Sepaq, entraram em consenso e resolveram ser necessário o
decreto para garantir o abastecimento e equilibrar os preços para o feriado
durante o período de 15 a 29 de março. O decreto será encaminhado ao governador
do Estado, Simão Jatene, para assinatura. Outra decisão determina que os
produtores garantam o abastecimento de 100 toneladas de pescado no período para
atender a demanda.
A Sepaq
ainda realizará, entre os dias 27 e 29 de março, em parceria com as
prefeituras, as feiras do Peixe Vivo e do Peixe Popular. Em Belém, serão 14
pontos de venda nos dias 27 e 28. Algumas espécies de peixe criadas em
cativeiro deverão ser comercializadas a preços que variam entre R$ 8 e R$ 9 o
quilo. De acordo com o titular da Secon, Marco Aurélio Nascimento, as
secretarias estão trabalhando em conjunto para conseguir dar acesso ao alimento
para a população mais carente. "A prefeitura também irá expedir um decreto
com a mesma quantidade de dias, em acordo com o Estado. Diferente do que houve
no ano passado", confirma.
Pescado
com preço REDUZIDO na Semana Santa
Espécie
Preço médio hoje Preço na Semana Santa
Bagre R$
6,92 R$ 3,90
Dourada
R$ 12,73 R$ 6,90
Pescada
Branca R$ 9,42 R$ 5,60
Corvina
R$ 10,58 R$ 6,60
Pescada
Gó R$ 9,46 R$ 5,60
Piramutaba
R$ 9,45 R$ 4,10
POR ARNALDO LEÃO
FONTE: DIEESE/PA
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