NO PARÁ
Tráfico de pessoas para exploração
sexual é apurado desde o ano de 2007
Cerca de 100 vítimas do tráfico de
pessoas para exploração sexual, entre adolescentes, travestis e mulheres,
foram detectadas no Pará entre 2011 e início de 2013, em investigações
realizadas pela Polícia Civil.
Os principais destinos das vítimas são os Estados
de São Paulo e Goiás. Nos últimos três anos, foram registrados 12 casos de
tráfico de pessoas no Pará - três casos em 2011, sete em 2012 e nesto ano,
dois casos até o momento. Apenas, nos últimos 12 meses, a polícia investigou
oito casos de tráfico de pessoas. Os dados foram apresentados, em entrevista
coletiva a jornalistas, na sede da Secretaria de Estado de Segurança Pública
e Defesa Social (Segup), ontem. Participaram os secretários de Estado de
Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha; de Justiça e
Direitos Humanos, José Acreano Brasil Junior; de Assistência Social, Heitor
Pinheiro; a integrante do Comitê Gestor do Programa Pró-Paz, Izabela Jatene,
e a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Christiane Lobato. Eles
apresentaram esclarecimentos sobre as medidas já tomadas no combate ao
tráfico de pessoas, em Altamira, sudoeste do Pará, onde a prática criminosa
passou a ser investigada depois que uma adolescente conseguiu fugir de uma
boate em que era mantida sob cárcere privado.
Ao todo, 18 pessoas, entre
mulheres, uma adolescente e um homossexual, foram vítimas de tráfico de
pessoas para exploração sexual. Apenas uma delas era do Pará. As demais são
de outros pontos do País. A delegada-geral adjunta Christiane Lobato
enfatizou que a polícia já investiga casos de tráfico de pessoas desde 2007.
Só em 2011, a prática criminosa passou a ter relevância nacional, depois que
uma investigação de desaparecimento de um adolescente, iniciada no Pará,
resultou na descoberta de um esquema de tráfico de pessoas, em São Paulo,
onde 86 jovens de vários Estados, foram resgatados de casas de prostituição.
O caso gerou a instalação de Comissões Parlamentares de Inquéritos na
Assembleia Legislativa do Pará e na Câmara Federal, para apurar casos de
tráfico de pessoas no Pará e no Brasil. Em 2013, o primeiro caso investigado,
foi o de uma travesti paraense levada para São Paulo. A delegada Christiane
Lobato, responsável pelas investigações, informou que a aliciadora do crime,
detectado em dezembro de 2013, já foi ouvida em depoimento e está colaborando
no inquérito.
O secretário Luiz Fernandes Rocha
enfatizou que o Pará é o Estado brasileiro que mais tem trabalhado no país
para o combate ao tráfico de pessoas. No caso de Altamira, não foi diferente.
"O governador determinou que fosse enviada uma equipe, formada pela
Polícia Civil, Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS) e Secretaria
de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH), para acompanhar o
atendimento às mulheres vítimas do tráfico de pessoas", explica. A
delegada-geral adjunta destacou a importância da denúncia para combater a
vulnerabilidade social em locais de grandes obras, como o município de
Altamira, onde estão localizados os canteiros de obras da Usina Hidrelétrica
de Belo Monte, situado na região de Vitória do Xingu. "Mulheres vêm de
outros Estados, com falsas promessas de que ganharão bastante dinheiro. A
população pensa que, por se tratar de prostituição, a mulher não é vitima de
crime, o que é um erro, por isso a importância de denunciar", declarou.
Em depoimento à polícia, as vítimas
denunciaram que foram aliciadas nos Estados de Santa Catarina, Paraná e Rio
Grande do Sul, onde teriam recebido ofertas de emprego para trabalhar como
profissionais do sexo em Vitória do Xingu, recebendo em troca salários entre
10 e 14 mil reais, o que não teria ocorrido.
Dois funcionários da boate foram
presos e já estão recolhidos no Sistema Penitenciário do Pará à disposição da
Justiça.
O proprietário do local, identificado como Adão Rodrigues, já está
com a prisão preventiva decretada e permanece foragido. Doze vítimas, dentre
elas a adolescente, já estão em Belém, sob proteção do Estado, para em breve
retornar às suas cidades de origem. As outras quatro vítimas decidiram
permanecer em Altamira. Nesses casos de tráfico de pessoas, cabe ao Estado o
papel de investigação do crime, proteção e defesa das vítimas, o que foi
feito imediatamente, assim que o crime foi identificado. O secretário de
Estado de Assistência Social, Heitor Pinheiro, ressaltou que o Governo vem
prestando assistência às vítimas.
"Essas mulheres têm o desejo de
retornar para o seu estado natal. Cabe ao governo garantir que elas voltem em
segurança e com seus direitos garantidos. Temos ações permanentes para que
casos como esse em Altamira não voltem a acontecer, por isso vamos atuar de
forma integrada com a Segup, Sejudh, Pró-Paz e Polícia Civil", afirmou.
|
POR ARNALDO LEÃO!
FONTE: INTERNET
Nenhum comentário:
Postar um comentário