Oposição pede que governo
envie caso Rose à Justiça
Lideranças de DEM e do novo MD querem que as novas
acusações contra a amiga íntima de Lula não fiquem limitadas à alçada
administrativa
abriel
Castro, de Brasília
A oposição cobrou do governo, nesta segunda-feira, que encaminhe à
Justiça os resultados da sindicância que investigou os desmandos de Rosemary de Noronha,
ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo. A nova Mobilização
Democrática (MD), partido que nasceu da fusão do PPS com o PMN, anunciou que pedirá
uma cópia da sindicância. Reportagem da edição de de VEJA desta semana
mostra como Rosemary, ou Rose como é conhecida, flagrada praticando tráfico de influência,
também se valeu da proximidade com o poder para obter vantagens – como uma
hospedagem na "suíte vermelha" do Palazzo Pamphili, a embaixada
brasileira em Roma. Quando utilizou o espaço, Rose estava de férias. Ela também
usava o gabinete presidencial na capital paulista para receber lobistas e
intermediar interesses de empresários em negócios com o governo.
O líder da MD na Câmara, Rubens Bueno (PR), diz que agora cabe ao
Judiciário punir Rosemary e os demais envolvidos: “A Justiça tem de julgar com
celeridade mais esse escândalo do governo do PT para que os crimes que a amiga
do ex-presidente Lula cometeu não fiquem impunes como o seu ex-chefe, no caso
do mensalão”. O deputado ainda critica o fato de a sindicância ter sido mantida
em sigilo pelo governo. “Não é possível que um relatório sugerindo a abertura
de um processo disciplinar administrativo contra um servidor público seja
mantido em segredo para evitar instabilidade institucional. O que o governo
está querendo esconder?". Bueno vai pedir acesso à íntegra da sindicância.
Lula – O
senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM, diz que não basta ao governo
realizar uma sindicância interna: é preciso que as informações obtidas cheguem
à Justiça. "Se o governo deseja a punição de excessos, agora está na
obrigação de oferecer a denúncia. Se não é pseudofaxina", afirmou. Maia
diz que, ao Planalto, o papel de investigado é mais adequado do que o de
investigador neste caso.
Agripino também critica o silêncio de Lula –
intimamente ligado a Rose – sobre o caso. "É o mesmo silêncio no começo do
mensalão. São tantas evidências que comprometem Lula que a população vai
perceber", diz o senador.
O esquema envolvendo Rosemary foi desarticulado na Operação Porto Seguro, deflagrada em 23 de
novembro do ano passado. A ex-chefe de gabinete da Presidência atuava
juntamente com os irmãos Paulo e Rubens Vieira, instalados em cargos de direção
de agências reguladoras, na obtenção de pareceres técnicos fraudulentos.
FONTE:
REVISTA VEJA
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