Onda baixa não desanima os
surfistas da Pororoca
|
|||
|
|||
|
|
|
|
RIO CAPIM
Natureza se impõe e Festival acabou
sendo feito com ondas artificiais
Com ondas em baixa, restou aos
surfistas que estiveram no Festival da Pororoca apelar para a imaginação: o
surf noturno aconteceu no Rio Capim, mas com ondas artificiais, feitas pelo
motor de lanchas e jet skis. A organização do evento, feita pela Associação
Brasileira de Surf na Pororoca (Abraspo), lamentou a escolha da data para o
evento, mas comemorou a presença de atletas com história na modalidade, como
o pentacampeão brasileiro Adilton Mariano.
Mesmo com 15 edições do campeonato
e anos de registro do fenômeno da pororoca, prever a vinda da onda ainda é um
exercício subjetivo. Antes da escolha da data para este final de semana,
outros três períodos haviam sido cogitados para receber o evento. Porém, em
uma reunião com secretarias de Estado que apoiaram o Festival e moradores
locais, em frente a um dos locais utilizados para observar o fenômeno, os
capimenses alertaram que a melhor escolha seria para o período entre 12 e 14
de abril.
"Até surfistas achavam que
seria melhor. Enquanto isso, na data que havíamos marcado, de 29 a 31 de
março, as ondas passaram de um metro de altura, de uma lado para o outro do
rio, durando até 12 minutos. Aconteceu inclusive um campeonato de surf local",
disse Noélio Sobrinho, presidente da Abraspo. A última cartada dos surfistas
para esperar a onda foi celebrar o ritual "Auera Auara", que remete
às lendas que explicam a origem da pororoca. Uma delas diz que, após o
romance entre uma índia e um boto, três botinhos, da cor escura do boto
Tucuxi nasceram, mas como não podiam viver na tribo, a mãe jogou "os
negrinhos", como eram chamados, de volta no rio. Quando reveem a mãe, em
encontros esporádicos, matam a saudade agitando o rio e causando a pororoca.
"No ritual pedimos licença
para surfar a onda", explicou o surfista Marcelo Bibita, que justificou
o uso de pintura corporal como um dos meios para alcançar o plano em que
estão os "negrinhos". Após o ritual, em que entoam o Auera Auara em
forma de mantra, os guerreiros da pororoca são batizados. Mas nem mesmo a
tentativa de comunicação com o místico trouxe a onda. E os surfistas, para
não perderem a viagem, usaram o "jeitinho": com jet skis e cordas
foram alçados rio Capim adentro, usando as marolas dos motores para fazer
manobras.
|
FONTE: INTERNET
Nenhum comentário:
Postar um comentário