quarta-feira, 24 de julho de 2013

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15 vezes mais chances de engravidar

Pesquisa aponta que 23% das adolescentes já usaram pílula do dia seguinte
Você já ouviu falar da pílula do dia seguinte? Pesquisa com 600 jovens aponta que 75% de meninas e 60% dos meninos, entre 10 e 15 anos, conhecem os efeitos do medicamento para evitar gravidez. E, tem mais: 23% das adolescentes entrevistadas já usaram esse método para evitar uma gravidez indesejada. O problema é que a pílula do dia seguinte deve ser usada como exceção, não pode tornar-se um hábito, já que esse método aumenta em 15 vezes as chances de engravidar quando comparado a pílula anticoncepcional de uso diário.
Pílula_Portal liberal.com.br

Marcos Santos / USP Imagens



O estudo foi realizado pela Casa da Adolescente, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Foram ouvidas 600 meninos e meninas de 10 a 15 anos. As respostas dos entrevistados foram consideradas preocupantes pela coordenadora do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, Albertina Duarte. Ela lembra que, além da pílula do dia seguinte expor as usuárias a situação de risco de ter uma gestação indesejada, também coloca os adolescentes como alvos das doenças sexualmente transmissíveis, a exemplo da Aids. O problema, segundo a especialista, é que a ideia de tomar a pílula do dia seguinte faz os jovens esquecerem que a gravidez não é o único risco de transar sem camisinha.

A pílula pós-coital nada mais é do que a pílula anticoncepcional comum constituída por estrogênio e progestogênio. A única diferença está na dosagem: são 4 pílulas administradas em um curto período de tempo, desde o momento da ovulação até 72 horas + 12 horas). 

Albertina afirma que o uso desse medicamento só pode ser feito em casos emergenciais, apoiados a uma ação educativa quanto aos riscos à saúde. O mais importante é não se automedicar, nunca! Procure um ginecologista para esclarecer todas as dúvidas sobre o melhor método preventivo, e assim não "atropelar" as etapas da vida.

Papo cabeça! 
Jose Mendes Aldrighi, professor de Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo deixa um alerta para as adolescentes: "A orientação é que as jovens procurem um ginecologista antes de iniciar a atividade sexual. Entre outras coisas, elas precisam ser informadas a respeito da importância da dupla proteção, isto é, do uso da camisinha associado a outro método contraceptivo, escolhido de acordo com suas características orgânicas e o seu modo de ser", observa.

Segundo ele, muitas adolescentes hesitam em procurar o ginecologista que atende sua mãe. "Esse temor não tem fundamento, uma vez que a função do médico é ser seu amigo, ouvir suas dúvidas, mostrar-lhes as opções de anticoncepcionais à disposição. De forma alguma, ele poderá trair a confiança nele depositada", destaca os médicos.

Fontes: Drauzio Varella, José Mendes Aldrighi e Secretaria de Estado da Saúde

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