"Candelária nunca mais", declarou o papa diante dos menores internados em instituições no Rio
Na
presença de cinco jovens infratores brasileiros, o papa Francisco fez
um alerta forte contra a violência da polícia no Brasil. "Candelária
nunca mais", declarou o papa diante dos menores internados em
instituições no Rio. No encontro no Palácio São Joaquim nesta
sexta-feira, 26, os jovens explicaram ao papa sua situação e Francisco
teria se emocionado.
Segundo o porta-voz do Vaticano,
Federico Lombardi, os cinco deram ao papa um rosário gigante, com os
nomes de cada um dos oito jovens e crianças mortos por policiais há 20
anos, em 23 de julho de 1993, no episódio que ficou conhecido como
Chacina da Candelária.
Ao abrir oficialmente a Jornada
Mundial da Juventude, na terça-feira, 23, o arcebispo do Rio, d. Orani
Tempesta, já havia lembrado os mortos na chacina.
O crime
Mais
de 70 crianças e jovens dormiam na área da Candelária na madrugada de
23 de julho de 1993, quando os carros com PMs chegaram. Quatro foram
executados ali mesmo. Um foi assassinado ao tentar fugir. Outro morreu
dias depois, internado. Dois foram levados até o Aterro do Flamengo e
assassinados. Seis tinham de 11 a 17 anos; havia um de 18 e outro de 19.
Baleado novamente em 1994, Wagner dos Santos, a principal
testemunha, vive na Suíça. Sofre sequelas como esterilidade, cegueira
de um olho e surdez de um ouvido.
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