Barbosa voa para ver jogo com dinheiro público
Quinta-Feira, 04/07/2013, 23:31:34 - Atualizado em 04/07/2013, 23:31:34
(Foto: aBr)
O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, usou recursos da
Corte para se deslocar ao Rio de Janeiro no final de semana de 2 de
junho, quando assistiu ao jogo Brasil e Inglaterra no estádio do
Maracanã. O STF diz que a viagem foi paga com a cota que os ministros
têm direito, mas não divulgou o valor pago nem qualquer regulamento
sobre o uso da cota.
O tribunal confirmou à
reportagem que não havia na agenda do presidente nenhum compromisso
oficial no Rio de Janeiro durante o final de semana do jogo no Maracanã.
Barbosa tem residência na cidade e acompanhou o jogo ao lado do filho
Felipe no camarote do casal de apresentadores da TV Globo Luciano Huck e
Angélica. Segundo a Corte,
porém, apenas o ministro viajou de Brasília com as despesas pagas pelo
STF. Os voos de ida e de volta foram feitos em aviões de carreira.
Reportagem do jornal O Estado de S.
Paulo de maio deste ano mostrou que ministros têm usado recursos da
Corte para viagens durante o recesso forense, quando estão de férias, e
para levar as mulheres em diversos voos internacionais. O total gasto em
passagens para ministros do STF e suas mulheres entre 2009 e 2012 foi
de R$ 2,2 milhões. Neste período, Barbosa utilizou recursos da Corte
para passagens enquanto estava de licença médica e não participava dos
trabalhos em Brasília. Os dados oficiais foram retirados do portal da
transparência do Supremo após a reportagem por supostas
"inconsistências".
O Supremo diz que os ministros
dispõem de uma cota para voos nacionais tendo como base uma decisão
tomada em um processo administrativo durante a gestão de Nelson Jobim na
presidência da Corte. Segundo o STF, a cota equivale a um deslocamento
mensal para o estado de origem com base na tarifa mais alta para voos
entre Brasília e Sergipe,
devido ao fato de o ministro já aposentado Carlos Ayres Britto ser o
integrante da corte naquele momento que morava na unidade da federação
mais distante.
De acordo com o tribunal, a cota
é anual e não é submetida a controle. As passagens podem ser usadas a
qualquer momento, inclusive no recesso parlamentar, durante licenças, ou
para viagens motivadas por interesses pessoais dos ministros.
À exceção do recém-empossado Luís
Roberto Barroso, e de Celso de Mello, Marco Aurélio Mello e Teori
Zavascki, os outros sete integrantes da atual configuração do tribunal
usaram passagens áreas pagas pelo Supremo durante os recessos de julho e
janeiro entre 2009 e 2012 segundo os dados que estavam no portal do
próprio STF.
(Agência Estado)
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