Novo projeto de avião supersônico sonha com viagem Londres/NY em meia hora
Ideias
de aviões supersônicos têm surgido com frequência recentemente,
alimentando os sonhos de quem imagina chegar (bem) mais rápido ao seu
destino. Mesmo que a possibilidade de viabilizar projetos assim seja
pequena, é interessante ver o que está sendo estudado.
A proposta
mais recente foi apresentada pelo engenheiro Charles Bombardier – que é
da família que comanda a fabricante de aviões canadense. O equipamento
que Charles imaginou e batizou de Skreemr
seria capaz de alcançar velocidades acima do mach 10. O engenheiro
explica: a uma altitude de 40.000 pés, a velocidade do som é de 660
milhas por hora. No mach 10, chegaria a 6.600 milhas por hora, ou 10.621
quilômetros por hora.
Se um dia essa velocidade for alcançada, será possível fazer a rota entre Londres e Nova York em aproximadamente meia hora (!).
“Esse
conceito é antes de tudo uma forma de fazer as pessoas sonharem sobre o
está pela frente em termos de viagem aérea”, destaca o engenheiro, que
deseja estimular o interesse das pessoas pela ciência.
Misto de avião e foguete
Ele
pensou em uma máquina que seria um híbrido de avião/trem/foguete:
“viajaria inicialmente como um trem, decolaria como um avião e
aceleraria no céu como um foguete”. A aeronave levaria 75 passageiros e
usaria um motor scramjet que, ao contrário dos convencionais, queima o
oxigênio da atmosfera, sem precisar carregar tanques de oxigênio.
No
contexto imaginado por Bombardier, seria possível embarcar em uma
estação no meio da cidade e os veículos deslizariam sobre trilhos em um
sistema conhecido como maglev (levitação magnética). O lançamento
eletrônico teria aceleração progressiva para manter o conforto. O
sistema precisaria ser longo o suficiente para que a velocidade
supersônica fosse alcançada sem sobrecarregar os passageiros com força g
excessiva.
O engenheiro afirma que, se um dia um avião como este
ganhar os céus, ele deverá ser totalmente automatizado. “Não haveria
mais nenhum espaço para “erros humanos”, especialmente em velocidades
assim”, ressalta.
Obstáculos
Há muitos
obstáculos para viabilizar um conceito como este, é claro. Ele cita, por
exemplo, a onda de choque gerada pelo voo de um veículo supersônico a
baixa altitude. “A propagação da onda de choque varia enormemente
dependendo da forma do avião, das condições atmosféricas e da de
topografia e será um grande problema para o Skreemr”.
Há ainda uma
preocupação com o calor. “Só para dar uma ordem de magnitude, no Mach
7, em uma altitude de 10 km, a temperatura ficaria acima de 2.200 graus
Celsius”. O desafio seria encontrar materiais resistentes a uma
temperatura tão elevada.
Os desafios também são econômicos: os
combustíveis utilizados seriam extremamente caros e os custos para
desenvolver o projeto seria elevado.
Outras propostas
No final do ano passado foi apresentada uma ideia nos Estados Unidos de um avião que atingiria a velocidade mach 1.6.
A Airbus registrou este ano a patente de um avião de passageiros que voaria quatro vezes mais rápido que o som – atingindo velocidades de até mach 4,5.
Enquanto isso, um grupo de fãs do Concorde quer colocar o avião supersônico de volta à ativa em 2019.
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