terça-feira, 17 de abril de 2018

# A arte é livre por natureza!!!


A propósito do post "Violência & Arte", que alcançou enorme repercussão, recebi as seguintes notas de esclarecimento.

Do Coletivo Cultural, que organizou a mostra:

"A coordenação da Exposição de Quadrinhos esclarece que a decisão de retirar o desenho de Gidalti Moura Jr., ilustração que integra a obra intitulada “Castanha do Pará”, foi tomada em comum acordo com a curadoria do evento. Outra obra do mesmo autor será colocada na mostra. A mudança ocorreu diante de manifestações de frequentadores do shopping que se sentiram incomodados com a cena de violência, no espaço que é frequentado por crianças. A coordenação ressalta, ainda, que a atividade não foi criada pelo Parque Shopping, o empreendimento, apenas cedeu o espaço, gratuitamente, em sistema de comodato."

Do Parque Shopping, onde está instalada:

"Diante da repercussão gerada pela retirada da obra da Exposição de Quadrinhos, o Parque Shopping esclarece que apenas cedeu o espaço em sistema de comodato para a montagem do evento. O Parque Shopping reafirma sua missão de incentivar as artes e dar luz ao trabalho de curadores e artistas paraenses."

E assim o artista Gidalti Moura Jr. se pronunciou:

"Sobre censura à capa de meu livro em exposição em Belém, gostaria de declarar total repúdio aos conceitos arbitrários que classificaram a imagem como uma ofensa à polícia militar. A retirada da obra do evento é um gesto que vai contra valores fundamentais que defendo, dentre estes, a liberdade de expressão. A obra é ficcional, tem caráter lúdico e expõem situações rotineiras nas metrópoles brasileiras. Quem a compreendeu como apologia ao crime e/ou a desmoralização da polícia militar, o faz de forma leviana e sem ao menos ler o livro "Castanha do Pará". A retirada da imagem da exposição é uma vitória parcial da ignorância, do medo e de forças antagônicas à liberdade."

NOTA DO BLOG: A exposição é de 36 HQs de quatro importantes desenhistas de Belém: Jack Jadson, Gidalti Júnior, Eric Black e Joe Bennett.  A proposta é a interação dos artistas com o público visitante através de sessões de bate-papo, oficinas e outras programações referentes ao mundo geek, tudo gratuito. É triste ver arte subjugada. Criação e manifestação hão de ser livres em um Estado Democrático de Direito! Espera-se que prevaleça o bom senso, a PM perceba que nada há de ofensivo à corporação e a obra volte a ser exibida no mesmo local. Seria uma grande demonstração da maturidade da Polícia Militar bicentenária.

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