domingo, 29 de abril de 2018

# Como você olha para os outros?


Automutilações, depressão, ansiedade, transtorno bipolar, fobias, bulimia, anorexia e ataques de pânico estão lotando os Centros de Atenção Psicossocial. As equipes multiprofissionais que trabalham nos CAPs estão assustadas com o elevado número de casos de suicídios, além dos de esquizofrenia e autismo, principalmente em adolescentes. Isto sem falar nas drogas. Ontem, um rapaz de 35 anos disse ter desistido de ter filhos "porque não dá mais para uma criança viver neste mundo". 

Os relatos são alarmantes.

"Ontem mesmo ao visitar uma família lembrei da minha vida na periferia, meu pai que era alcoólatra e dependente químico, as brigas e as agressões à minha mãe, o 38 que ele carregava que eu tinha pavor, minha mãe fugindo de casa com a gente quando eu tinha 9 anos de idade. Aos 14 anos também me cortei porque a minha mãe não deixou eu sair para uma festa à noite, aos 16 anos o Data me levou e depois na audiência queriam me tirar da minha mãe. O Estado não chegou em mim infelizmente, mas a fé através da igreja espiritual no nome do Senhor Jesus chegou, alguém disse que eu podia realizar meus sonhos e hoje estou aqui" (preservo a intimidade do depoente).

É preciso conversar com familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho. Muitas vezes um simples gesto solidário pode salvar vidas. E nunca, jamais diga a uma pessoa que precisa de ajuda que ela é "louca", "fraca", "sem força de vontade", ou "cheia de frescura". Para quem sofre de depressão, escovar os dentes, tomar banho e se arrumar para trabalhar exige esforço hercúleo. O sofrimento não se pode medir. Mas é possível socorrer.

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