terça-feira, 1 de maio de 2018

# Ações anunciadas por Jatene vieram tarde demais!!!

Ações anunciadas por Jatene vieram tarde demais (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

Depois do assassinato de 23 agentes de segurança registrados apenas nos quatro primeiros meses deste ano, sendo 21 policiais militares, o Governo do Estado parece ter finalmente saído da letargia institucional e começado a agir. Mas a sensação é que tudo é apenas mais do mesmo. De um lado, as reuniões e anúncios de medidas de gabinete. Do outro, dezenas de pessoas morrendo diariamente assassinadas na Região Metropolitana.


No pacote de medidas anunciado após uma reunião do governador Simão Jatene com a cúpula da Segurança Pública do Estado, na noite do último domingo (29), uma se sobressaiu: a troca da empresa responsável pelo bloqueio dos sinais de celulares nos presídios, já que, segundo o governo, a empresa atual alega dificuldades para fazer o bloqueio das chamadas nas penitenciárias. 



Alguns questionamentos que não foram respondidos na reunião: há quanto tempo a tal empresa presta o serviço? Há quanto tempo ela vem alegando esse tipo de problema? A Superintendência do Sistema Penal sabia dos problemas? Por que só agora é que foram anunciadas medidas para resolver a questão num setor importante que é o sistema prisional e, principalmente, quando se sabe que a maioria das mortes que ocorrem aqui fora é ordenada de dentro dos presídios por celulares?



Ayala Colares Couto, doutor em Ciências do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NaeaA) da UFPA e especialista em Segurança, ressalta que o atual governo confunde política de Segurança Pública com Política Pública de Segurança. “O que o governo faz agora tardiamente é anunciar uma política de Segurança Pública. A área de segurança demorou a interpretar o que estava acontecendo no Estado como um todo e o resultado é o que vemos todos os dias nos jornais”, pondera.



RESPOSTA IMEDIATA



Segundo Ayala, a criminalidade é dinâmica e trabalha em rede, organizando-se em pontos estratégicos, se antecipando às ações da polícia. “As ações só terão sucesso se vierem acompanhadas de medidas estratégicas nas áreas periféricas e de conflito, envolvendo a comunidade dentro de um contexto de cidadania”. Sem isso, os resultados não serão os esperados. “Assim, continuaremos com esse grave conflito social urbano entre o Estado e o crime organizado.”



o que se refere aos presídios, Ayala diz que estes não podem funcionar apenas como depósitos de seres humanos. “Sem ressocialização não há recuperação. O indivíduo preso precisa se integrar à sociedade de forma positiva. Sem isso o crime organizado cresce e aproveita essas pessoas que estão sem perspectivas, recrutando mais soldados e organizando a criminalidade de dentro das casas penais.”


DEPUTADO POLICIAL CRITICA DURAMENTE JATENE
Para o deputado estadual Soldado Tércio, o Estado vive um colapso na Segurança Pública. (Foto: Maycon Nunes/Diário do Pará)

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