O juiz federal Henrique Jorge Dantas da Cruz, da 1ª Vara da Justiça Federal em Belém (PA), condenou o deputado federal Josué Bengtson (PTB/PA) à perda do mandato, suspensão dos direitos políticos por oito anos e ao pagamento de cerca de R$150 mil em multas, além da devolução de dinheiro. O processo nº 0003733-02.2007.4.01.3900, por enriquecimento ilícito em esquema de desvio de recursos da saúde que ficou conhecido como máfia das ambulâncias ou escândalo dos sanguessugas, foi encaminhado ontem para conhecimento do Ministério Público Federal, autor da ação. Cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília (DF).
Os municípios paraenses citados na sentença como prejudicados, nos anos 2000, são Ulianópolis, Bagre, Santa Luzia do Pará, Tracuateua, Faro, Ponta de Pedras, Palestina do Pará e São Félix do Xingu. Só os prejuízos a Ulianópolis e Bagre já foram computados. Os demais serão apurados em outro procedimento judicial.
Conforme as alegações do procurador da República Bruno Valente, Josué Bengtson "direcionava as emendas para os municípios de seu interesse, indicando o nome do prefeito, e posteriormente as licitações eram fraudadas para que o objeto fosse adjudicado pela empresa Planam, que previamente depositava contrapartidas indevidas na conta do deputado e da instituição religiosa” da qual ele faz parte.
Na sentença, o juiz salienta que “o depoimento de Luiz Antonio Trevisan Vedoin, sócio do grupo Planam, na ‘CPI das Ambulâncias’, foi categórico no sentido de que o réu tinha recebido propina do grupo Planam para direcionar emendas parlamentares com a finalidade de viabilizar economicamente licitações em municípios paraenses, as quais seriam (e efetivamente foram) vencidas pelas empresas do grupo Planam”.
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