A obra coletiva, instalada no paredão da subestação Reduto da Equatorial Pará.
- Por Gilvan Capistrano
Belém acaba de ganhar um presente em forma de arte: um grande mural, de 25 metros, com pinturas criadas por mestres abridores de letras. O painel coletivo com as caligrafias amazônicas exibe as cores e paisagens ribeirinhas que compõem a extensa Belém insular, composta por mais de 40 ilhas. O paredão da subestação Reduto da Equatorial, localizada na Avenida Assis de Vasconcelos, conecta a Belém urbana à sua ancestralidade imersa nos rios.
O projeto é uma parceria entre o Instituto Letras que Flutuam e a Equatorial Pará, com o objetivo de promover a cultura amazônica e dar visibilidade aos mestres ribeirinhos, que preservam uma tradição de caligrafias coloridas utilizadas em embarcações da região. Segundo a idealizadora do Instituto, Fernanda Martins, o mural é uma forma de homenagear Belém, destacando sua forte energia e identidade, além de ser um ponto de valorização da arte local em um contexto global de atenção à Amazônia, como o da COP.
O Instituto Letras que Flutuam, criado em 2024, é o primeiro no Brasil dedicado à cultura ribeirinha amazônica, com foco no resgate e promoção das caligrafias dos mestres. Através de mapeamentos, documentários e oficinas, o Instituto busca expandir o reconhecimento e as oportunidades para esses artistas, promovendo também sua inclusão no mercado cultural. O mural é um reflexo do trabalho desenvolvido, que visa fortalecer a identidade cultural da região e gerar novas possibilidades para os artistas locais.
“Deixar nossa arte em Belém é um reconhecimento do nosso trabalho. Foi uma experiência incrível! Graças ao Instituto Letras que Flutuam, que resgatou nossa cultura e nos deu uma nova identidade, nosso trabalho agora está eternizado nesse mural. E acredito que esse é só o começo de muitas oportunidades”, afirmou Idaías Dias de Freitas, um dos artistas envolvidos na iniciativa.
Um presente para Belém e sua cultura visual
A intervenção artística marca o encerramento do primeiro ciclo de atividades do Instituto Letras que Flutuam, em parceria com a Equatorial Pará. Para Fernanda Martins, diretora do Instituto, a valorização dessa arte popular é essencial: “No momento em que o mundo volta seus olhos para a Amazônia, essa ação fortalece a presença dos abridores de letras, que ainda são invisibilizados. Essa manifestação homenageia Belém e traz reconhecimento para esses artistas.”
Michelle Miranda, analista de Responsabilidade Social da Equatorial Pará, reforça que o mural é um presente para a cidade e um símbolo do compromisso da empresa com a cultura local. “Temos muito orgulho de incentivar o Letras que Flutuam, um projeto que valoriza uma arte genuinamente amazônica. Esse mural não é apenas um ponto instagramável, mas uma homenagem à nossa identidade e tradição.”
Sobre o Instituto Letras que Flutuam
Fundado em 2024, o Instituto Letras que Flutuam é o primeiro do Brasil dedicado à cultura ribeirinha amazônica. Fruto de 15 anos de pesquisa e documentação, o projeto visa preservar e difundir o trabalho dos abridores de letras, artistas responsáveis pelas caligrafias coloridas que enfeitam as embarcações da região.
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