A capital
paraense, semelhante aos grandes centros urbanos do Brasil, vem sendo
vítima das organizações criminosas, que estão se expandindo na cidade.
Nos últimos anos, Belém amarga altos índices da violência urbana, que a
cada dia faz refém pessoas de todas as classes sociais. Pela sua
localização geográfica, a cidade é rodeada por regiões periféricas: o
berço do crime, que aos poucos conquista território em todos os bairros
da região metropolitana.
Em sua pesquisa sobre as redes
criminosas e a organização local do tráfico de drogas na periferia de
Belém, o professor Aiala Colares detalhou como é planejado o crime na
capital. Sem políticas públicas efetivas para combater à criminalidade,
as batalhas contra a violência estão sendo perdidas diariamente, com
pessoas tendo suas vidas ceifadas, e entrando para estatísticas da
guerra urbana que permanece instalada.
“Nós podemos afirmar que nos
últimos anos, o perfil dos criminosos vem sendo extremamente modificado.
Cada vez mais as organizações criminosas micro conseguem impor um
modelo de organização que acaba, na verdade, fazendo que o modelo de
segurança pública seja ineficiente. Isso está associado com vários
crimes, como o tráfico de drogas, contrabando, tráfico de armas e até
mesmo arrombamentos de caixas eletrônicos, e por aí vai. Isso é uma
forma organizada de crime. Até mesmo aos crimes menores, que ocorrem em
uma escala micro. Todos os criminosos se organizam para poder agir.
Assim, temos que considerar essa forma do crescimento do crime
organizado em Belém”, descreveu.
Segundo o pesquisador de
segurança, o crime deixou de ter uma configuração singular, e está
fortemente arquitetado por todos os elos escusos da delinquência.
“Existe uma rede social do crime. Ela se forma justamente da
ineficiência da atuação do Estado ou da atuação precária do Estado em
políticas públicas. Cada vez mais uma massa acaba sendo copilada pelo
crime, e por isso, se forma uma rede associada com vários tipos de
criminalidade. Automaticamente, isso acaba fortalecendo a atuação de
grupos criminosos”, detalhou.
Atualmente, em Belém, o número de
criminosos disparou em relação ao da força policial, o que facilita a
organização. “A forma de como está sendo conduzido o sistema de
segurança pública no Estado, em especial a região metropolitana, se tem
um número crescente ou significativo dos jovens que estão voltados às
atividades criminosas. Ou seja, é um contingente que chega a ser
superior aos dos policiais militares.”, apontou o especialista.
“Também existe outro elemento, que
é a forma como a própria polícia militar e a Secretaria de Segurança
Pública enxergam a situação do crime. Ou seja, os entendimentos estão
muito naquela lógica de que o crime é setorial, e hoje ele não é mais
assim. Ele é cada vez mais articulado, atua em rede. Ai tem uma
ineficiência do sistema de combate com ações que acabam representando o
descompasso entre a segurança pública e a violência urbana”, afirmou.
TODA A POPULAÇÃO ESTÁ CERCADA
A pesquisa de Aiala sobre o
tráfico de drogas e violência urbana foi apresentada em 2010, mas, de
fato, ele acredita que em 2015 essa realidade se torna cada vez pior. “O
que mudou é que agora temos facções que atuam em vários bairros.
Associados, também o surgimento de grupos que se apropriam de
territórios impondo a lógica da segurança privada, porque a ineficiência
da segurança pública no Estado acaba levando por esse caminho,
aumentando o descrédito da população ao serviço do Estado no combate à
violência urbana. Nesse sentido, acabam criando heróis, para serem os
salvadores da pátria, dessa população que se encontra desassistida”
enfatizou.
Aiala ressalta que em Belém a
violência passa longe de uma sensação de insegurança. “De fato a
população está desprotegida, e o que se apresenta hoje é uma precária
atuação de segurança pública. É uma falácia dizer que a população se
sente insegura”, afirmou. Com o avanço do crime, a região metropolitana
no todo é considerada crítica. “Hoje não podemos afirmar que tem áreas
críticas, e sim, as mais críticas, como a região da Cerâmica, em
Marituba, bairros como o Paar, Curuçambá, ou Guajará, em Ananindeua.
Aqui em Belém, Jurunas, Sacramenta, Guamá eTerra Firme é um conjunto de
bairros. Isso permite que toda a cidade, região central, também seja de
extrema insegurança, pois tem um cerco da criminalidade em toda a
cidade”, destacou.
NARCOTRÁFICO: A ECONOMIA URBANA
A pesquisa de Aiala ocorreu nos
bairros do Guamá e Terra Firme, que por ser região de periferia, ele
julga ter uma ineficiência de políticas públicas, o que permite o
envolvimento de crianças e adolescentes no mundo do crime. Segundo o
pesquisador, o tráfico de entorpecentes também é muito forte na capital,
o que viabiliza a atuação e o crescimento da criminalidade. Este
crescimento desenfreado reflete no resultado da expansão da violência
urbana, sobretudo, relacionada à organização criminosa em rede e à
disputa entre facções rivais pelo controle e uso do território. “O
narcotráfico rege a economia urbana, não fugimos disso, já que toda a
cidade está envolvida nessa dinâmica”.
O artigo de Aiala explica que o
processo de expansão urbana de Belém em direção às suas áreas
periféricas cresceram de forma espontânea e acelerada, manifestando uma
concentração espacial da pobreza urbana, típica de favelas e que foram
incorporadas pelas redes criminosas na configuração de territórios do
tráfico de drogas, e que hoje é palco dos mais diversos conflitos
sociais, envolvendo o Estado e a sociedade.
Conforme o professor, a partir de
14 anos de idade, um número significativo de jovens já está envolvido
com o obscuro mundo do crime. Com a falta de oportunidade, o
recrutamento é instantâneo, levado pela sedução do consumo imposto pela
sociedade. “Na periferia, o jovem que anda armado ganha respeito perante
os outros jovens, ou então passa a ser temido pela população. Se
estiver trabalhando para o tráfico de drogas como “soldado”, significa
que ele ganhou a confiança dos traficantes que passam a fornecer-lhe o
armamento”, descreve o artigo.
ONDE ESTÃO OS PROJETOS DE CIDADANIA?
O pesquisador ressaltou que há
esperança para combater a criminalidade - ação que vai além das
possibilidades da população. “Deveria ter uma integração da Secretaria
de Segurança Pública e Secretaria de Promoção Social, com um trabalho
que pudesse criar uma estrutura social, cultural nesses bairros, na
ideia de trazer a cidadania e projetos que envolvesse um número de
jovens no esporte, lazer, o que permita o individuo a seguir pelo
caminho que não seja da criminalidade”.
(Diário do Pará)
Servidores do Departamento
Estadual de Trânsito (Detran/Pa) passaram a manhã deste domingo (14)
protestando contra o governo do Estado.
No ato realizado na Praça da República, em
Belém, os servidores, em greve há 18 dias, recolheram assinaturas para
um abaixo-assinado a ser encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado
Pará (Alepa) e assim pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI).
O principal objetivo dos manifestantes é que a CPI investigue as denúncias de irregularidades no Detran.
Em entrevistas, o presidente do Sindicato
dos Servidores do Detran (Sindtran), Élison Oliveira, denunciou o
abandono das sedes administrativas do órgão na capital e no interior do
Estado, a falta de concursos públicos somados aos altos valores
arrecadados pelo governo do Estado, através do Detran, que não investe
no aparelhamento e melhoria do Departamento.
(DOL)
Thammy aparece de barba
Domingo, 14/06/2015, 21:45:26 - Atualizado em 14/06/2015, 21:47:52
(Foto: Reprodução/ Instagran)
Thammy Miranda chamou a
atenção, neste domingo (14) em uma foto postada por sua namorada,
Andressa Ferreira em rede social. Na imagem, a filha de Gretchen está
com uma aparente barba.
A foto foi postada nesta manhã na Basílica
de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida. Thammy veem passando por uma
mudança em seu visual. Há alguns meses atrás, a atriz passou por uma
cirurgia de retirada dos seus.
(DOL com informações do IG)
Governador viaja e caos na segurança continua
Domingo, 14/06/2015, 09:24:01 - Atualizado em 14/06/2015, 09:51:37
Simão Jatene esteve em
Brasília mas esqueceu a insegurança no Estado. Enquanto outros
governadores dialogam com o governo federal. (Foto: Cezar Magalhães/DOL)
O governador Simão
Jatene esteve em Brasília no início da semana que passou para o
lançamento de mais uma etapa do Programa de Investimento em Logística
(PIL), do Governo Federal, e alheio ao caos em que se transformou a
Segurança Pública do Estado, mostrou toda a sua falta de humildade ao
simplesmente ignorar o fato de estar na cidade sede do Ministério da
Justiça para sequer tentar uma conversa com o ministro José Eduardo
Cardozo sobre a possibilidade de uma união de forças em prol do combate à
devastadora violência que tomou conta da capital e do interior. Por
outro lado, Geraldo Alckmin, governador de São Paulo e membro do mesmo
partido, não perdeu tempo e reuniu com o ministro na terça (9).
O que ele vai ficar fazendo por lá nos
outros oito dias de viagem - enquanto o Pará vive o clima de uma greve
na Educação recém encerrada, de paralisação dos servidores do
Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), e de números de
assassinatos aumentando a cada semana que passa -, bem, isso não se
sabe. No documento enviado à AL, é explicado que somente o período de 18
a 22 não gera ônus para o Estado. Ou seja, por causa de um evento de
apenas dois dias, Jatene ficará cinco dias fora do país às custas do
bolso do contribuinte.
O que se conclui nesse início de mandato
é que o governador trocou o hobby pelo qual era conhecido por um mais
interessante, e bem mais caro: pulou da pescaria para o turismo. Sim,
porque só nesses primeiros seis meses de Governo, Simão Jatene conseguiu
nada menos que três autorizações para viajar ao exterior: antes dessa
mais recente, uma em abril para o Qatar, no Oriente Médio, e outra em
maio para a Argélia, na África. O parlamento estadual espera até hoje os
relatórios das viagens, de acordo com o que prega a Constituição
Estadual - que o governador já mostrou várias outras vezes não ter
qualquer pudor em ‘rasgar’ quando lhe interessa.
No mês passado, em meio à greve dos
educadores, Jatene não se acanhou em fazer as malas e partir para a
Argélia por 12 dias em “missão internacional” e sob a justificativa de
que “o Governo do Pará está reforçando parcerias com empresas que devem
se instalar no Estado nos próximos anos”. Após as denúncias do DIÁRIO,
Jatene encurtou a viagem e retornou ao Pará. No mês anterior, a viagem
de 11 dias ao Qatar ia incluir uma paradinha em Cambridge, na
Inglaterra, a convite do chanceler do Comitê Permanente da América
Latina para Prevenção do Crime (Coplad), Elias Carranza, para compor,
como membro oficial, a comitiva da América Latina que ia participar do
13º Congresso das Nações Unidas sobre a Prevenção do Crime e Justiça
Criminal. De última hora, resolveu não ir e mandou a herdeira, Izabela
Jatene, em seu lugar, cortando do roteiro apenas para o pit stop
europeu.
(Diário do Pará)