quinta-feira, 18 de setembro de 2014

UFC!!!

Luta entre Machida e Dollaway será em dezembro

Luta entre Machida e Dollaway será em dezembro (Foto: Divulgação/UFC)
(Foto: Divulgação/UFC)

O lutador brasileiro Lyoto Machida enfrentará o norte-americano CB Dollaway em dezembro, em Baueri (SP). A informação foi confirmada pela lutadora Ronda Rousey, em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (17).

Apesar de vir de uma derrota para o campeão Chris Weidman, em luta realizada em julho, quando o duelo entre o brasileiro e o norte-americano foi decidido pelos juízes, Machida ainda está no páreo para enfrentar o campeão dos médios, já que ocupa a quarta colocação no ranking da categoria.

Já Dollaway não vai ser um adversário fácil de encarar. O norte-americano vem de dois triunfos consecutivos e acumula 15 vitórias e cinco derrotas em toda sua carreira.
Em lutas realizadas no Brasil, Dollaway garantiu duas vitórias: Daniel Sarafian, em São Paulo, em 2013; e bateu Cezar Mutante, em Natal, neste ano.

A última vitória de Dollaway foi contra Francis Carmont, em maio.
(DOL)

MAIS UMA SEPARAÇÃO!!!

Termina casamento de Lemmertz e Alexandre Borges

Quinta-Feira, 18/09/2014, 07:23:53 - Atualizado em 18/09/2014, 07:28:47
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Termina casamento de Lemmertz e Alexandre Borges  (Foto: Reprodução)
(Foto: Reprodução)

Alexandre Borges e Júlia Lemmertz estão em processo de separação. Após 21 anos de casamento, eles decidiram seguir rumos diferentes, apesar de, por enquanto, ainda morarem na mesma casa.

O ator está disposto a procurar outro endereço, mas só deve deixar o lar, onde a ex ficará, na semana que vem. Isso porque ele vai esperar até que sua viagem com a peça "Uma Pilha de Pratos na Cozinha", termine, segundo o jornal "O Dia".

Rumores sobre uma suposta crise no relacionamento dos artistas tomaram força nas últimas semanas, já que Borges tem sido visto com frequência na noite do Rio de Janeiro, mas sempre sozinho.

Aliás, desde 2007 o casal de atores enfrenta os boatos sobre divórcio. Eles sempre negaram, apesar de Alexandre já ter confessado que o casamento passou por alguns períodos de crise.
(DOL)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A MORTE DO GRANDE CAMPEÃO!!!

Capítulo 9: O acidente e a morte de Senna em detalhes que você nunca viu

O que você ainda não sabe sobre a morte de Senna, 20 anos depois12 fotos

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Capítulo 9: O acidente e a morte de Senna em detalhes que você nunca viu Pascal Rondeau/Allsport

Não vi nada de diferente na rotina do hospital quando cheguei. Imaginava que haveria gente por todo o lado a fim de acompanhar uma eventual cirurgia em Senna. De imediato, compreendi que eu chegara bastante cedo ao hospital, a ponto de entrar no edifício e não ver um único jornalista. No fim de uma rampa que dá acesso a um saguão central, para onde todos se direcionam ao entrar no hospital, vi a primeira manifestação de que Senna estava lá.

Um policial, um Carabinieri, estava agitadíssimo. Alguém acabara de lhe dizer que o piloto se acidentara e há pouco havia chegado ao hospital, transportado de helicóptero. Ele tinha o chapéu na mão e dizia: "Meu Deus, o que é isso, não existe mais piloto como Senna, que corre com o coração".

Eu o ouvi enquanto entrava rapidamente no saguão principal, atrás de notícias. Estava mais tenso ainda. Mas ali não havia jeito. Se eu falhasse, provavelmente comprometeria o restante da minha carreira naquilo que tanto me dedicara para conseguir, ou seja, cobrir o Mundial de Fórmula 1 para a grande mídia brasileira. Cada vez que me lembrava disso ganhava força para deixar de lado minhas emoções.

Parei de pensar também nas reações que estavam ocorrendo no Brasil por conta do acidente de Senna, o que colaborou para eu me controlar.
Nesse momento, vi Roberto Cabrini, repórter da TV Globo, com quem sempre tive boa relação profissional, e, um pouco mais tarde, Celso Itiberê, o correspondente do jornal o Globo em Milão.

No Brasil, era domingo de manhã. Lembro-me de ter ligado para os jornais em que trabalhava, Estadão e Jornal da Tarde, além da Agência Estado, a fim de informar ao chefe de reportagem, Castilho de Andrade, que havia deixado o autódromo e me encontrava no hospital.
Eu pensei comigo: se Senna morresse, todas as atenções estariam lá na Itália, ao menos até o embarque do corpo para o Brasil. Eu estava sozinho, seria o responsável por levar aos leitores dos jornais da empresa um painel de informações de tudo. Era uma grande responsabilidade.

Isso fez eu me concentrar quase doentiamente no meu trabalho. Ao mesmo tempo, comecei a elaborar uma estratégia de cobertura. As notícias estariam no hospital, mas também no autódromo. Era imprescindível ouvir Frank Williams, dono da equipe de Senna, Patrick Head e Adrian Newey, os homens que assinaram o projeto do modelo FW16 pilotado por Senna.
Médicos realmente profissionais

Não encontrei no hospital um único cidadão que tivesse um mínimo de sensibilidade com o que estava se passando: um piloto de F1, ídolo em dezenas de países, mesmo na Itália, lutava para viver e os funcionários do hospital continuavam sendo mal-educados, grossos e desinteressados, mesmo com quem falasse em italiano com eles, como eu.

O que faltava de bom senso a essas pessoas sobrava nos médicos deslocados para o atendimento. Todos solícitos e não escondendo nenhuma informação. Fomos orientados a não subir ao 11° andar, mas era impossível atender o pedido do hospital. A notícia estava lá.

E eu não errei ao decidir pagar para ver. Logo que sai do elevador, encontrei um médico com roupas usadas no centro cirúrgico. "O senhor veio lá de dentro, viu o Senna, pode me dizer alguma coisa?", perguntei, meio afobado, primariamente, imaginando ouvir um desaforo.

Para a minha surpresa, nada disso ocorreu. Descobri tratar-se do doutor Servadei, um dos que atendeu Senna ainda na pista e o acompanhou, no helicóptero, até o hospital. Apesar de profissional, ele estava abalado. Com voz baixa, começou a descrever o que vivera naquela última hora.
Pascal Rondeau/ALLSPORT
Choque ao tirar o capacete
 
Ele é quem fala: "Antes mesmo de retirar o capacete, ficamos impressionados com a quantidade de sangue que o piloto perdia. Alguma artéria havia sido atingida com certeza e minha primeira preocupação era, uma vez exposta a cabeça de Senna, tentar conter a hemorragia. Quem orientou a complexa retirada do capacete foi o doutor Sid Watkins, o médico da FIA. Mas tão logo tivemos acesso a sua cabeça, sem o capacete e a balaclava, compreendi que Senna não sobreviveria", disse-me o doutor Servadei.

"Vimos que a base craniana estava aberta e ele perdia massa cefálica, cérebro, pelo corte de mais de um centímetro de largura que corria por trás das orelhas, de lado a lado da cabeça. Para mim, ele havia batido a cabeça no muro da curva Tamburello, em alta velocidade. Isso explicava aquele traumatismo generalizado da caixa craniana".

Depois de ouvir aquilo, estava claro para mim que não havia mais o que fazer. A morte de Senna era uma questão de tempo. Pouco tempo. Lembro-me de ter procurado um lugar para sentar e dizer a mim mesmo que aquilo era verdade. Eu estava em choque.

Nesse instante, passou um cidadão que, educadamente, me informou que os médicos do caso falariam no centro de conferências do hospital, no térreo. Profundamente abatido, sem saber o que pensar, fui para lá, sempre transportando o meu bloco de anotações e o velho computador laptop Toshiba 1000, uma peça de museu se comparada aos que uso hoje.

Atrás da mesa do centro de conferência ficaram, de pé, o doutor Domenico Cosco, a doutora Maria Tereza Fiandri, o doutor Andreolli, neurocirurgião, o doutor Servadei e o doutor Gordini, anestesista.
Não há nada que possamos fazer

O primeiro a falar foi Andreolli, que descreveu o quadro como o mais traumático possível. "Não existe uma área específica do crânio que podemos atuar para a reparação, tudo foi danificado no acidente. O traumatismo é generalizado, bem como os danos a todo o tecido nervoso", explicou.

Entre a minha conversa com o doutor Servadei, no 11° andar, e o início da conferência houve um intervalo de uma hora. Já haviam muitos repórteres no hospital para acompanhar o caso. Na sala de conferência, pude observar até mesmo doentes de pijama, internados, que sabiam da internação de Senna em estado de emergência. Desejavam mais notícias.

A consternação pelo anunciado pelo doutor Andreolli foi impressionante. As pessoas tomaram consciência de que Senna, ídolo de tanta gente, aquele que parecia imortal, morreria no máximo em questão de horas. Entrei em contato com o nosso chefe de reportagem para informar o que já apurara e o que viria pela frente.

Como eu teria de escrever um volume respeitável de textos naquele dia, Castilho sugeriu que eu já enviasse o primeiro com o que tinha até então. Achei prudente. Sentei numa das cadeiras da sala de conferência e conectei meu laptop em uma tomada que descobrira ali, próximo da mesa dos médicos, que já haviam deixado o local.

20 anos sem Ayrton Senna: 100 imagens do campeão100 fotos

Em mais uma foto sem data, Ayrton Senna aparece já com macacão e patrocínios. No kart, ficou de 74 a 80, conquistando títulos sempre - em 79 e 80, inclusive, foi vice-campeão mundial Arquivo pessoal/Folhapress
 
Comportamento irracional
Nesta hora, apareceu um cidadão, daqueles imbecis que há pouco citei, dizendo que não poderia ficar lá. "Vou fechar esta sala", disse, com a maior agressividade pensável. Eu lhe pedi que me desse uns 50 minutos para redigir um texto. Isso em nada alteraria a rotina do hospital. 

Outros jornalistas também manifestaram a necessidade de trabalhar.
Quase sem olhar para nós o indivíduo foi até o painel de controle de luzes da sala e nos ameaçou, com a mão nas chaves elétricas: se não saíssemos de lá naquele instante desligaria a luz do ambiente. Fechei meu laptop e fui embora.

Fui procurar o doutor Servadei novamente, o do helicóptero, que tão gentil se mostrara. Por sorte, o encontrei numa sala do térreo. Ele me deu mais detalhes: "A hemorragia que Senna tinha ainda na pista era tão violenta que durante o voo nós lhe demos litros de sangue". Ele também falou da perda de líquor, líquido cefalorraquidiano existente entre as camadas nervosas, a fim de protegê-las.

"Em decorrência da desaceleração sofrida pelo cérebro, Senna perdia massa cinzenta e líquor, o que começou a deformar rapidamente suas feições".

Toda vez que essas camadas são rompidas, o líquor, mantido sob elevada pressão entre elas, se espalha pelas cavidades que encontra, causando o inchaço de todos os tecidos. Em outras palavras, a cabeça de Senna estava se deformando rapidamente, ganhando volume.
Vida vegetativa

O doutor Gordini, o anestesista, próximo ao doutor Servadei, contou-me também outra passagem durante o voo de helicóptero até o Hospital Maggiore: "Senna teve uma depressão respiratória importante. Nós administramos drogas que reverteram o quadro. Mesmo que ele não tivesse sofrido todos os estragos no cérebro, decorrentes do impacto no muro, só aquela depressão já lhe teria causado danos irreversíveis no tecido nervoso. Ele teria apenas vida vegetativa. Seu cérebro recebeu pouco oxigênio durante um tempo precioso. No CTI, Senna chegou a ter uma parada respiratória. De novo, nós o reanimamos".

Observe que em nenhum momento os médicos falaram em afundamento do frontal, causado por algum componente do carro que se projetou na direção da cabeça no momento do impacto. Hoje, acredita-se que a barra que conecta a manga de eixo da suspensão dianteira direita ao conjunto mola-amortecedor, denominada push-rod, se soltou no choque do Williams no muro e se deslocou na direção do capacete de Senna.

A seguir a barra perfurou a viseira e pressionou a cabeça do piloto contra a parte de trás do cockpit. Essa compressão é que teria causado a fratura da base do crânio, descrita pelo doutor Servadei. A barra atingiu antes a artéria temporal, gerando a forte hemorragia.

Recapitulando: pouco antes das 16 horas eu já estava no Hospital Maggiore e conversava com o doutor Servadei, na porta do CTI. Às 16h30 a doutora Fiandri anunciou, no centro de conferências do hospital, que o neurocirurgião, doutor Andreoli, falaria sobre o estado de Senna. Ficamos sabendo que não havia como intervir cirurgicamente e que a morte era uma questão de horas.

Depois, voltei a falar com os médicos presentes no autódromo e eles me deram mais informações do atendimento. A doutora Fiandri, que se tornou uma espécie de porta-voz do grupo médico, nos avisou que só se pronunciaria se tivesse "alguma novidade".
Às 17h55, ela surge novamente no saguão principal do hospital, na porta do pronto-socorro. A esta altura, o hospital não mais permitia o acesso ao 11° andar, onde estava Senna, no CTI.
Morte cerebral

A doutora Fiandri estava visivelmente emocionada. Uma multidão de repórteres se aproximou para ouvi-la. Não se manifestou até que o silêncio foi feito. Eu estava ao seu lado. Com a voz embargada, a médica afirmou: "Senhores, o eletroencefalograma de Senna não acusa mais atividade elétrica". Deu uma pausa. Parecia estar se recompondo. "Senna tem morte cerebral". Saiu em completo silêncio, devagar.

Os profissionais de imprensa que permaneceram no autódromo, a esta altura, com o fim da corrida, já estavam no hospital. Para a maioria, aquele foi o primeiro contato com os médicos que cuidavam de Senna. A notícia causou comoção em todos. Quem estava lá já sabia que o desfecho do caso seria aquele.

Uma disputa intensa pelos telefones públicos seguiu. A telefonia celular de longa distância estava apenas começando. Não me lembro de ver alguém com celular na época.

O comunicado da doutra Fiandre informava, no fundo, a morte de Senna. Seu coração continuava batendo, mas não por muito tempo. Vi pessoas chorando, entre eles jornalistas muito emocionados também. Eu ainda não chorara, talvez por conta daquele preparo a que me submeti, dizendo a mim mesmo que, ao menos enquanto estivesse ali, atrás de informações, mantivesse a situação sob controle. Mas estava abalado, sem dúvida.

Todos nós, jornalistas, precisávamos nos comunicar com nossas bases, para, de novo, informar o andamento das notícias. A doutora Fiandri, por exemplo, disse que só voltaria a falar com a imprensa às 21 horas ou se "tivesse alguma novidade". Isso depois de anunciar a morte cerebral do piloto, às 18h05.
A verdade crua e dura

Às 19h05, ela surgiu de novo, proveniente do pronto-socorro. Não era onde estava o piloto. Com os olhos marejados, claramente havia chorado, falou em voz pausada, carregada de emoção, enquanto não se ouvia um ruído sequer a sua volta, apesar da presença de centenas de jornalistas. Todos precisavam ouvir para acreditar.

"Senhores, por favor...(tempo para respirar fundo). Desde as 18h40, Senna não registra mais atividade cardíaca", afirmou. Nova pausa. Ninguém se manifesta, silêncio absoluto. A doutora Fiandri sugere ter algo mais a dizer e todos se mantêm ao seu redor. Com os olhos cheios de lágrimas, afirma delicadamente: "Senhores, Senna está morto".

O GRANDE ATAQUE!!!


11 de Setembro: como foi o dia que transformou os EUA


O maior atentado terrorista da história aconteceu numa manhã de terça-feira, um dia de céu aberto e temperatura amena em Nova York. A ilha de Manhattan, porém, transformou-se num inferno depois que um grupo de integrantes da rede Al Qaeda explodiu dois aviões contra as torres do World Trade Center. O 11 de setembro de 2001 foi contado da seguinte forma por VEJA, na sua edição número 1.718:
Em 19 de setembro de 2001: Este mundo nunca mais será o mesmo
Durante a maior parte da terça-feira passada, os assessores do presidente dos Estados Unidos acharam que ele não deveria retornar a Washington. Era perigoso demais. George W. Bush seria depois criticado por ter ziguezagueado entre bases militares em vez de retomar logo sua cadeira no coração do poder americano, a Casa Branca. O fato é que se temia outro ataque terrorista bem-sucedido, dessa vez à sede da Presidência. As implicações contidas na hesitação de Bush são tremendas. Mostram até que ponto o mundo mudou depois dos ataques às torres do World Trade Center e ao Pentágono. A alteração mais imediata diz respeito ao fim do mito da invulnerabilidade do território americano. O país mais poderoso do mundo viu ícones de sua identidade nacional ser alvejados com desconcertante facilidade. Por volta das 9 horas da manhã, dois aviões de passageiros seqüestrados puseram abaixo as torres gêmeas do World Trade Center, cujo destaque no horizonte de arranha-céus de Nova York simbolizava a supremacia econômica da superpotência. Um terceiro aparelho despencou sobre o Pentágono, sede do poder militar do império, nos arredores de Washington. Um quarto avião tomado por terroristas espatifou-se no solo em campo aberto, depois que passageiros enfrentaram os seqüestradores. “Foi um ato de guerra”, definiu o presidente Bush. Tratou-se, de fato, de uma ofensiva terrorista em larga escala, sem similar na história, com milhares de mortos inocentes. Uma das primeiras coisas que se ouviram foi o clamor por revanche. Os americanos acham que é preciso dar o troco – mas contra quem?
Em 19 de setembro de 2001: A morte no fogo, num salto ou no desabamento
As torres gêmeas do World Trade Center foram construídas para resistir ao impacto de um Boeing. E resistiram. Não caíram quando os aviões entraram pelas janelas, numa manobra que revelou a enorme perícia de quem os pilotava. O modo como os terroristas acertaram os prédios dá indícios de um planejamento milimétrico. Na velocidade máxima, acima dos 800 quilômetros por hora, um grande avião empurra tamanha quantidade de ar a sua frente que é virtualmente impossível que acerte um paredão numa colisão frontal. Por isso eles voaram mais lentamente – calcula-se que a 450 quilômetros por hora – e optaram pela trajetória curva para chegar ao objetivo. No caso do Pentágono, em que não há imagens do momento do impacto, o problema é parecido. Descer uma aeronave de 115 toneladas numa pista de aeroporto exige combinar velocidade e aerodinâmica com equipamentos de precisão. Pousar sobre um alvo específico é quase uma loteria. Em todos os momentos, os extremistas mostraram o conhecimento de quem passou muito tempo num simulador de vôo, além de prática efetiva. Desligaram, por exemplo, os transponders que emitem sinais eletrônicos sobre a localização das aeronaves. Passaram também a voar em baixa altitude, fora do alcance dos radares. E, pelo menos num caso, foram eles que mandaram os passageiros ligar por celular para avisar do sequestro. Queriam publicidade máxima de seus atos e agiram como se tivessem antecipado o cenário que construiriam.
Em 19 de setembro de 2001: A morte pelo celular
Para um público sedento de notícias confortantes em meio à catástrofe, eles já estavam sendo chamados de ¿os heróis do vôo 93¿. Eram no mínimo três, homens altos e fortes, que decidiram atracar-se com os seqüestradores do Boeing 757 da United Airlines que havia decolado de Newark rumo a San Francisco. Não se sabe se conseguiram. Mas o avião foi o único que não chegou ao destino traçado pelos terroristas. Caiu em campo aberto, perto de Pittsburgh. O que aconteceu lá dentro, entre o início do seqüestro e a decisão desesperada de reagir, foi narrado num punhado de telefonemas dados por passageiros munidos de celular. As ligações choveram dos vários palcos da tragédia. Tanto a bordo dos aviões seqüestrados quanto nos prédios do World Trade Center e, mais tarde, de seus escombros, o telefone celular foi o elo possível, para um grupo de pessoas aterrorizadas, feridas, à espera da morte certa, com o mundo como ele era antes que mergulhassem no pesadelo. Alguns desses telefonemas forneceram o primeiro e dramático esboço do modo de agir dos terroristas. Na maior parte das vezes, porém, o celular foi unicamente o instrumento da despedida.
Em 19 de setembro de 2001: Brasileiros no topo do mundo
O paulistano Ivan Kyrillos Barbosa, administrador de empresas, 30 anos, estava no topo do mundo. Funcionário de uma corretora de valores no coração de Manhattan, morava num apartamento dentro de um belo condomínio do outro lado do Rio Hudson. Adorava o trabalho, que lhe rendia 10 000 dólares por mês, entre salário e bônus. Sua colega Anne Marie Sallerin Ferreira, engenheira química de formação, 29 anos, também estava realizando um sonho ao trabalhar com a elite globalizada do mundo financeiro. Com trajetórias tão bem-sucedidas, tinham pouco a ver com a maioria dos 300 000 brasileiros que buscam uma vida melhor em Nova York, geralmente em ocupações bem menos qualificadas. Ivan dava expediente no 105º andar da torre norte do World Trade Center, quase no topo do edifício. Anne Marie era uma de suas companheiras de trabalho na corretora Cantor Fitzgerald. Desde terça-feira, os dois, junto com a contadora Sandra Fajardo Smith, eram os brasileiros mais ansiosamente procurados por parentes e amigos numa lista que começou com cerca de trinta pessoas.

A MORTE DEIXOU ELE MAIS VIVO AINDA!!!

MORTE DE CAZUZA


NOME: Agenor de Miranda Araújo Neto (32 anos) 
QUEM FOI: Cantor e compositor brasileiro. Ganhou fama como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho. Sua parceria com Roberto Frejat foi criticamente aclamada. Dentre as composições famosas junto ao Barão Vermelho estão "Todo Amor que Houver Nessa Vida", "Pro Dia Nascer Feliz", "Maior Abandonado", "Bete Balanço" e "Bilhetinho Azul". Cazuza é considerado um dos maiores compositores da música brasileira. Dentre seus sucessos musicais em carreira solo, destacam-se "Exagerado", "Codinome Beija-Flor", "Ideologia", "Brasil", "Faz Parte do meu Show", "O Tempo não Pára" e "O Nosso Amor a Gente Inventa". Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo declarado em entrevistas que era bissexual.
 
NASCIMENTO: 4 de abril de 1958 - Rio de janeiro, Brasil.
MORTE: 7 de julho de 1990 - Rio de Janeiro, Brasil.
CAUSA DA MORTE: Choque séptico devido à Aids.
OBS: No enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. O caixão, coberto de flores e lacrado, foi levado à sepultura pelos ex-companheiros do Barão Vermelho. Cazuza foi enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

VAMOS RECORDAR?

Bento XVI, o Papa Emérito


Bento XVI em seu último ato público como Papa
Ontem, 20 horas em Roma, os portões da residência papal de Castel Gandolfo se fecham, a Guarda Suíça se retira. Chega ao fim o papado de Bento XVI, o papa teólogo. Ao toque dos sinos, a multidão de fiéis aglomerada na frente dos aposentos do Santo Padre dá seu último adeus aquele que esteve à frente da Barca de Pedro por quase uma década. É um momento histórico que, mesmo registrado pelas centenas de câmeras dos jornalistas, não pode ser esmiuçado, contado, explicado, apenas meditado. É o adeus de um pai.

Bento XVI deixou o Vaticano por volta das 17h07min (horário local). Acompanhado por seu secretário, Dom Georg Gäenwein, o agora Papa Emérito se dirigiu para Castel Gandolfo, onde ficará até o término das reformas de sua nova residência, o antigo convento Mater Ecclesiae. A partida do Papa foi marcada por momentos de profunda comoção e lágrimas. No caminho para o heliporto, outro momento de profunda emoção: o chofer que o serviu durante anos não conseguiu segurar as lágrimas. Também na Praça de São Pedro se podia ver muitas pessoas emocionadas, algumas chorando.

Durante o trajeto, Bento XVI sobrevoou a Basílica de São Pedro, enquanto centenas de católicos assistiam a sua despedida pelos telões espalhados na praça. Uma multidão de fiéis também o aguardava na frente da residência papal em Castel Gandolfo para sua última aparição pública como romano pontífice. Na mensagem dirigida aos peregrinos, já na sacada de sua atual residência, Bento XVI disse que, em poucas horas, não seria mais o papa, "mas um simples peregrino encerrando seu caminho nesta terra".

O Papa agradeceu aos fiéis pela presença e lhes deu uma mensagem de confiança e de fé. "Sinto-me muito apoiado pela vossa simpatia. Vamos para a frente juntos com o Senhor para o bem da Igreja e do mundo", insistiu. O Santo Padre reforçou que não vai abandonar o serviço a Cristo, mas que pretende continuar trabalhando para Deus com todo o seu coração. "Gostaria ainda, de trabalhar, com o meu coração, com o meu amor, com a minha oração, com a minha reflexão, com todas as minhas forças interiores, para o bem comum e o bem da Igreja, da humanidade", declarou.

Hoje, 01/03, o Cardeal Decano Ângelo Sodano convocou formalmente os Cardeais eleitores para início das Congregações Gerais, nas quais se decidirá a data de abertura Conclave. Enquanto não se elege um novo papa, os assuntos da Igreja ficam sob a responsabilidade do Cardeal Tarcísio Bertone, o Camerlengo. Devido às alterações no Motu Proprio Normas Nonnullas feitas por Bento XVI, o início da eleição do novo pontífice deve ser mais cedo que o habitual.

O Papa Bento termina seu pontificado e apesar das inúmeras dificuldades, classificadas por ele como "águas turbulentas", soube imprimir sua marca na Igreja, deixando nela um legado de fé, amor e sobretudo humildade. O Papa Emérito ensinou aos católicos uma verdade há muito esquecida, devido ao processo de relativismo no qual muitos estão inseridos: "ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo" (Deus caritas est). Bento XVI ajudou a humanidade a encontrar uma pessoa: Cristo!

HISTÓRIAS INTERESSANTES!!!

A misteriosa morte do Papa João Paulo I

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A brevidade de seu pontificado suscita até hoje especulações a respeito de que teria sido vítima de uma conspiração, algo nada novo na tradição do Vaticano.

  • Enfarto do miocárdio ou assassinato?
As suspeitas de envenenamento são amplificadas pelo fato de o Vaticano jamais permitir uma autópsia no corpo santo de um Papa. Sua saída repentina do cenário daria espaço a setores da Igreja ligados à Cúria Romana, mais empenhados em combater as tendências socialistas então emergentes no clero em vários países. Essa tese ganhou força com a eleição de João Paulo II, um pontífice conservador em relação a diversas questões, como aborto, contracepção e política. De fato, o ainda bispo Luciani desejara ao menos uma revisão das posições tradicionais da Igreja Católica sobre estes temas, consultando-se com especialistas em reprodução humana e com filósofos e pensadores de distintas religiões.

Se Paulo VI teve um relatório médico extremamente preciso quando de sua morte (até mesmo os horários das complicações médicas foram anotados), o mesmo não ocorreu ao Papa Sorriso; seu corpo foi embalsamado imediatamente após o falecimento, e as verdadeiras causas do óbito nunca chegaram ao público. Não é preciso muito esforço mental, portanto, para imaginar as inúmeras especulações surgidas acerca deste trágico evento. Muitas delas foram condensadas em um polêmico livro, do não menos controverso escritor David Yallop, conhecido por sua vigorosa atuação no jornalismo investigativo.

Um dos inúmeros boatos surgidos após a morte de João Paulo I diz que seu pontificado entrara em choque com idéias e interesses da Opus Dei. Durante o funeral, foram ouvidos fiéis aturdidos, que diziam: "Quem fez isso com você?", "Quem o assassinou?", já desconfiando de que a morte do Papa Sorriso não decorrera de causas naturais.
  • Em Nome de Deus 
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  •  (a morte de João Paulo I aos olhos do polêmico jornalista britânico David Yallop)
O jornalista britânico David Yallop publicou em 1984, após longa pesquisa, a obra Em nome de Deus (In God's Name), na qual oferece pistas sobre uma possível conspiração para matar João Paulo I. A dar-se crédito às fontes de Yallop (que incluem inúmeros clérigos e habitantes da cidade do Vaticano), João Paulo I esboçara, no início de seu breve pontificado, uma investigação sobre supostos esquemas de corrupção no IOR (Istituto di Opere Religiose, vulgo Banco do Vaticano). Logo após eleger-se papa, ele ficara a par de inúmeras irregularidades no Banco Ambrosiano, então comandado por Roberto Calvi, conhecido pela alcunha de "Banqueiro de Deus" por suas íntimas relações com o IOR (o corpo de Calvi apareceu enforcado numa ponte em Londres, quatro anos depois, por envolvimento com a Máfia).

Entre os envolvidos no esquema, estaria o então secretário de Estado do Vaticano e Camerlengo, cardeal Jean Villot, o mafioso siciliano Michele Sindona, o cardeal norte-americano John Cody, na época chefe da arquidiocese de Chicago e o bispo Paul Marcinkus, então presidente do Banco do Vaticano. As nebulosas movimentações financeiras destes não passaram despercebidas pelo Papa Sorriso. Sem falar em supostos membros da loja maçônica P2, como Licio Gelli (vale lembrar que pertencer a essa comunidade secreta sempre foi e ainda é considerado motivo de excomunhão pela Igreja Católica).

A Cúria Romana como um todo rechaçou o perfil humilde e reformista de João Paulo I. Diversos episódios no livro corroborariam essa tendência: o Papa Sorriso sempre repudiou dogmas, ostentação, luxo e formalidades; para ficar num exemplo, ele detestava a sedia gestatoria, a liteira papal (argumentando que, por mais que fosse o chefe espiritual de quase um bilhão de católicos, não se sentia importante a ponto de ser carregado nos ombros de pessoas). Após muita insistência curial, ele passou a usá-la.

Seria no entanto importante referir que, quando o Cardeal Luciani ascendeu a Papa, o seu estado de saúde encontrava-se já bastante deteriorado.
Segundo Yallop, em 29 de setembro de 1978, João Paulo I anunciaria a remoção de Marcinkus, Cody, Villot e alguns de seus asseclas – o que poderia deixá-los à mercê de processos criminais. Mas Sua Santidade não acordou para levar a cabo as excomunhões: diz-se que teria sido encontrado pela freira Vincenza, que o servia havia 18 anos e que sempre lhe deixava o café todas as manhãs. Naquele fatídico dia, no entanto, ela ficara espantada com o fato de o Papa não ter respondido ao seu Buongiorno, Santo Padre (Bom-dia, Santo Pai); desde os tempos de padre em Veneza, ele nunca dormira além do horário. Notando uma luz acesa por trás da porta, ela entrou nos aposentos do Papa e encontrou-o de pijama, morto, com expressão agonizante, na cama. Seus pertences pessoais foram de imediato removidos por Villot. Entre eles, as sandálias do papa; no livro, é defendida a hipótese de que estariam manchadas com vômito – um suposto sintoma de envenenamento.

Yallop cita a digitalina (veneno extraído da planta com o mesmo nome) como a droga usada para pôr fim ao pontificado de João Paulo I. Essa toxina demora algumas horas para fazer efeito; Yallop defende que uma dose mínima de digitalina, acrescentada à comida ou à bebida do papa, passaria despercebida e seria suficiente para levar ao óbito. E para o autor de Em nome de Deus, teria sido muito fácil, para alguém que conhecesse os acessos à cidade do Vaticano, penetrar nos aposentos papais e cometer um crime dessa natureza.

Sem se deter na morte de João Paulo I, Yallop ainda insinuou que João Paulo II seria conivente com todas as irregularidades detectadas no pontificado de seu breve antecessor. Outra acusação grave feita no livro era a de que João Paulo II autorizara o financiamento secreto das atividades do sindicato Solidarnosc (Solidariedade) em sua terra natal.

As teorias defendidas por Yallop foram refutadas pelo escritor John Cornwell, também britânico, em seu livro A Thief in the Night (Um Ladrão na Noite). Em diversos tópicos, como o horário e a causa da morte do Papa, Cornwell contesta as afirmações e provas de Yallop e oferece sua versão, mantendo o debate aberto. Os que defendem as teses expostas em Em Nome de Deus afirmam que Cornwell seria ligado a personalidades influentes da Cúria Romana.

  • A versão oficial da morte
A versão oficial divulgada pelo Vaticano, contudo, diz que o corpo de João Paulo I teria sido encontrado pelo padre Diego Lorenzi, um de seus secretários, enunciando a morte como "possivelmente associada com infarto do miocárdio". Para alguns, João Paulo I teria sido vítima das terríveis pressões características de seu cargo, e que não tendo suportado-as, veio a perecer.
Outra hipótese levantada foi a de que o Papa Sorriso teria sido vítima de embolia pulmonar. De qualquer maneira, sua morte provocou enorme consternação entre os católicos; mesmo sob chuva torrencial, a Praça de São Pedro esteve totalmente lotada quando de seus serviços funerais. Em sua homenagem, seu sucessor adotaria seu nome papal ao ser eleito, em 16 de outubro de 1978.