CNBB recebe renúncia do
papa com 'surpresa e consternação'
SÃO PAULO - O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), o cardeal arcebispo de Aparecida, Raymundo Damasceno, afirmou,
em entrevista à Globo News, que recebeu com “surpresa” a renúncia do papa Bento
XVI, anunciada nesta segunda-feira.
O papa Bento XVI anunciou hoje que
deixará seu posto no dia 28, às 20h, informou nesta segunda-feira o próprio
Vaticano, após a imprensa italiana divulgar o fato. De acordo com nota da agência, o próprio
pontífice deu a informação, em latim, durante uma assembleia com cardeais em
que se discutia um processo de canonização. É o primeiro papa a tomar essa
decisão e renunciar voluntariamente em quase 600 anos.
“Estamos consternados pela notícia. Ele estava
governando a Igreja, ocupado em atividades diárias. Contávamos com a presença
dele na Jornada Mundial da Juventude”, disse ao canal de TV.
O evento católico ocorre em julho no
Rio de Janeiro e a presença do papa Bento XVI já
havia sido confirmada. Damasceno disse que o Papa já havia declarado que, caso
não viesse ao Brasil, mandaria seu sucessor. “[Ser papa] é uma missão
exigente, de grande responsabilidade. Sente-se que é necessário força da mente
e ele está em situação de incapacidade”, afirmou o presidente da CNBB na
entrevista.
Questionado se essa renúncia histórica poderia ser
um prenúncio para modernização da Igreja Católica, o cardeal de Aparecida
lembrou que esse é um direito canônico do pontífice. “A renúncia é livre. A
Igreja tem missão de atualizar sua mensagem para os tempos modernos sem trair a
mensagem do Evangelho de Jesus Cristo”, disse.
Orações
A Arquidiocese de Brasília também informou ter
recebido com “surpresa” a renúncia do papa Bento 16. De acordo com a nota
divulgada no site da instituição, o cardeal Dom João Braz de Aviz, que está em
Roma, convocou os católicos para orações ao pontífice.
“Convidamos toda a Arquidiocese para estar em
oração com o Santo Padre nesse momento em que a Igreja mais precisa do seu
Pastor”, afirmou o cardeal, em nota.
A renúncia do papa deve ocorrer no dia 28 de
fevereiro. O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, também
está em Roma, onde ocorreu uma reunião com todos os cardeais do mundo,
denominada consistório. Foi nesse encontro, em que ocorreram três canonizações,
que Bento XVI anunciou que deve deixar o cargo.
A Arquidiocese de São Paulo ainda não se manifestou
sobre o assunto. D. Odilo Scherer tem viagem de volta de Roma marcada para
amanhã. Na próxima quarta-feira, quando os católicos comemoram o início da
quaresma com a quarta-feira de cinzas, está marcada uma coletiva sobre o início
da “Campanha da Fraternidade”, que neste ano tem como tema a juventude, numa
preparação para a Jornada Mundial da Juventude.
O nome do cardeal de São Paulo é lembrado como um
dos candidatos para assumir o maior cargo da Igreja Católica no mundo.
TEXTO DA INTERNET
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