Renúncia do papa Bento 16 surpreende Igreja Católica
CIDADE DO VATICANO, 11 Fev. O papa
Bento 16 surpreendeu o mundo nesta segunda-feira ao anunciar que renunciará
como líder da Igreja Católica, afirmando que não tem mais a força física e
mental necessária para realizar os deveres de seu ofício e tornando-se o
primeiro pontífice em 700 anos a tomar tal decisão.
Líderes religiosos buscaram assegurar a
calma e o clima de confiança, mas a decisão pode levar a um dos períodos mais
incertos e instáveis da Igreja Católica, que vem sendo atingida por escândalos
nos últimos anos.
Muitos papas no passado --incluindo o
antecessor de Bento 16, João Paulo 2o-- evitaram a renúncia mesmo quando
estavam em condições críticas de saúde, exatamente pelo temor com a divisão e a
confusão que poderia resultar da existência de um "ex-papa" e de um
novo papa ao mesmo tempo. Isso poderá ser um problema especialmente se o
próximo papa for um progressista.
A igreja tem sido atingida durante a
liderança de quase oito anos de Bento 16 por uma crise a respeito de abuso
sexual de crianças que abalou a igreja, por um discurso que desagradou
muçulmanos e por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados
através de seu mordomo pessoal.
Em um anúncio lido por cardeais em
latim, o idioma universal da igreja, o papa alemão de 85 anos disse: "Bem
ciente da gravidade deste ato, com total liberdade, declaro que renuncio ao
ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro".
"A partir das 17h (horário de
Brasília) de 28 de fevereiro de 2013... um conclave para eleger o novo
pontífice terá de ser convocado."
PAPA NÃO TEME DIVISÃO
Em entrevista coletiva, o porta-voz
chefe do Vatino, padre Federico Lombardi, disse que o papa não teme uma divisão
na igreja, com católicos leais ao passado e ao presente em casos de diferenças
nos ensinamentos da igreja.
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