Brasileiras não ligam o HPV ao câncer
| |||
|
| ||
PESQUISA
Dois terços delas
ignoram que o vírus provoca o câncer
no colo do útero
Pesquisa feita pelo Ibope indica que dois terços
das mulheres brasileiras não sabem que o vírus do papiloma humano está
relacionado à incidência de câncer de colo de útero, informou ontem o site de
notícia G1. O dado é preocupante, pois a prevenção contra o vírus é a forma mais
eficaz de evitar a doença – o segundo tipo de câncer que mais mata mulheres no
Brasil, atrás apenas do câncer de mama.
O HPV é
um vírus sexualmente transmissível, que é passado em um simples contato de pele
com pele, desde que nas regiões infectadas. Provoca verrugas e ferimentos
genitais, e essas verrugas muitas vezes dão origem a tumores. O tipo de câncer
mais comumente causado por ele é o de colo de útero, mas isso pode ocorrer
também no ânus, no pênis ou na garganta.
"A
pesquisa mostra a necessidade de continuar passando as informações para a
população", alertou Garibalde Mortoza Junior, presidente na Associação
Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, que idealizou o
trabalho.
A
consulta foi feita em seis capitais: Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre,
Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. "Se nas principais capitais, a desinformação
paira, imagina nas cidades menores", comentou Mortoza.
Cidades
menores e locais isolados são, de fato, as maiores preocupações dos médicos em
relação ao combate ao câncer de colo de útero. Nas regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, esse é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, à frente até
do câncer de mama.
HPV
O estudo
perguntou às mulheres quais as melhores formas de evitar o HPV e 83% citaram o
preservativo. A camisinha é sim recomendada, pois reduz o risco de transmissão
da maioria das doenças sexualmente transmissíveis. Porém, no caso específico do
HPV, ela não é 100% eficaz, pois o simples contato de pele com pele pode ser
suficiente para que o vírus seja passado.
Outro
método muito importante de prevenir a transmissão é a vacinação. Apenas 24% das
entrevistadas sabiam que existe vacina contra o HPV. A vacina é cara – são três
doses, cada uma entre R$ 220 e R$ 400 – e ainda não está disponível na rede
pública.
"O que eu
tenho conhecimento é que é uma vontade do Ministério da Saúde", disse Mortoza,
que acredita que ela seja disponibilizada em breve para algumas faixas
etárias.
Os
médicos recomendam a vacinação principalmente para meninas entre 12 e 14 anos,
porque a eficácia é maior quando as doses são aplicadas antes do início da vida
sexual. "Não quer dizer que depois não é pra fazer", ressaltou o
especialista.
PAPANICOLAU
Além de
evitar a transmissão do HPV, também é muito importante fazer exames regulares
para identificar lesões no colo do útero antes que elas se tornem um câncer. O
diagnóstico precoce aumenta a eficácia do tratamento.
O exame
em questão é o Papanicolau, que deve ser feito, no mínimo, a cada três anos. Os
dados da pesquisa em relação a esse exame também são preocupantes: 18% das
entrevistadas nunca o realizaram, e 13 % fizeram apenas uma vez na
vida.
"O câncer
do colo do útero é um dos poucos que você previne", lembrou Mortoza, enfatizando
a importância dos exames preventivos.
Para o
especialista, o Brasil tem dificuldades nesse setor e o sistema de saúde
britânico é um exemplo a ser seguido. Lá, se uma mulher deixa de fazer ou buscar
o exame, é procurada pelos agentes de saúde.
Aqui,
segundo ele, o processo de deslocamento e marcação de horários na rede pública
acaba afastando algumas pacientes. De toda forma, as mulheres também precisam
ter consciência dos riscos e procurar a orientação, mesmo que não haja sintomas.
"Se a mulher não vai ao ginecologista, não adianta nada", resumiu o
médico.
Fonte:
Portal ORM
|
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário