Jader alerta para risco de extinção da Eletronorte
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(Foto: Valter Campanato
O senador ressaltou que o Pará já é duramente
penalizado pelas distorções do sistema tributário no tocante à energia elétrica.
Ocorre, disse ele, que a tributação da energia pelo ICMS não se dá na origem,
sobre a geração, mas no destino, quando a energia é comercializada. Com isso,
assinalou, toda a energia gerada no Pará, mas consumida fora do Estado, sai
daqui sem pagar um centavo de imposto.
“Nós estamos aproveitando os bens da natureza em favor
do Brasil, mas o que está ficando aqui é muito pouco”, afirmou. Ele citou o caso
da hidrelétrica de Belo Monte, que está em construção no rio Xingu. Trata-se,
conforme frisou, do maior investimento projetado em obra no Brasil e um dos
maiores do mundo, o que explica a transformação brutal que vem ocorrendo em
Altamira. “A cidade passa por um processo de crescimento descontrolado e
problemático”.
MOBILIZAÇÃO
Considerando todos esses fatos e levando em conta
ainda outros empreendimentos hidrelétricos projetados no Pará, como os da bacia
do Tapajós, o senador observou que a sociedade paraense em peso, com a
mobilização de lideranças políticas e empresariais, o meio acadêmico e a
representação dos trabalhadores, deve cerrar fileiras em defesa da cobrança do
imposto sobre a geração de energia.
“Nós não somos contra a construção de hidrelétricas. O
que defendemos é que se aumente o poder de arrecadação, tanto do Estado quanto
dos municípios”, afirmou Jader Barbalho, acrescentando que, se o Pará exporta
dois terços de toda a energia que produz, contribuindo assim para o
desenvolvimento do país, é justo que ele receba por isso uma compensação
financeira. “Nós simplesmente não podemos aceitar que os outros, em outras
regiões, decidam a nosso respeito”.
Governo deve informações precisas, diz
senador
No pedido de informações, feito através de
requerimento com enquadramento constitucional, Jader Barbalho reproduz parte das
declarações atribuídas ao presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto,
em recente entrevista publicada pelo jornal O Globo.
Ao tratar do programa de reestruturação, por exemplo,
o executivo admite que dele poderá resultar uma profunda mudança na composição
societária do grupo. A meta é conseguir uma redução de R$ 3,3 bilhões nos custos
até 2015. “Para isso, José da Costa Carvalho não descarta a fusão de algumas
empresas e a venda de outras, como as distribuidoras federalizadas”, afirmou
Jader Barbalho, acrescentando que também está sendo considerada a redução de
pessoal, com a adoção de um programa de incentivo ao desligamento.
Dirigindo-se ao ministro Edison Lobão, observou que a
declaração do presidente da Eletrobras reporta expressamente as obras do
complexo hidrelétrico do rio Madeira (Jirau e Santo Antônio), em Rondônia, do
rio Teles Pires, na divisa do Mato Grosso e Pará, e Belo Monte, no rio Xingu,
todas consideradas obras prioritárias do PAC e PAC 2.
Jader observou que, entre as empresas do grupo
Eletrobras, está a Eletronorte, que é a empresa regional de energia elétrica da
região Amazônica. Quando o próprio presidente da Eletrobras não descarta a fusão
de algumas empresas e a venda de outras, como as distribuidoras federalizadas,
além de considerar a possibilidade de redução de pessoal, é natural, conforme
frisou o senador, que se dissemine no Pará o sentimento de inquietação. “O
presidente da Eletrobras semeia mais dúvidas e imprecisão do que
esclarecimentos”, aduziu.
Diante disso – acrescentou –, o Ministério de Minas e
Energia e a Eletrobras devem ao Senado Federal, à população brasileira e mais
particularmente à sociedade paraense informações precisas, com respaldo técnico
a respeito dos estudos em curso para a reestruturação do grupo. No bojo dessas
informações, disse Jader, devem ser explicitadas as alternativas que estão sendo
consideradas sobre a Eletronorte, cuja área de atuação é justamente a de maior
potencial para superar o déficit energético do Brasil.
(Diário do Pará)
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