Investimentos em infraestrutura apresentam queda
Domingo, 14/07/2013.
A expectativa de que os investimentos
em infraestrutura decolem em 2013 no País não deve se confirmar. Nos
primeiros três meses do ano, R$ 14,8 bilhões foram destinados ao setor,
um recuo de 4 5% frente ao mesmo período do ano passado, segundo
levantamento feito pela Inter. B Consultoria. Apesar da aproximação da
Copa do Mundo, a concentração de leilões de concessão de rodovias,
ferrovias e aeroportos no fim do ano adiará para 2014 os desembolsos
mais significativos para a área.
"Se alguém esperava que 2013 fosse o ano da arrancada, pode esquecer", diz o economista
Cláudio Frischtak, sócio da consultoria e um dos responsáveis pelo
estudo que cruza dados públicos de investimento federal, de empresas
estatais, estaduais, autarquias e empresas privadas na área de
infraestrutura. Isso inclui segmentos em energia elétrica,
telecomunicações, rodovias, ferrovias, metrô, aeroportos, portos
hidrovias e saneamento.
Em nota,
o Ministério do Planejamento contestou o estudo sob alegação de que o
investimento público no setor alcançou R$ 54,7 bilhões até maio, cifra
que representa um crescimento
de 4,5% sobre o ano passado. O governo alega que o investimento do
setor privado cresceu quatro vezes mais do que o Produto Interno Bruto
(PIB) desde 2007.
Para a Inter.B
Consultoria, a diferença se deve, principalmente, ao fato do estudo não
contabilizar investimentos no setor de óleo e gás.
Só
no primeiro trimestre, o orçamento da Petrobrás foi de R$ 19 8 bilhões.
Além disso, o dado do governo incluiu mais dois meses na contagem.
Os dados fechados pela equipe
da Inter.B mostram que o investimento em infraestrutura atingiu 2,29%
do PIB nominal em 2012 - ou R$ 100,6 bilhões em números absolutos. O
resultado foi um avanço de 0,20 ponto porcentual em comparação a 2011,
mas ainda está longe dos 2,46% do PIB de 2008, ano de maior investimento
relativo no setor desde o início do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). A julgar pelos dados de janeiro a março, em 2013 não
haverá aumento da fatia do PIB destinada ao setor.
As
obras da Copa e o fraco crescimento do PIB tiveram efeitos importantes
na recuperação dos números de 2012. O programa de concessões do governo
Dilma Rousseff também ajudou, com o início dos aportes privados e da
Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) nos
aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília.
Apesar
de admitir que os investimentos costumam se acelerar ao longo do ano,
Frischtak alerta que o segundo semestre reserva apenas uma corrida
administrativa do governo para acelerar os leilões de rodovias,
ferrovias e aeroportos. "Vai ser apenas uma preparação para os
investimentos em 2014", diz o economista.
DIÁRIO DO PARÁ
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