Caso Dorothy: Bida tem habeas corpus negado
A Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará negou nesta segunda-feira (16), por unanimidade, o pedido de habeas corpus impetrado
pela defesa do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, conhecido com
Bida, condenado a 30 anos de prisão como um dos mandantes do assassinato
da missionária americana Dorothy Stang, ocorrido em 2005.
Bida, que já teve três julgamentos - em dois
foi condenado e em um, absolvido - vai a novo júri popular na
quinta-feira (19). Ele cumpre pena em regime semiaberto desde a anulação
do terceiro julgamento, em maio deste ano, pela Segunda Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF).
Condenado a 30 anos no primeiro julgamento,
em 2007, ele teve direito a novo júri em 2008, onde foi absolvido. O
segundo julgamento, no entanto, foi anulado por fraude processual. No
novo julgamento, que durou mais de 50 dias, Bida voltou a ser condenado,
mas a defesa conseguiu a anulação alegando cerceamento de defesa. Os
efeitos da primeira condenação perduram até que o novo julgamento
confirme ou reforme a sentença.
Na ocasião, Bida rejeitou seus advogados e
foi a júri com um defensor público, que admitiu posteriormente não ter
tido acesso a todo o processo, o que foi usado pela defesa do fazendeiro
para pedir a anulação do julgamento.
Para o promotor do caso Dorothy Stang, Edson Cardoso de Souza, o pedido de habeas corpus às
vésperas do julgamento, sendo que Vitalmiro Bastos de Moura não está
preso em regime fechado, foi uma manobra para tentar influenciar o júri.
“Eles [os advogados] tentaram
[anteriormente] no STF fazer com que Bida fosse posto em liberdade para o
julgamento, mas o ministro Gilmar Mendes negou o pedido liminarmente.
Agora, os desembargadores, julgando o mérito do pedido, entenderam que
ele deve continuar preso. Vejo isso como uma forma de sensibilizar os
jurados”, disse Souza.
Dorothy Stang foi morta a tiros no município
de Anapu, no sudoeste paraense, em 12 de fevereiro de 2005. De acordo
com o Ministério Público, a missionária americana foi assassinada porque
defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em
terras públicas que eram disputadas por fazendeiros e madeireiros da
região.
(Agência Brasil)
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