Corpo de Jorge Dória é enterrado no Cemitério Memorial do Carmo, Rio
'Me ensinou tudo na vida nesses 30 anos', disse a viúva, Isabel Gasparin.
Dória morreu nesta quarta (6), aos 92 anos, em hospital no Rio.
O corpo do ator Jorge Dória,
que morreu aos 92 anos nesta quarta-feira (6), foi enterrado por volta
das 16h40 desta quinta (7), no Memorial do Carmo, no Caju, Zona
Portuária do Rio. Artistas, amigos e parentes se despediram do artista. O
velório começou às 11h, na Capela 1.
"Ele era meu grande amigo, companheiro, me ensinou tudo na vida nesses
30 anos de convivência", disse a mulher do ator, Isabel Gasparin.
Viúva de Jorge Dória chega ao velório
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
O ator Nuno Leal Maia disse que Dória vai fazer falta no teatro, no cinema e na TV.
"Ele era incrível. Um grande amigo, muito carinhoso. Ele tentou de todos os jeitos voltar à TV, mas infelizmente, não deu. Ele ia da comédia ao drama com muita facilidade. A gente ficava pelos corredores da emissora rindo, conversando e contando piadas", lembrou Maia.
"Ele era incrível. Um grande amigo, muito carinhoso. Ele tentou de todos os jeitos voltar à TV, mas infelizmente, não deu. Ele ia da comédia ao drama com muita facilidade. A gente ficava pelos corredores da emissora rindo, conversando e contando piadas", lembrou Maia.
Os atores João Carlos Barroso e José Santa Cruz, que trabalhavam com
Dória, no "Zorra Total", lembraram a irreverência do "Rei do Caco".
saiba mais
Ator Romeu Evaristo, o Angolano, de 'Zorra Total',
diz que aprendeu muito com Jorge Dória (Foto: Alba
Valéria Mendonça / G1)
diz que aprendeu muito com Jorge Dória (Foto: Alba
Valéria Mendonça / G1)
J
oão Carlos Barroso (à frente) e José Santa Cruz,
que também trabalhavam com Dória no 'Zorra
Total', lembraram a irreverência do 'Rei do Caco'
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
que também trabalhavam com Dória no 'Zorra
Total', lembraram a irreverência do 'Rei do Caco'
(Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
Dória iniciou sua carreira artística na década de 40. De acordo com o depoimento que deu ao Memória Globo, em 2002, sua estreia no cinema foi no melodrama “Mãe”, de 1947, do radialista Teófilo Barros.
Com uma carreira que inclui mais de 80 participações em filmes, teatro,
novelas e seriados, o ator se destacou na comédia, na primeira montagem
de “A gaiola das loucas”, de 1974, baseado no texto do autor francês
Jean Poiret.
Na TV, o ator teve destaque em 1970, na extinta TV Tupi. Três anos
depois fez sua estreia na TV Globo na primeira versão da “A grande
família”, interpretando o funcionário público Lineu, hoje vivido por
Marco Nanini.
Homenagem exibida pelo programa “Vídeo Show”, em 2010, mostrou que
Dória foi o Ambrósio de “O noviço”, seu primeiro personagem em novelas
na Globo, em 1975. Em 1978, foi o protagonista de “O pulo do gato”. Era o
playboy decadente e mulherengo Bubi Mariano, famoso por frases como
“Marilyn Monroe, saímos algumas vezes”.
Em 1990, fez “Meu bem meu mal”. Outro personagem marcante foi o Conselheiro Vanoli, da novela “Que rei sou eu?”, de 1989 (veja no vídeo abaixo). A interpretação lhe rendeu o prêmio de melhor ator pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Dória participou das novelas “Deus nos acuda”, “Era uma vez”, “Olho no
olho”, “Zazá” e “Suave veneno”. Por conta da fama de se dar bem em
comédias, foi convidado para participações especiais nos seriados “Sai
de baixo” (1998) e “Os normais” (2001), quando viveu o pai de Rui (Luiz
Fernando Guimarães).
No "Zorra Total", interpretava Maurição, pai machista de Alfredinho
(Lúcio Mauro Filho). Seu bordão era “Mas onde foi que eu errei?”, em
alusão ao fato de o filho se vestir de mulher, chamá-lo de “papi” e usar
gírias faladas por gays.
Teatro e cinema
No teatro, teve destaque em “Procura-se uma Rosa”, na década de 60. A peça era escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gill, com direção de Léo Jusi. Nos anos 70, ficou conhecido por produzir suas peças (como “Freud explica, explica” e “O senhor é quem?”).
Teatro e cinema
No teatro, teve destaque em “Procura-se uma Rosa”, na década de 60. A peça era escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gill, com direção de Léo Jusi. Nos anos 70, ficou conhecido por produzir suas peças (como “Freud explica, explica” e “O senhor é quem?”).
A década seguinte no teatro foi marcada por parcerias com o diretor
Domingos de Oliveira. Juntos, fizeram “Escola de mulheres” (1984), "A
morte do caixeiro viajante" (1986) e "Os prazeres da vida segundo Jorge
Dória". Estrelou também “Belas figuras” (1983), de Ziraldo, e “A
presidenta” (1988).
A carreira no cinema foi além de sua estreia em 1947. No ano seguinte,
trabalhou em "Inconfidência mineira", dirigido por Carmen Santos. A
filmografia de Dória tem ainda longas como “O homem do ano” (2003),
“Traição” (1998), “A dama do Cine Shanghai” (1987), “Pedro Mico” (1985),
“O sequestro” (1981), “Perdoa-me por me traíres (1980), “Assim era a
pornanchanchada” (1978), “As secretárias... que fazem de tudo” (1975),
entre outros. Em “A dama do lotação” (1978), viveu Dr. Alexandre, sogro
de Solange (Sônia Braga), casada com Carlos (Nuno Leal Maia).
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