Indeciso sobre licença, Aécio diz que devolverá salários ao Senado
Senador tende a se licenciar, mas PSDB cogita Senado como tribuna da campanha à Presidência
Aécio Neves disse que não vai receber remuneração do Senado durante a campanha eleitoral na disputa à Presidência da República
Adriana Spaca/04.08.2014/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Ainda sem decidir se irá se licenciar do mandato, o senador Aécio
Neves, candidato do PSDB à Presidência, disse nesta segunda-feira (4)
que irá devolver ao Parlamento os salários dos meses em que estiver
fazendo campanha. Atualmente, um senador recebe R$ 26.512,09 por mês.
— Não receberei remuneração do Senado Federal nos meses em agosto e
setembro. Tampouco em julho, já estamos providenciando a devolução desse
dinheiro.
Há uma discussão na executiva tucana sobre as vantagens de usar a
tribuna do Senado como alternativa de espaço para que Aécio se posicione
sobre determinados temas.
"CPI da CPI"
O PSDB apresentará na tarde desta segunda as medidas legais que
pretende tomar para investigar a denúncia da revista Veja de que
integrantes da CPI da Petrobras passaram aos investigados as questões
que lhes seriam aplicadas na acariação.
Líder do PSDB no Senado, o candidato a vice na chapa de Aécio, Aloysio Nunes (SP), disse que seria inefetiva uma CPI da CPI.
— Aí vira uma roda sem fim. Essa é a prática desse governo. Começa
cometendo atentados contra o Congresso, o maior exemplo é o mensalão, e
parece que pegou o hábito.
Nunes disse que irá acionar a PGR (Procuradoria Geral da República), os
órgãos de controle da Presidência e do Senado e que pedirá o
afastamento do relator da CPI, José Pimentel (PT), envolvido nas
denúncias.
— Não estou prejulgando ninguém. Mas as denúncias são graves e os indícios fortes.
Denúncias contra CPI da Petrobras devem ser respondidas pelo Congresso, diz Dilma
Dilma: Congresso deve responder questão da CPI da Petrobras
Hélvio Romero/04.08.2014/Estadão Conteúdo
A presidente Dilma Rousseff evitou comentar, nesta segunda-feira (4),
as denúncias contra a CPI da Petrobras publicadas no fim de semana pela
revista Veja. Ao ser questionada sobre o assunto durante visita a uma
UBS (Unidade Básica de Saúde) em Guarulhos, na Grande São Paulo, ela fez
uma curta declaração.
— Isso é uma questão que deve ser respondida pelo Congresso.
Segundo a matéria, lideranças do PT no Senado passaram com antecedência
aos investigados as perguntas que seriam feitas durante a CPI. A
investigação foi aberta para apurar suspeitas de superfaturamento e
desvio de recursos na Petrobras.
Sobre a representação que os tucanos pretendem abrir no Conselho de Ética
do Senado para que as denúncias sejam apuradas, Dilma se limitou a
dizer que "o PSDB entra com as representações que quiser em Brasília".
Mais Médicos
A UBS visitada pela presidente, no Jardim Jacy, é atendida pelo
programa Mais Médicos, uma das bandeiras da campanha de Dilma à
reeleição. Ela voltou a destacar que São Paulo foi o Estado que mais
demandou profissionais ao programa e que 100% dos pedidos dos municípios
cadastrados foram atendidos.
— Muita gente pensa que o Mais Médicos foi feito para atender as
regiões mais distantes deste País [...] Ele foi feito para atender as
áreas mais isoladas, mas a principal demanda vem das cidades mais
populosas. São Paulo foi o Estado que mais demandou médicos ao programa.
Acusada pelo seu principal adversário na disputa ao Planalto, Aécio
Neves (PSDB), de ter dificuldades de se apresentar ao povo e privilegiar
agendas em locais fechados, Dilma se despediu após uma curta conversa
com a imprensa para ir até o grupo de pessoas que a chamava no pátio da
UBS.
— Agora vocês me desculpem, mas eu vou lá atender as pessoas. Se eu não
for, nós vamos ter mais um problema para eu responder aqui.
Em seguida, a candidata foi até o grupo, sempre cercada por seguranças e
assessores, abraçou algumas crianças e tirou fotos. Em menos de 10
minutos, estava no carro pronta para ir embora.
Os portões da unidade foram fechados durante a visita e só pode entrar
quem tinha consulta marcada. O acesso dos jornalistas ao interior do
prédio foi controlado e a entrevista coletiva aconteceu no pátio da UBS.
A assessoria do comitê de Dilma afirmou que se tratou de uma agenda de
"presidenta e de candidata".
Padilha
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, também esteve em uma a UBS (Unidade Básica de Saúde) da Grande São Paulo
nesta segunda-feira. Em uma visita menos formal que a da presidente,
ele usou um avental médico e conversou com funcionários e pacientes,
acompanhado pela imprensa.
Na unidade, que fica no Jardim Munhoz Junior, em Osasco, o candidato
prometeu que, se eleito, vai implantar o programa Mais Médicos no Estado
de São Paulo, inspirado no programa do governo federal.
— Vou implementar o Mais Médicos integralmente aqui no Estado de São
Paulo através do Mais Médicos Paulista, que vai ter apoio do governo do
Estado para criar pelo menos 16 novas faculdades de medicina no Estado
de São Paulo.
Com discurso afinado a jovens, Campos volta a prometer escola em tempo integral
Campos e Marina durante encontro com jovens em São Paulo
Diego Junqueira/R7
O candidato à Presidência da República Eduardo Campos, do PSB, voltou a
repetir nesta segunda-feira (4), durante encontro com jovens em São
Paulo, duas promessas para a educação brasileira: escola em tempo
integral e passe livre para estudantes.
Campos e a ex-senadora Marina Silva, candidata à vice em sua chapa, se
encontraram hoje com cerca de 150 membros da juventude do PSB e dos
outros partidos que fazem parte de sua coligação: PPS, PPL e PRP. Eles
receberam a chamada Carta das Juventudes, com propostas para um eventual
mandato de Campos à frente do Palácio do Planalto.
Entre as propostas apresentadas estão a inclusão digital, o combate ao
desmatamento, o desenvolvimento sustentável, educação púbica de
qualidade, além de políticas voltadas para minorias como jovens negros,
população indígena, grupos LGBT, etc.
Apresentada como “mantenedora da utopia das juventudes”, Marina se
disse “emocionada” com a carta dos jovens, lida em voz alta para os
candidatos.
— Esse é o momento de fazer política com propostas, ideias e generosidade.
Já Campos insistiu que é preciso “inverter prioridades” ao tratar da
educação no País. Duas vezes governador de Pernambuco, o presidenciável
elencou medidas de seus mandatos para sustentar suas propostas.
— Fiz o maior conjunto de escolas em tempo integral desse País.
Marina, que se definiu como um “milagre da educação”, afirmou que sua
chapa representa uma oportunidade para eleger um presidente “a partir de
um programa de governo”.
— Já tivemos um presidente eleito fazendo um apelo aos brasileiros para
que o ajudasse a estabilizar a inflação. Teve outro presidente que foi
eleito escrevendo uma carta para os brasileiros pedindo um voto de
confiança para o ajudar a promover o desenvolvimento (..) Agora queremos
ganhar a eleição com a carta dos brasileiros.
Ataques
Em meio a elogios à juventude brasileira, o encontro na capital
paulista manteve o tom das últimas semanas, com ataques aos dois
principais adversários na corrida ao Planalto.
Antes de ser perguntado de onde viria o dinheiro para financiar suas
propostas, Campos se antecipou e disse que “tem que ter dinheiro” para o
que chama de “inversão de prioridades”.
— Teve dinheiro para ajudar os bancos no governo do PSDB. Tem dinheiro
pra aumentar os juros [no governo do PT]. Então tem que ter dinheiro
para mudar as prioridades.
Segundo Campos, “nossos adversários já tiveram 20 anos no governo, e já fizeram tudo o que poderiam fazer”.
Para reverter rejeição, Padilha aposta em corpo a corpo ao lado de nomes conhecidos do partido
Lula, Marta Suplicy, Fernando Haddad e Eduardo Suplicy já participaram de agendas
Alexandre Padilha esteve em Osasco nesta segunda-feira
Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo/04.08.2014
Alexandre Padilha (PT), candidato ao governo de São Paulo, tem duas
estratégias para tentar reverter a rejeição dos eleitores e a baixa
intenção de votos no Estado. Em visita a UBS
(Unidade Básica de Saúde) de Jardim Munhoz Júnior, em Osasco, nesta
segunda-feira (4), Padilha declarou que irá investir em campanha na rua e
na presença de outros políticos do PT.
— Vamos fazer aquilo que só o PT, só os aliados da Dilma, só os aliados
do presidente Lula, só quem foi ministro de Lula e Dilma como eu
podemos fazer que é campanha na rua. Vamos aliar estudos e projetos
técnicos com forte atividade de campanha nas ruas com a nossa militância
mostrando que temos a capacidade de construir uma mudança de verdade do
Estado de são Paulo.
A figura da presidente Dilma terá papel importante na campanha de Padilha.
— Tenho orgulho de ter sido ministro da presidenta Dilma, de ter sido
ministro do Lula e tenho orgulho de defender o governo da presidenta
aqui no estado de São Paulo. Eu não escondo a presidente de nada. Vamos
mostrar que o Mais Médicos foi implementado com parceria da presidenta
Dilma, que essa nova unidade básica [de saúde] equipada foi feita
enquanto eu era ministro da Dilma. Nós vamos mostrar o que a presidenta
Dilma fez no nosso Estado de são Paulo.
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