quarta-feira, 13 de abril de 2016

POLÍTICA!!!

Ministros avaliam que batalha do impeachment está virtualmente perdida

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Ministros do núcleo mais próximo de Dilma Rousseff avaliavam nesta terça-feira (12) que a batalha do impeachment está virtualmente perdida. Nem todos jogaram definitivamente a toalha, mas há consenso de que o governo passa por seu pior momento.
PÊNALTI
Uma das comparações feitas numa conversa entre um dos ministros e um integrante do PT era a de que o governo está perdendo o jogo nos últimos minutos do segundo tempo. Resta apostar num milagre nos segundos finais.

TABELA
Na contabilidade que o governo e cientistas políticos que ajudam Dilma faziam ontem, ela contaria agora com no máximo 148 votos (8 do PSD, 3 do PSB, 17 do PR, 9 do PP, 5 do PTB, um do PFL, um do PEN, um do PT do B, dois da Rede, um do Pros, 6 do PTN, 2 do PHS, 10 do PC do B, 61 do PT, 6 do Psol e 15 do PDT). Faltariam 23 para barrar o impedimento.

MILHO
Depois da debandada do PP, do PR e da maior parte do PSD, restaria ao governo fazer um corpo a corpo, deputado por deputado, no varejo do Congresso para conseguir os 23 votos que derrotariam o impeachment.

BALANÇA
Os aliados de Dilma no PMDB diziam o seguinte: se o governo conseguir mostrar, até o domingo, que tem alguma chance de ganhar, seria possível angariar 20 votos para ela dentro da legenda. Caso contrário, só dez, estourando.

CESTO VAZIO
Na contabilidade do governo, nenhum deputado do PSD ligado ao ministro Gilberto Kassab votará a favor de Dilma. Os parlamentares da legenda que ainda podem apoiá-la são, em sua maioria, da Bahia e do Ceará, cujos governadores são contra o impeachment.

MEMÓRIA
No começo do governo, Dilma e o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, decidiram ceder amplo espaço a Kassab no governo pensando que ele seria um aliado eficiente e fiel à presidente. A ideia era fazer um contraponto ao PMDB.

NA CARA
A decisão do deputado Maurício Quintella (PR-AL) de sair da liderança de seu partido e declarar apoio ao impeachment foi a senha para que o governo entendesse que estava aberta a porteira para a debandada das legendas que tinham prometido apoiá-la. Quintella é um dos melhores amigos de Ciro Nogueira, presidente do PP, que um dia depois seguiu o mesmo caminho.

NO PAPO
Tanto Quintella quanto Ciro Nogueira conversaram com o vice-presidente Michel Temer antes do abandonar o barco de Dilma.





DEM usa publicidade na TV para pregar impeachment e saudar o ‘novo governo’

Josias de Souza
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Beneficiado por uma coincidência de calendário, o DEM exibirá sua propaganda partidária na noite desta quinta-feira (13), a 72 horas da votação do pedido de impeachment na Câmara. A peça tem dez minutos, dos quais 60% são dedicados a pregar a deposição de Dilma Rousseff e a saudar, por assim dizer, a chegada de um “novo governo”. Sem mencionar o nome do vice-presidente Michel Temer, o DEM praticamente se oferece para participar de um ainda hipotético governo do PMDB.
“Os brasileiros gritam: fora Lula, fora Dilma, porque sabem que nada de bom vai acontecer enquanto o país não tiver um novo governo”, declara o presidente do DEM, senador José Agripino Maia, no final do comercial. “O Brasil merece e exige o recomeço. E o DEM está pronto para ajudar, com ideias e propostas, a construir um novo caminho para o nosso Brasil.”
A veiculação da propaganda do DEM foi agendada na Justiça Eleitoral em dezembro do ano passado. Por mero capricho do tempo, calhou de ir ao ar às vésperas do impeachment de Dilma. E a legenda, velha rival do petismo, cuidou de converter a coincidência numa oportunidade a ser aproveitada.
O comercial abre com cenas gravadas em protestos contra o governo e o PT. Ouvem-se os bordões “fora, Dilma” e “fora, PT”. Surge na tela a inscrição: “Impeachment já”. E Agripino, manuseando uma metafórica pá de cal: “O governo do PT acabou. […] É hora de um novo começo para o Brasil.”
Todas as líderanças escaladas para falar na propaganda endereçaram coroas de flores para o Planalto. “…Não temos mais tempo a perder. É preciso agir rápido para mudar o rumo e começar a construir um novo Brasil”, diz, por exemplo, Pauderney Avelino, líder na Câmara. “…Somente um novo governo, com força política e credibilidade será capaz de tirar o Brasil desta crise”, ecoa Ronaldo Caiado, líder no Senado.
“Precisamos reconstruir a Petrobras e o setor elétrico, e garantir que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça continuem fazendo o seu trabalho, doa quem doer”, afirmou Mendonça Filho, líder da oposição na Câmara, tocando num tema que nem Michel Temer se animou a abordar no discurso antecipado de posse que “vazou” para correligionários.
Suprema ironia: no epílogo do governo de Fernando Collor, em 1992, o presidente reformou seu ministério para tentar salvar o mandato. Vivia às turras com o Congresso. E, sentindo que o chão lhe fugia dos pés, atraiu para a coordenação política do governo o ex-senador catarinense Jorge Bornhausen, do então PFL, hoje rebatizado de DEM. Era tarde demais. Derretido, o governo Collor escoava pelo ladrão. O vice-presidente Itamar Franco, tratado por Collor a pontapés, já havia inaugurado a temporada de conversas com a oposição.
Hoje, o ministro sem pasta Lula, tenta providenciar para Dilma o socorro que Bornhausen, velho desafeto do petismo, não conseguiu prover para Collor. A diferença é que agora o DEM está do outro lado do balcão, articulando a favor do impeachment.
Dilma, Lula e o PT só não apanharam durante os dez minutos de duração da propaganda do DEM porque a legenda dedicou cerca de quatro minutos para trombetear a gestão de ACM Neto na prefeitura de Salvador. Ele é candidato à reeleição. Em 2018, deve disputar o governo da Bahia em coligação com o PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Michel Temer.

Gim Argello e mais dois presos da Lava Jato devem fazer exame no IML

Os três foram detidos na 28ª fase da operação, deflagrada na terça (12). 
Atual fase investiga cobrança de propinas e mira as empreiteiras OAS e UTC.

Adriana JustiDo G1 PR
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deixa sua residência no Lago Sul por volta das 9h20, levado por agentes da Polícia Federal para a Superintendência da PF em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso na 28ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), o assessor Paulo Cesar Roxo Ramos e o secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal Valério Neves Campos, que foram presos na 28ª fase da Operação Lava Jato, devem fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (13), em Curitiba.
Os três estão detidos na carceragem da Polícia Federal (PF) desde a tarde de terça-feira (12). O exame é procedimento padrão após a prisão. Gim foi preso preventivamente e ficará detido por tempo indeterminado. Já a prisão de Ramos e Campos, que é temporária, vence no sábado (16). Depois disso, caso as autoridades achem necessário, poderão prorrogar as prisões por mais cinco dias ou convertê-las para preventivas.
A atual fase da operação foi batizada de "Vitória de Pirro" e investiga a cobrança de propinas para evitar convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras em 2014 e 2015. Gim, à época, era membro da CPI no Senado e vice-presidente da CPMI, da Câmara e do Senado. Ele foi senador entre 2007 e 2015. O nome da operação significa uma vitória obtida a alto custo.
O nome de Gim Argello pareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. OMinistério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações aparentemente legais "já existe e há muito tempo".
Os investigadores dizem que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação "União e Força", pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
Já Paulo Cesar Roxo Ramos e Valério Neves Campos tinham papel fundamental no esquema, segundo o MPF.
"Ambos atuavam como operadores de Gim Argello na negociação e no recebimento de propinas dissimuladas que foram pagas pela UTC. No caso, os representantes deslocaram-se, por diversas vezes, de Brasília para São Paulo, para fazer reuniões na sede da UTC com o fim de apontar a forma pela qual a propina destinada a Gim Argello deveria ser paga", disseram os procuradores em documento que fundamentou a 28ª fase.
O juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 5,35 milhões do ex-senador Argello e do mesmo valor para o assessor Paulo Cesar Roxo Ramos.
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Projeto: alcoólico'
Em despacho, o juiz Sérgio Moro autorizou, a pedido do MPF, a quebra do sigilo de dados telefônicos de Gim Argello e de Paulo Roxo.

"A quebra do sigilo de dados telefônicos revelou que Ricardo Ribeiro Pessoa contatou, no dia 28/05/2014, por volta das 15:13, o então Senador Gim Argello por telefone. Trata-se da mesma data de instalação da aludida Comissão Parlamentar Mista de Inquérito", argumentou Moro.
O juiz também afirmou que foi identificada uma anotação em uma agenda apreendida com Ricardo Pessoa de um encontro com Gim na casa do ex-senador.
Mensagens trocadas entre executivos da empreiteira OAS, sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), mostram apelidos e códigos que eram usados para tratar da propina ao político. Em uma das mensagens, de maio de 2015, Léo Pinheiro diz que precisa atender uma doação de R$ 350 mil para a Paróquia São Pedro, em Taguatinga, reduto eleitoral do ex-senador. O empresário diz que a mensagem faz parte do "projeto: alcoólico", uma referência a Gim, segundo os investigadores.
Esse custo foi suportado pelos contratos da OAS junto à Refinaria do Nordeste Abreu e Lima, daPetrobras, afirmou o juiz Sérgio Moro.
Outro lado
O advogado do ex-senador Gim Argello, Marcelo Bessa, disse que ainda não teve acesso ao processo e que, por isso, não vai se pronunciar.

Em nota, a OAS informou que "estão sendo prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em sua sede em São Paulo, na manhã desta terça-feira. A empresa reforça que está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações".
Procurada pelo G1, a UTC Engenharia afirmou que "a empresa não comenta investigações em andamento".


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