segunda-feira, 30 de maio de 2016

ATUALIDADES!!!

"O delegado queria colocar a culpa em mim", diz vítima de estupro coletivo 

Do UOL, em São Paulo
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  • Avener Prado/Folhapress
    Manifestações aconteceram em todo o país, após a divulgação de casos de estupro coletivo no Rio de Janeiro
    Manifestações aconteceram em todo o país, após a divulgação de casos de estupro coletivo no Rio de Janeiro
Em entrevista veiculada na noite deste domingo (29) pelo programa "Domingo Espetacular, da TV Record, a adolescente vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro criticou o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI), que foi retirado da investigação pelo comando da Polícia Civil.
"Foi horrível [prestar depoimentos] porque eles me culparam por uma coisa que eu não fiz. Ficaram perguntando porque eu estava lá, se eu tinha envolvimento, se já tinha feito sexo grupal. O delegado estava querendo me botar de culpada de todas as formas. Aí, eu parei de responder às perguntas, porque eu não era obrigada", disse a vítima sobre os três primeiros depoimentos que prestou à polícia.
Os interrogatórios foram comandados por Thiers. Em outra entrevista, ao "Fantástico", da TV Globo, a adolescente reclamou da forma como o delegado iniciou o interrogatório. "Ele chegou dizendo 'Me conta aí', sem nem perguntar como eu estava, se estava bem", disse ela. 
Neste domingo, a adolescente entrou para a guarda do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. Ela e a família deixaram a casa onde viviam na zona oeste do Rio. Eles também dispensaram os trabalhos da advogada Eloísa Santiago, que até então defendia a adolescente.
Nenhum suspeito permaneceu detido desde a divulgação nas redes sociais do vídeo em ela aparece sofrendo o abuso, nua e desacordada, na última quarta (25).

"Não acredito na Justiça" 

A adolescente de 16 anos disse ainda não acreditar na Justiça. "Eu acredito na Justiça de Deus, que tarda, mas não falha".
Em outro trecho da entrevista, a jovem declarou que os homens que participaram do estupro coletivo não atenderam aos apelos dela para que parassem. "Eles continuavam tendo relações comigo, mesmo eu gritando e chorando". Ela voltou a afirmar que estava dopada, e ao acordar não reconheceu a casa, onde o crime foi cometido. 
"Todos os dias quando eu acordo eu me sinto culpada. Eu me sinto culpada por usar um short curto", disse a adolescente quando foi questionada sobre seus sentimentos em relação ao fato. Ela voltou a agradecer às mensagens de apoio que recebeu de milhares de pessoas, por meio das redes sociais. "Eu quero ajudar o máximo de pessoas que eu puder. Mas para aonde eu vou, o que vou fazer da minha vida, eu não sei."
Ao "Fantástico", ao ser perguntada sobre o que ela deseja que aconteça com os estupradores, a jovem é enfática: "Desejo uma filha mulher a eles". 

Troca de comando

DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) assumiu a coordenação das investigações do estupro coletivo, ocorrido na semana passada no Rio de Janeiro, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
"A medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho", explica o comunicado da Polícia Civil.
A investigação passa a ser conduzida pela delegada Cristiana Bento, no lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI).
A investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado em redes sociais na terça (24). O caso gerou protestos de rua e nas redes sociais no Brasil e no mundo.

Após pressão, Delegacia da Criança assume investigação sobre estupro coletivo no Rio

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  • Pedro Ivo Almeida/UOL
    A advogada que defendia a adolescente pediu a substituição do delegado Alessandro Thiers (à esq.)
    A advogada que defendia a adolescente pediu a substituição do delegado Alessandro Thiers (à esq.)
A DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) assumiu a coordenação das investigações do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, ocorrido na semana passada no Rio de Janeiro, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
"A medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho", explica o comunicado da Polícia Civil.
A investigação passa a ser conduzida pela delegada Cristiana Bento, no lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI).
A mudança atendeu ao pedido da até então advogada da vítima, Eloísa Samy, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na sexta-feira (27). Na noite deste domingo, a família dispensou o trabalho dela.
Agora as investigações sobre o estupro serão desmembradas. Thiers cuidará apenas das investigações relativas ao vazamento do vídeo divulgado na internet.
"A Delegada Cristiana está analisando as provas colhidas até o momento no inquérito policial, incluindo depoimentos e outras diligências realizadas pela Polícia Civil, definindo os próximos passos da investigação", informa a polícia, no comunicado. Cristiana já acompanhava o caso, mas não era a responsável direta pela investigação.

Rixa antiga

Segundo a Folha de S. Pauloa ex-advogada da adolescente e Thiers já haviam sido antagonistas em 2014, quando ela defendia manifestantes acusados de atos violentos durante os protestos populares.
No início da manhã, sob o título de Vitória das Mulheres, Eloísa chegou a comemorar a troca da coordenação das investigações na internet.

Família de adolescente vítima de estupro coletivo dispensa advogada
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Do Rio de Janeiro
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  • Wilton Junior/Estadão Conteúdo
    A Polícia fez uma operação no sábado para deter suspeitos do crime em morro do Rio
    A Polícia fez uma operação no sábado para deter suspeitos do crime em morro do Rio
A família da jovem de 16 anos violentada no Morro da Barão, zona oeste do Rio, decidiu dispensar a advogada Eloísa Samy Santiago, que defendia a adolescente no caso. Eloísa foi informada da decisão pela avó da adolescente, numa mensagem de áudio via celular, informou a advogada na noite deste domingo.
Segundo Eloísa, a família também informou que aderiu ao Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal.
Ao jornal "O Estado de S. Paulo", a advogada se disse "aliviada" com a decisão da família, porque estava conduzindo o trabalho sozinha, e demonstrou confiança nos órgãos do Estado, como o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Defensoria Pública. "A Defensoria tem os melhores advogados do País", disse Eloísa, elogiando, sobretudo, os profissionais que trabalham com direitos humanos.
Mesmo fora do caso, a advogada comemorou a decisão deste domingo da Polícia Civil de passar a coordenação da investigação sobre o crime para a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), que estava à frente do caso, ficará com a apuração da divulgação de imagens do crime nas redes sociais.
No sábado, Eloísa encaminhou ao MP-RJ e à Justiça quatro pedidos em relação ao inquérito. A promotoria concordou com três pleitos, incluindo o desmembramento da investigação e o pedido de investigação da conduta do delegado titular da DRCI, Alessandro Thiers.
Eloísa argumentou que a DRCI não deu o tratamento adequado ao crime de estupro e concentrou-se na investigação da publicação das imagens. Apontou também suposta atitude imprópria de Thiers durante depoimentos da vítima. Para a advogada, a adolescente foi constrangida e o delegado não respeitou a condição de vítima de violência sexual. Nos depoimentos, a jovem disse ter sido dopada e atacada por 33 homens armados.
A promotoria entendeu também que a jovem deve ser protegida por medida cautelar da Justiça, nos moldes da Lei Maria da Penha, que pode proibir que suspeitos se aproximem ou mantenham contato com vítimas. A advogada relatou que um dos suspeitos do crime tem tentado intimidar a jovem.


Temer está consternado com estupro de adolescente e prepara medidas, diz Rosso
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De Brasília
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O presidente em exercício, Michel Temer, está "consternado" com o estupro coletivo sofrido por uma menor, de 16 anos, no Rio de Janeiro, e acompanha de perto o caso, juntamente com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.
A afirmação foi dada pelo deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que se encontrou com Temer, no Jaburu, no início da tarde. Segundo o parlamentar, o presidente em exercício fez um comentário rápido sobre o assunto e reafirmou a intenção do governo de anunciar um conjunto de ações no início da próxima semana.
Rosso afirmou que Temer não entrou em detalhes sobre quais seriam essas medidas, mas que seriam ações voltadas para a defesa da mulher.
Na última sexta-feira (27), o governo anunciou que o ministro da Justiça convocou para a próxima terça (31) uma reunião com os secretários de Segurança Pública de todo o País para tomar medidas efetivas de combate à violência contra a mulher.
Além disso, o presidente em exercício falou sobre a intenção de criar um departamento da Polícia Federal assim como a delegacia da mulher que criou na Secretaria de Segurança Pública do governo Montoro, em São Paulo. A ideia é que esse departamento coordene ações em todo o País.

Questões econômicas

No encontro com Rosso, Temer ainda se mostrou preocupado com questões econômicas, como o desemprego e o rombo nas contas públicas, segundo relato do deputado. Além disso, de acordo com Rosso, Temer considera fundamental a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU).

Defesa de vítima de estupro no Rio tem reunião com MP

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  • Divulgação/Polícia Civil do Rio
    Polícia apreendeu roupas e objetos na casa onde teria ocorrido estupro coletivo
    Polícia apreendeu roupas e objetos na casa onde teria ocorrido estupro coletivo
A defesa da jovem de 16 anos vítima de estupro coletivo na zona oeste do Rio teve uma reunião na noite deste sábado com representantes da Coordenadoria de Direitos Humanos e das Promotorias de Justiça de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ). Segundo o coordenador de Direitos Humanos do MP-RJ, Márcio Mothé, os pleitos apresentados pela advogada Eloísa Samy Santiago serão encaminhados pelo promotor responsável pelo caso, Márcio Nobre.
Nobre é o responsável pelos casos relacionados à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que cuida do caso de estupro porque filmagens do crime caíram na internet. Em entrevista ao RJTV, da TV Globo, Nobre ressaltou que o comportamento da vítima não tem influencia sobre a apuração da ocorrência de estupro e que a simples divulgação de vídeos já configura crime.
Em entrevista ao Estado, Mothé evitou fazer comentários sobre a conduta da polícia no caso, embora tenha admitido que a defesa estava indignada "com razão". "O estupro é um crime absurdo, hediondo, com pena muito maior do que a divulgação (dos vídeos)", afirmou Mothé, ressaltando que falava em caráter "genérico" e pessoal, não em nome do MP-RJ.
Segundo o procurador, a advogada Eloísa reclamou que a investigação da DRCI não está dando a devida atenção ao crime de estupro, focando-se com mais atenção na questão da divulgação dos vídeos. Mais cedo, ao Estado, Eloísa afirmou que o delegado Alessandro Thiers, titular da DRCI, está criminalizando a adolescente. "Ele perguntou à vítima se ela tinha por hábito participar de sexo em grupo", disse.
Em resposta, a Polícia Civil afirmou em nota que "a investigação é conduzida de forma técnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos". Segundo a polícia, a vítima foi perguntada se conhecia outro vídeo em que ela apareceria tendo relações sexuais com homens, conforme relatara uma testemunha. A polícia também apontou para divergências entre a advogada e a mãe da adolescente.
Segundo Eloísa, após as perguntas consideradas por ela inadequadas, o depoimento foi interrompido, mas a mãe da adolescente passou a responder aos questionamentos do delegado. A advogada contou que, nesse momento, deixou a sala ao lado da vítima, e a mãe depôs separadamente.
A pedido da Polícia Civil, a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ) acompanhará as investigações sobre o estupro.
O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou que representar contra o delegado "faz parte da democracia". "Se a advogada tiver razão, vamos adotar as medidas necessárias", disse Veloso ao RJTV, da TV Globo.
Após a reunião no MP-RJ, Eloísa disse ao Estado que estava confiante de que teria uma resposta do promotor do caso na segunda-feira. No sábado de manhã, a adolescente deixou o apartamento onde mora, em um condomínio de classe média no bairro da Taquara, na zona oeste.
Segundo funcionários do prédio, a jovem foi embora com a mãe, o pai, o irmão mais novo e o filho de 3 anos. A advogada confirmou que a família deixou o apartamento, mas deu informações sobre a localização da família.

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