Foto: Oswaldo Forte
Por: Portal ORM com informações da Agência Belém25 de Setembro de 2017 às 23:21Atualizado em 25 de Setembro de 2017 às 23:21
Até o final desta semana a Prefeitura de Belém vai publicar um decreto municipal que institui o projeto “Calçadas Paraenses”. O anúncio da implementação desse projeto foi feito pelo prefeito Zenaldo Coutinho na última quinta-feira, 21, durante a abertura do evento Belém Design Zones (BDZ).
O projeto “Calçadas Paraenses” visa a uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Belém e empresários locais para que seja implantada, em ruas da capital paraense, a versão local dos parklets, que são espaços públicos de convivência, dotados de cadeira, poltronas, mesinhas e outros equipamentos, onde as pessoas podem se sentar para conversar e se divertir com os amigos. A ideia é que esses espaços - uma espécie de pracinha - fiquem localizados em frente a estabelecimentos comerciais, que passariam a ser os padrinhos de cada local.
Os parklets, que já existem em várias cidades do mundo, são áreas contíguas às calçadas, onde são construídas estruturas a fim de criar espaços de lazer e convívio onde anteriormente havia vagas de estacionamento de dois carros, e representam uma boa oportunidade para que os empreendedores ocupem pontos da cidade com talento e criatividade.
O primeiro parklet foi instalado em São Francisco, nos Estados Unidos, em 2005, mas só chegou ao Brasil oito anos depois, precisamente em São Paulo (SP). Esses locais já estão regulamentados ou estão em vias de serem regularizados em muitas cidades do Brasil, como Campo Grande (MT), Recife (PE), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Rio Branco (AC), Sorocaba (SP) e Porto Alegre (RS), e agora chegarão a Belém.
Viabilidade - A proposta do projeto “Calçadas Paraenses” partiu da própria Prefeitura de Belém, buscando integrar ainda mais os moradores com a promoção do sentimento de pertencimento por toda cidade. “O decreto do projeto ‘Calçadas Paraenses’ já está assinado e será publicado em breve, juntamente com um manual, no qual constarão as regras de uso desses locais”, adiantou João Cláudio Klautau, presidente da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem).
As Secretarias Municipais de Urbanismo (Seurb) e de Meio Ambiente (Semma), além da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e a Codem, são as instituições por meio das quais a Prefeitura de Belém vai implementar o projeto.
“Após a publicação do projeto, já poderemos receber as propostas dos empresários para a implementação dos parklets. No manual vão constar regras sobre as dimensões dos locais, placas indicativas a que se destina o parklet, quem pode usá-lo, tempo em que ficará instalado, entre outros (dados). O custo da instalação é todo dos empresários, e à Prefeitura caberá analisar o projeto, deliberar e aprovar sobre a implantação, especialmente na questão do trânsito, visto que esses locais não podem interferir, nem prejudicar o fluxo dos carros. A Prefeitura dará suporte completo ao projeto de instalação desses locais, por meio de suas entidades”, explica João Cláudio.
Instalação - O empresário Bernard Cunha Rodrigues aproveitou a realização do BDZ em Belém, no último final de semana, e junto com os sócios dele fizeram a experiência de instalar um parklet, durante os quatro dias do evento, em frente à loja deles, na Avenida Braz de Aguiar, cujo retorno foi o melhor possível. “O público respondeu muito positivamente à instalação do parklet e nos pediram para que ele fosse mantido. Não só o público apoiou, como também empresários que têm lojas próximas à nossa. E três deles já manifestaram vontade de colaborar numa futura instalação permanente do parklet”, informou o empresário.
Rodrigues adianta que, após a futura implantação do parklet, ele e os sócios levarão adiante o projeto “Laboratório da Cidade”, que consiste, entre outras iniciativas, na instalação nesse local de 29 sensores que vão poder levantar e coletar dados sobre temperatura, número de pessoas que passam pelo local, nível de poluição e outros. “De posse desses dados, poderemos ajudar a Prefeitura de Belém a pensar melhor a forma como as pessoas se relacionam com a cidade”, disse o empresário.
O parklet montado na Avenida Braz de Aguiar utilizou o material conhecido como pallets, que são estrados de madeira usados para movimentação de cargas, na montagem do espaço. Os pallets foram doados aos empresários por uma rede de supermercados de Belém. “Eu gostei muito de ver como eles usaram esse material, e explicaram que isso é uma forma de não prejudicar o meio ambiente. Eu mesmo já vi esse tipo de madeira jogada no lixo e formando entulho. Além disso, muita gente veio aqui para conhecer de perto esse novo local, o que movimentou bastante a rua”, disse o guardador de carros Carlos Adolfo Silva.
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