Jovens se emocionam com idosos
Estudantes da escola barbarense Ulisses de Oliveira Valente descobriram o que
é ser voluntário numa casa de repouso
Alunos visitaram o asilo São Vicente de Paulo, em Santa Bárbara, para abordar
o tema trabalho voluntário
Os estudantes da 7ª série da Escola Estadual Professor Ulisses de Oliveira
Valente, de Santa Bárbara d'Oeste, escolheram o asilo São Vicente de Paulo,
também localizado no município, para abordar o trabalho voluntário. A atividade
fez parte do Projel (Programa Jornal na Escola) deste ano, que traz como tema "O
que é ser voluntário?". Desenvolvido por meio de uma parceria entre Grupo
Liberal e Derame (Diretoria Regional e Ensino de Americana), o programa é
realizado em 76 escolas de Americana, Santa Bárbara d'Oeste e Nova
Odessa.
De acordo com a professora de língua portuguesa Edina Cristina de
Sousa Ignácio, a entidade - fundada em 25 de novembro de 1925 - possui 48
funcionários e 15 voluntários, e atende idosos acima de 60 anos.
"Atualmente são 63 idosos, sendo 33 mulheres e 30 homens, cuja faixa
etária está representada em 80% de idosos entre 80 e 95 anos. Dentre os serviços
oferecidos aos idosos que ali se encontram, estão moradia, cuidados médicos e
fisioterápicos, serviços de enfermagem 24h, assistência social e pedagógica,
como ainda a integração desses idosos à sociedade", explica a
professora.
Segundo Edina, durante a visita os alunos puderam conversar
com os moradores da entidade, além de vivenciar o trabalho dos profissionais e
da equipe de voluntariado. Na ocasião, os estudantes entrevistaram o Vanderlei
Domingues, voluntário do asilo há 12 anos e membro da diretoria. "Ele fez
questão de ressaltar o trabalho do médico da entidade, excelente e
exclusivamente voluntário, e do fisioterapeuta que, além de cumprir sua jornada
de trabalho como funcionário do asilo, também realiza horas de trabalho
voluntário na entidade". "Segundo o senhor Vanderlei, para atender toda a
demanda, atualmente o asilo necessita de aproximadamente 40 voluntários, uma
estimativa observando-se o grau de dependência dos idosos", completa
Edina.
A educadora conta que os estudantes se engajaram com o projeto e,
antes de realizarem a visita, arrecadaram produtos de higiene e doaram para
instituição. "Muitos (alunos) nunca haviam ultrapassado aqueles portões (do
asilo), e nem imaginavam o quanto a presença deles significava para muitos
idosos que ali estavam. Espanto, curiosidade, compaixão e olhos marejados foram
apenas algumas das muitas reações dos alunos observadas por mim. E tenho certeza
que muita coisa mudou a partir daquele momento", declara.
'Trabalho
nos asilos é bonito'
Para os estudantes da escola Professor Ulisses
de Oliveira Valente, a oportunidade de conhecer a instituição evidenciou a
importância do trabalho voluntário. "O trabalho voluntário nos asilos é muito
bonito, pois sem ter parentesco nenhum com esses idosos que ali estão, essas
pessoas se voluntariam para cuidar deles. Acho isso uma demonstração de amor",
afirma Samuel Henrique Mosna, 13 anos. Já a aluna Suyana Raissa da Silva, 12
anos, também verificou a necessidade de haver um maior número de voluntários. "O
serviço voluntário do Asilo São Vicente de Paulo é feito por poucas pessoas, mas
acho que essas pessoas fazem a diferença", enfatiza.
DEFICIÊNCIA. Segundo a professora de língua
portuguesa Edina Cristina de Sousa Ignácio, a entidade passa por uma carência de
recursos financeiros. Dentre algumas prioridades apontadas pela instituição,
estão a necessidade de reforma predial, móveis, utensílios de cozinha e
eletrodomésticos.
