Em Belém,
cerca de 30 mil trabalhadores devem paralisar as atividades hoje, 11 de
julho, no Dia Nacional de Greves, Paralisações e Manifestações. Os
manifestantes pretendem entregar duas cartas de reivindicações
endereçadas ao prefeito Zenaldo Coutinho e ao governador do Estado,
Simão Jatene. Na pauta, saúde, educação e transporte formam o tripé de
exigências.
A concentração da manifestação é às 7h30, em
frente à sede do poder público municipal. O lugar já foi o ponto de
chegada de vários protestos nos últimos tempos, mas hoje deve ser o
marco inicial da caminhada que vai encerrar no Centro Integrado de
Governo (CIG), localizado na avenida Nazaré.
Durante o trajeto Prefeitura de Belém/ CIG,
os manifestantes irão percorrer as avenidas Castilhos França, Presidente
Vargas e Nazaré. Estão previstos atos no Ministério da Fazenda,
Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Banco Central e Sindicato
das Indústrias de Construção de Civil (Sinduscon-PA). São esperados pelo
menos quatro mil trabalhadores da construção civil na caminhada que
pretende levar pelo menos 10 mil às ruas.
Pelo menos 20 sindicatos, associações e
movimentos sociais confirmaram presença na chamada paralisação de 24h.
Entre eles, o Movimento Belém Livre. “A primeira e principal
reivindicação é a redução do preço da passagem e a prerrogativa para
abrir discussão sobre o Passe Livre”, reitera Abel Loureiro, coordenador
geral do CPS- Conlutas, a central sindical que reúne mais de nove
sindicatos.
Esta é a primeira vez na história que o
Brasil se une em uma paralisação nacional. “É um fato inédito. Nunca as
centrais sindicais se juntaram para fazer uma paralisação unificada”,
ressalta Loureiro. A data de hoje foi marcada após reunião com a
presidente Dilma Rousseff, em 23 de junho, e a seguinte perspectiva que
as demandas dos trabalhadores não seriam atendidas.
A paralisação de hoje vem a somar com as
manifestações iniciadas em junho, em São Paulo, incitadas pela redução
no valor da tarifa do transporte público. “Vamos somar às manifestações
espontâneas e explosivas dos jovens que questionaram o problema da
mobilidade urbana, que extrapolou o problema do preço da passagem e
transformou o movimento, envolvendo saúde, educação, saneamento”, frisa o
coordenador que considera essencial a participação dos sindicatos “no
momento em que o país vive”, por fazerem parte dessa realidade atual.
As quatro laudas da carta a ser entregue ao
prefeito deve ser recebida pelo próprio, conforme acreditam os
manifestantes. “Nos informaram que o Zenaldo receberia uma comissão no
gabinete”, afirma Loureiro. Ao entrar em contato com o Governo do
Estado, a informação é que Simão Jatene já estaria com agenda cheia para
hoje. “Caso a carta não seja recebida pelo governador, vai ser
protocolada para que ele tenha acesso a ela depois”.
A manifestação vai ganhar corpo durante o
percurso. O Sindicato dos Bancários do Pará deve aderir ao protesto
quando a caminhada passar pela avenida Presidente Vargas. A previsão é
que o protesto chegue ao CIG entre 12h e 13h. Nacionalmente a
paralisação deve ter apoio dos profissionais de saúde, metroviários,
rodoviários – em alguns estados, no Pará eles não irão aderir,
metalúrgicos, químicos, Correios, bancários, petroleiros e etc.
Trânsito muda hoje desde o Ver-o-Peso até São Brás
As manifestações previstas para hoje, 11,
vão mudar o trânsito em Belém em várias áreas. A Autarquia de Mobilidade
Urbana, em parceria com o Detran, Polícia Militar e Polícia Civil, fará
diversos desvios no tráfego. O primeiro será a partir das 7h30 em
frente à Prefeitura Municipal de Belém. O trânsito na avenida Portugal e
na Boulevard Castilhos França será interrompido, com os veículos sendo
desviados para a avenida Presidente Vargas. Quando a manifestação entrar
na Presidente Vargas será o contrário, com os veículos sendo orientados
a seguir direto pela Boulevard Castilhos França. A orientação é que as
pessoas só se dirijam para a área do Ver-o-Peso se realmente for
necessário.
As outras duas manifestações não divulgaram o
itinerário antecipadamente e, por isso, o fechamento de vias e desvio
de veículos será feito de acordo com os rumos de cada caminhada. “À
medida que o fluxo de pessoas for caminhando vamos fechando as vias e
liberando outras”, disse o agente Panfilio, coordenador de Operações de
Trânsito da AMUB.
(Diário do Pará)