quarta-feira, 13 de abril de 2016

MUNDO!!!

Bancada do PP decide votar a favor do impeachment de Dilma

Presidente do partido, Ciro Nogueira, anunciou desembarque do governo.
Líder do partido havia informado ser, pessoalmente, contra impeachment.

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
A bancada do PP decidiu nesta terça-feira (11), após reunião na Câmara, que votará a favor da continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada pelo líder do partido, Aguinaldo Ribeiro (PB), que já havia informado ser pessoalmente contra o afastamento da petista. Segundo ele, a orientação da liderança na votação em plenário será pela instauração do processo.

O PP vinha demonstrando racha na bancada nas últimas semanas quanto ao processo de impeachment e a cúpula do partido negociava cargos com o governo em troca de apoio. O Planalto chegou a cogitar entregar o Ministério da Saúde à legenda, umas das pastas mais cobiçadas por causa do alto orçamento. No entanto, parcela dos deputados pressionava fortemente por um rompimento. Atualmente, o partido conta com 47 parlamentares em exercício na Câmara.

Também na noite desta terça-feira, a bancada do PRB decidiu que votará a favor do impeachment de Dilma. O partido foi o primeiro a desembarcar do governo, ao devolver o Ministério dos Esportes, que ocupava. De acordo com o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, os 22 deputados federais do partido votarão a favor do impeachment.

A decisão da reunião do PP já havia sido antecipada pelo colunista Gerson Camarotti.  "É uma decisão que sei que é histórica mas que visa a unidade da bancada. Vamos sair para o gabinete do presidente do partido e comunicar que o partido deliberou pelo encaminhamento no plenário do voto sim", anunciou Aguinaldo Ribeiro.

Apesar da decisão, a bancada decidiu que não haverá o chamado "fechamento de questão", quando há punição para os deputados que votarem contra a posição da legenda. No entanto, a orientação favorável ao impeachment pode influenciar deputados indecisos e interrompe eventuais negociações do governo que envolvam distribuição de cargos e ministérios.

"Aqueles  que estão em situação constrangedora ou indecisos vão nos acompanhar. Esperamos 40 votos na bancada", disse o deputado Júlio Lopes (PSB-RJ), um dos principais articuladores da parcela da bancada que defende o impeachment. Segundo ele, a decisão de orientar o voto a favor do afastamento ocorreu por 37 votos a 9, durante a reunião desta terça da bancada.
"Sempre defendíamos o impeachment. Muitos colegas não tomavam uma decisão porque queriam uma decisão partidária", completou o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS).
Desembarque do governo
Após a decisão da bancada do PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PP-PI), anunciou que o partido deixou a base de sustentação da petista e que vai entregar todos os cargos que detém no governo federal.

“É uma decisão que eu não defendia, eu defendia até hoje a permanência do partido na base de sustentação da presidente, mas não me cabe outra alternativa ao partido, como seu presidente, a não ser acatar a decisão”, disse Ciro Nogueira.
O senador também informou que solicitou ao ministro Gilberto Occhi e ao presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Felipe Mendes, que são ligados ao partido, que façam as cartas de demissão dos cargos.
“Eles, prontamente, atenderam para que a gente possa remeter e colocar todos os cargos à disposição da presidente Dilma como gesto de grandeza do partido e também de lealdade. Não vejo como nós podemos permanecer com os cargos do partido”, explicou o presidente do PP.
Questionado se o PP apoiará formalmente o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Ciro Nogueira disse que essa “é a decisão da bancada da Câmara”, mas que não vai punir parlamentares que votarem contra o afastamento da petista.
Voto na comissão
Nesta segunda (10), Aguinaldo Ribeiro liberou os votos da bancada para a votação do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na comissão especial, embora tenha feito um discurso em defesa do arquivamento do pedido de impeachment. Somente Aguinaldo votou na favor de Dilma no colegiado e os outros três deputados do PP integrantes da comissão votaram pela continuidade do processo.


Ele afirmou que o governo Dilma Rousseff “representa uma frustração”, mas ponderou que a Constituição, exige a comprovação de crime de responsabilidade para que haja impeachment.

"Como muitos brasileiros hoje decepcionados , como muitos brasileiros que se sentem enganados, acreditamos que o atual governo seria capaz de conduzir o Brasil a um futuro melhor [...] sendo coerente com aquilo que apregoou durante a campanha eleitoral", disse o líder.

"Politicamente, a presidente tem responsabilidade pela crise. Da mesma forma que receberia os aplausos se estivéssemos vivendo um milagre Podemos, sim, atribuir a culpa individualmente maior pela situação que vivemos hoje a ela para ou bem ou para o mal", afirmou.

“A presidente tem uma parcela de responsabilidade nessa crise atual. Mas a Constituição não prevê cassação por crise de popularidade e sim por crime de reponsabilidade. Podemos não gostar do governo, mas a Constituição não prevê impeachment para expressamos nosso descontentamento com o governo”, ponderou o líder do PP.

Veja íntegra da nota divulgada pelo PP:

O Partido Progressista decidiu, por ampla maioria dos deputados federais, retirar o apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff. 

O presidente do partido, senador Ciro Nogueira, declarou que, apesar de ser contrário ao rompimento e favorável à permanência da Presidente, o movimento foi democrático e, dessa forma, restou à Direção Nacional acatar a decisão da maioria. Dos 42 presentes à reunião, a maioria absoluta dos parlamentares foi favorável à saída da base de apoio. O PP também anuncia que entregará os cargos que ocupa no governo




Casos confirmados de microcefalia chegam a 1.113, diz ministério

Dos 1.113 casos confirmados, 189 tiveram teste positivo para zika.
Desde 22 de outubro, o Brasil já teve 7.015 notificações de microcefalia.

Do G1, em São Paulo
Terapeuta ensina Daniele Santos a fazer a manssagem shantala em seu filho, que nasceu com microcefalia (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker )Terapeuta ensina Daniele Santos, mãe de um bebê com microcefalia, a fazer a manssagem shantala em seu filho (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker )
O número de casos confirmados de microcefalia no Brasil chegou a 1.113. Ao todo, foram 7.015 notificações desde o início das investigações, em 22 de outubro, até 9 de abril. Segundo a pasta, 2.066 casos foram descartados e outros 3.836 casos ainda estão sendo investigados.
Os dados são do boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (12). Dos casos confirmados de microcefalia, 189 tiveram teste positivo para o vírus da zika.
Estados
O estado com maior número de casos confirmados ainda é Pernambuco, com 312 casos, seguido da Bahia, com 203, Paraíba, com 105, e do Rio Grande do Norte, com 85.

Desde 22 de outubro, houve 235 notificações de mortes por microcefalia ou outras alterações no sistema nervoso central durante a gestação ou após o parto. Deste total, 50 óbitos foram confirmados para microcefalia e alterações do sistema nervoso central, 30 foram descartados e 155 continuam sob investigação.
O vírus da zika já circula em todas as unidades da federação, segundo o Ministério da Saúde.

Agencia EFE
13/04/2016 08h02 - Atualizado em 13/04/2016 08h02

Estado australiano de Victoria legaliza uso medicinal de cannabis

Crianças com epilepsia severa terão prioridade. 
Acesso aos remédios acontecerá de maneira gradual.

Da EFE
Cerca de 600 mil italianos já recebem medicamentos feitos a partir da cannabis (Foto: Thinkstock)Crianças terão prioridade no recebimento de medicamentos feitos a partir da cannabis (Foto: Thinkstock)
O parlamento do estado australiano de Victoria, sudeste do país, legalizou o uso medicinal de cannabis e se transformou no primeiro território da Austrália em adotar esta legislação.
A ministra da Saúde do estado Victoria, Jill Hennessy, anunciou que as crianças com epilepsia severa serão os primeiros a ter acesso legalmente a este tipo de assistência a partir de 2017.
"Começaremos com as crianças com epilepsia severa, cujas vidas tiveram uma melhora significativa com o tratamento à base de cannabis, porque frequentemente não chegam à idade adulta", afirmou Hennessy.
"Acredito que agora e a essa idade é injusto e inaceitável pedir a um pai que decida entre obedecer a lei (que proíbe a cannabis) ou atuar conforme os melhores interesses de seus filhos", afirmou a representante estatal.
O acesso aos remédios -aplicados em uma variedade de formas como tinturas, óleos, cápsulas ou vaporizadores- será feita de maneira gradual e também estará disponível de maneira eventual para os cuidados paliativos e pacientes com HIV, informa o canal "ABC".
As autoridades de Victoria começarão em breve com testes de cultivo a pequena escala sob estrita vigilância e criarão um escritório de cannabis medicinal para supervisionar a produção dos remédios, educar médicos e pacientes sobre suas funções e os requisitos para receber os tratamentos.
Além disso, uma entidade independente os assessorará em relação à introdução de cannabis com fins medicinais, que é legal em mais de 21 estados nos Estados Unidos, acrescentou a fonte.
A medida adotada em Victoria segue à decisão do parlamento da Austrália de aprovar em fevereiro o cultivo de cannabis com fins medicinais e científicos.
Outros estados do país podem se unir em breve à decisão adotada por Victoria.
As pesquisas, entre elas os resultados publicados no ano passado no "Journal of the American Medical Association", mostram que a maconha tem efeitos positivos durante o tratamento da dor crônica.
No entanto, existem dúvidas sobre os efeitos secundários e a questão de sua eficácia continua sendo um tema polêmico em nível mundial.

POLÍTICA!!!

Ministros avaliam que batalha do impeachment está virtualmente perdida

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Ministros do núcleo mais próximo de Dilma Rousseff avaliavam nesta terça-feira (12) que a batalha do impeachment está virtualmente perdida. Nem todos jogaram definitivamente a toalha, mas há consenso de que o governo passa por seu pior momento.
PÊNALTI
Uma das comparações feitas numa conversa entre um dos ministros e um integrante do PT era a de que o governo está perdendo o jogo nos últimos minutos do segundo tempo. Resta apostar num milagre nos segundos finais.

TABELA
Na contabilidade que o governo e cientistas políticos que ajudam Dilma faziam ontem, ela contaria agora com no máximo 148 votos (8 do PSD, 3 do PSB, 17 do PR, 9 do PP, 5 do PTB, um do PFL, um do PEN, um do PT do B, dois da Rede, um do Pros, 6 do PTN, 2 do PHS, 10 do PC do B, 61 do PT, 6 do Psol e 15 do PDT). Faltariam 23 para barrar o impedimento.

MILHO
Depois da debandada do PP, do PR e da maior parte do PSD, restaria ao governo fazer um corpo a corpo, deputado por deputado, no varejo do Congresso para conseguir os 23 votos que derrotariam o impeachment.

BALANÇA
Os aliados de Dilma no PMDB diziam o seguinte: se o governo conseguir mostrar, até o domingo, que tem alguma chance de ganhar, seria possível angariar 20 votos para ela dentro da legenda. Caso contrário, só dez, estourando.

CESTO VAZIO
Na contabilidade do governo, nenhum deputado do PSD ligado ao ministro Gilberto Kassab votará a favor de Dilma. Os parlamentares da legenda que ainda podem apoiá-la são, em sua maioria, da Bahia e do Ceará, cujos governadores são contra o impeachment.

MEMÓRIA
No começo do governo, Dilma e o então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, decidiram ceder amplo espaço a Kassab no governo pensando que ele seria um aliado eficiente e fiel à presidente. A ideia era fazer um contraponto ao PMDB.

NA CARA
A decisão do deputado Maurício Quintella (PR-AL) de sair da liderança de seu partido e declarar apoio ao impeachment foi a senha para que o governo entendesse que estava aberta a porteira para a debandada das legendas que tinham prometido apoiá-la. Quintella é um dos melhores amigos de Ciro Nogueira, presidente do PP, que um dia depois seguiu o mesmo caminho.

NO PAPO
Tanto Quintella quanto Ciro Nogueira conversaram com o vice-presidente Michel Temer antes do abandonar o barco de Dilma.





DEM usa publicidade na TV para pregar impeachment e saudar o ‘novo governo’

Josias de Souza
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Beneficiado por uma coincidência de calendário, o DEM exibirá sua propaganda partidária na noite desta quinta-feira (13), a 72 horas da votação do pedido de impeachment na Câmara. A peça tem dez minutos, dos quais 60% são dedicados a pregar a deposição de Dilma Rousseff e a saudar, por assim dizer, a chegada de um “novo governo”. Sem mencionar o nome do vice-presidente Michel Temer, o DEM praticamente se oferece para participar de um ainda hipotético governo do PMDB.
“Os brasileiros gritam: fora Lula, fora Dilma, porque sabem que nada de bom vai acontecer enquanto o país não tiver um novo governo”, declara o presidente do DEM, senador José Agripino Maia, no final do comercial. “O Brasil merece e exige o recomeço. E o DEM está pronto para ajudar, com ideias e propostas, a construir um novo caminho para o nosso Brasil.”
A veiculação da propaganda do DEM foi agendada na Justiça Eleitoral em dezembro do ano passado. Por mero capricho do tempo, calhou de ir ao ar às vésperas do impeachment de Dilma. E a legenda, velha rival do petismo, cuidou de converter a coincidência numa oportunidade a ser aproveitada.
O comercial abre com cenas gravadas em protestos contra o governo e o PT. Ouvem-se os bordões “fora, Dilma” e “fora, PT”. Surge na tela a inscrição: “Impeachment já”. E Agripino, manuseando uma metafórica pá de cal: “O governo do PT acabou. […] É hora de um novo começo para o Brasil.”
Todas as líderanças escaladas para falar na propaganda endereçaram coroas de flores para o Planalto. “…Não temos mais tempo a perder. É preciso agir rápido para mudar o rumo e começar a construir um novo Brasil”, diz, por exemplo, Pauderney Avelino, líder na Câmara. “…Somente um novo governo, com força política e credibilidade será capaz de tirar o Brasil desta crise”, ecoa Ronaldo Caiado, líder no Senado.
“Precisamos reconstruir a Petrobras e o setor elétrico, e garantir que a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça continuem fazendo o seu trabalho, doa quem doer”, afirmou Mendonça Filho, líder da oposição na Câmara, tocando num tema que nem Michel Temer se animou a abordar no discurso antecipado de posse que “vazou” para correligionários.
Suprema ironia: no epílogo do governo de Fernando Collor, em 1992, o presidente reformou seu ministério para tentar salvar o mandato. Vivia às turras com o Congresso. E, sentindo que o chão lhe fugia dos pés, atraiu para a coordenação política do governo o ex-senador catarinense Jorge Bornhausen, do então PFL, hoje rebatizado de DEM. Era tarde demais. Derretido, o governo Collor escoava pelo ladrão. O vice-presidente Itamar Franco, tratado por Collor a pontapés, já havia inaugurado a temporada de conversas com a oposição.
Hoje, o ministro sem pasta Lula, tenta providenciar para Dilma o socorro que Bornhausen, velho desafeto do petismo, não conseguiu prover para Collor. A diferença é que agora o DEM está do outro lado do balcão, articulando a favor do impeachment.
Dilma, Lula e o PT só não apanharam durante os dez minutos de duração da propaganda do DEM porque a legenda dedicou cerca de quatro minutos para trombetear a gestão de ACM Neto na prefeitura de Salvador. Ele é candidato à reeleição. Em 2018, deve disputar o governo da Bahia em coligação com o PMDB do ex-ministro Geddel Vieira Lima, amigo de Michel Temer.

Gim Argello e mais dois presos da Lava Jato devem fazer exame no IML

Os três foram detidos na 28ª fase da operação, deflagrada na terça (12). 
Atual fase investiga cobrança de propinas e mira as empreiteiras OAS e UTC.

Adriana JustiDo G1 PR
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deixa sua residência no Lago Sul por volta das 9h20, levado por agentes da Polícia Federal para a Superintendência da PF em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) foi preso na 28ª fase da Operação Lava Jato (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), o assessor Paulo Cesar Roxo Ramos e o secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal Valério Neves Campos, que foram presos na 28ª fase da Operação Lava Jato, devem fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (13), em Curitiba.
Os três estão detidos na carceragem da Polícia Federal (PF) desde a tarde de terça-feira (12). O exame é procedimento padrão após a prisão. Gim foi preso preventivamente e ficará detido por tempo indeterminado. Já a prisão de Ramos e Campos, que é temporária, vence no sábado (16). Depois disso, caso as autoridades achem necessário, poderão prorrogar as prisões por mais cinco dias ou convertê-las para preventivas.
A atual fase da operação foi batizada de "Vitória de Pirro" e investiga a cobrança de propinas para evitar convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras em 2014 e 2015. Gim, à época, era membro da CPI no Senado e vice-presidente da CPMI, da Câmara e do Senado. Ele foi senador entre 2007 e 2015. O nome da operação significa uma vitória obtida a alto custo.
O nome de Gim Argello pareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. OMinistério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações aparentemente legais "já existe e há muito tempo".
Os investigadores dizem que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos. As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação "União e Força", pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
Já Paulo Cesar Roxo Ramos e Valério Neves Campos tinham papel fundamental no esquema, segundo o MPF.
"Ambos atuavam como operadores de Gim Argello na negociação e no recebimento de propinas dissimuladas que foram pagas pela UTC. No caso, os representantes deslocaram-se, por diversas vezes, de Brasília para São Paulo, para fazer reuniões na sede da UTC com o fim de apontar a forma pela qual a propina destinada a Gim Argello deveria ser paga", disseram os procuradores em documento que fundamentou a 28ª fase.
O juiz Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 5,35 milhões do ex-senador Argello e do mesmo valor para o assessor Paulo Cesar Roxo Ramos.
o
Projeto: alcoólico'
Em despacho, o juiz Sérgio Moro autorizou, a pedido do MPF, a quebra do sigilo de dados telefônicos de Gim Argello e de Paulo Roxo.

"A quebra do sigilo de dados telefônicos revelou que Ricardo Ribeiro Pessoa contatou, no dia 28/05/2014, por volta das 15:13, o então Senador Gim Argello por telefone. Trata-se da mesma data de instalação da aludida Comissão Parlamentar Mista de Inquérito", argumentou Moro.
O juiz também afirmou que foi identificada uma anotação em uma agenda apreendida com Ricardo Pessoa de um encontro com Gim na casa do ex-senador.
Mensagens trocadas entre executivos da empreiteira OAS, sobre o ex-senador Gim Argello (PTB), mostram apelidos e códigos que eram usados para tratar da propina ao político. Em uma das mensagens, de maio de 2015, Léo Pinheiro diz que precisa atender uma doação de R$ 350 mil para a Paróquia São Pedro, em Taguatinga, reduto eleitoral do ex-senador. O empresário diz que a mensagem faz parte do "projeto: alcoólico", uma referência a Gim, segundo os investigadores.
Esse custo foi suportado pelos contratos da OAS junto à Refinaria do Nordeste Abreu e Lima, daPetrobras, afirmou o juiz Sérgio Moro.
Outro lado
O advogado do ex-senador Gim Argello, Marcelo Bessa, disse que ainda não teve acesso ao processo e que, por isso, não vai se pronunciar.

Em nota, a OAS informou que "estão sendo prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em sua sede em São Paulo, na manhã desta terça-feira. A empresa reforça que está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações".
Procurada pelo G1, a UTC Engenharia afirmou que "a empresa não comenta investigações em andamento".