quarta-feira, 17 de abril de 2013


Temperatura em Belém chega a 34 graus com chuva



No sinal vermelho, por entre os carros, os vendedores correm para levar os produtos aos clientes sedentos. Basta um olhar mais atento para perceber braços estendidos pelas janelas e negócios fechados às pressas sob o sol forte. De água a refrigerante, a variedade é grande e as vendas, a cada dia, crescem mais. Passado o período de chuvas intensas dos três primeiros meses do ano, aos poucos, a capital paraense começa a esquentar. Entre a população, a mudança climática não passou despercebida. Para os que fazem da hidratação sua fonte de renda, o tempo é de lucrar.
Da barraca de coco de Anderson da Conceição, 34, localizada na Praça Brasil, saem até 150 frutos por dia. De acordo com ele, a expectativa é de que as vendas melhorem nas próximas semanas. “Realmente, começou a esquentar. Aqui, na praça, a gente ainda tem a vantagem de ser bem arborizado. Mas, quando tu sais da sombra, sentes logo o mormaço. É 100% de calor”, observa.
O motorista Luiz Pereira Ferreira, 53, lembra que o trânsito complicado de Belém fica ainda insuportável se o carro não tiver um opcional que, no clima da capital, se tornou quase item obrigatório. “Motorista dirigindo carro sem ar-condicionado é o mesmo que carpinteiro trabalhando sem fita métrica”, compara.
Carmelito de Souza, 74, há 12 anos empurra seu carrinho de picolé pelas ruas de Belém. O vendedor conta que o movimento está fraco, mas não culpa o clima pelo problema. “Calor é o que não falta, tem até de sobra. O que falta mesmo é o dinheiro no bolso do freguês”, conta rindo. De acordo com seu Carmelito, as vendas costumam aumentar entre as 11h30 e as 13h, período em que a temperatura sobe e os clientes ainda não almoçaram.
O farmacêutico Cesar Nascimento, 34, lembra que as variações bruscas de temperatura e o calor exagerado, além de desconforto, trazem problemas para a saúde. “O que mais tem saído na farmácia, esses tempos, é antigripal e anti-inflamatório. Esse clima quente e úmido acaba contribuindo para aumentar esses casos de viroses”, explica.
Fernando Lopes, 42, perito criminal, diz que prefere o calor ao frio, mas não abre mão de se manter hidratado. “Depois de tantos anos vivendo aqui, a gente acaba se acostumando com o clima quente da região. Eu sempre carrego comigo uma garrafinha de água que deixo no carro”, conta. Para o técnico de enfermagem Expedito Neto, 32, já é possível notar a quebra de alguns padrões no clima da cidade. “A gente percebe que aquela chuva das duas já não vem todo dia. É ela que ainda dá uma amenizada, mas tem dias que nem chove”, nota.
METEOROLOGIA
De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) no Pará, José Raimundo Abreu, os últimos dias foram quentes pela falta de cobertura de nuvens. “Estávamos com temperaturas entre 32ºC e 33°C, mas nos últimos dois dias as temperaturas estiveram acima da média. Chegamos a 34,15°C, a mais alta do mês, porque a cobertura de nuvens foi menor”, explicou.
Mas com o período de chuvas próximo de terminar podemos esperar que o clima continue quente. “Hoje (ontem), a temperatura foi menor, tivemos maior cobertura de nuvens ao meio-dia. Temos observado que raramente, nos últimos anos, a temperatura chega a 35°C, ficamos sempre em 34,15°C no máximo”, informou José Abreu.

(Diário do Pará)

Nenhum comentário:

Postar um comentário