Minério coloca Pará em 8º lugar no país
Domingo, 09/11/2014, 09:47:36 - Atualizado em 09/11/2014, 09:48:37
Setor mineral também alavanca indicador de crescimento na média salarial do trabalhador da indústria (Foto: Agência Vale)
Ocupando
a 12ª colocação entre os 27 Estados brasileiros, incluído aí o
Distrito Federal, no tocante à formação do Produto Interno Bruto (PIB),
o Estado do Pará ganha quatro posições e passa a ocupar o oitavo lugar
quando o parâmetro passa a ser o PIB industrial. Essa variação põe em
relevo, mais uma vez, o peso da atividade mineral na economia do Estado.
Mais que qualquer outro fator, é a grandeza dos números relativos à
indústria de mineração que explica essa singularidade num Estado cujo
processo de industrialização é ainda incipiente.
Esse e outros dados, que fazem uma
radiografia bastante detalhada do setor em todo o Brasil, foram
revelados em estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Intitulado “Perfil da Indústria nos Estados – 2014”, o estudo vai fundo
no detalhamento dos números, compondo um mosaico que retrata com
bastante nitidez a realidade atual da indústria no país. Na pesquisa
aparecem com desconcertante precisão, por exemplo, os números que
atestam a fragilidade da atividade industrial na Região Norte e sua
maciça concentração nas regiões Sudeste e Sul, as mais ricas e
desenvolvidas do Brasil,
Para um PIB nacional de R$ 4,1 trilhões em
2011, base do levantamento feito pelo CNI, o Pará entrou com R$ 88,3
bilhões. O primeiro colocado foi São Paulo, com R$ 1,3 trilhão, vindo a
seguir o Rio de Janeiro (R$ 462,3 bilhões) e Minas Gerais (R$ 386,1
bilhões), além de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Distrito
Federal, Bahia, Goiás, Pernambuco e Espírito Santo. Abaixo do Pará, na
composição do PIB nacional, estão, entre outras unidades, Ceará, Mato
Grosso, Amazonas e Maranhão.
Na composição do PIB industrial, as três
primeiras colocações também pertencem, pela ordem, a São Paulo (R$
304,1 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 120 bilhões) e Minas Gerais (R$
111,3 bilhões). O Pará permanece ainda atrás de Rio Grande do Sul,
Paraná, Santa Catarina e Bahia, mas supera outras quatro unidades para
chegar à oitava posição, ficando à frente do Espírito Santo, Goiás,
Amazonas e Distrito Federal. O PIB industrial paraense, segundo o
levantamento da CNI, foi de R$ 34,3 bilhões em 2011, sendo superado por
pequena margem pelo da Bahia, que foi de R$ 3,6 bilhões.
Quando o cálculo tem como foco a
participação da indústria no PIB dos Estados, o Pará assume a liderança
absoluta do ranking nacional. Aqui, mais uma vez refletindo o peso
avassalador da indústria extrativa mineral, a indústria responde por
38,9% do PIB estadual. O segundo lugar, em termos nacionais, coube ao
nosso vizinho Amazonas, com 34,8% – um claro efeito produzido pelo
pujante distrito industrial da Zona Franca de Manaus.
Em São Paulo, Estado que é considerado –
com razão – a locomotiva econômica do país, a indústria tem uma
participação relativamente modesta (22,5%) na formação do PIB. Os cinco
Estados brasileiros onde a atividade industrial tem menor expressão
econômica são, pela ordem, Distrito Federal (5,6%), Amapá (7,5%),
Roraima (10,5%), Acre (12,3%) e Maranhão (15,6%).
O estudo da CNI mostra ainda um dado triste
da realidade econômica do Pará, que continua sendo basicamente um
exportador de matérias primas. O Estado, que no ano passado exportou
quase US$ 16 bilhões, registra valores pouco expressivos nas vendas
externas de manufaturados e produtos industrializados. Estes últimos
somaram US$ 2,5 bilhões (15,9% do total) em 2011, segundo a CNI,
enquanto os manufaturados ficaram em US$ 1,3 bilhão (8,4%).
SALÁRIOS
Um indicador em que o Pará faz bonito é o
do salário industrial médio. Trabalhando com dados relativos a 2013, o
estudo da Confederação Nacional da Indústria aponta o Pará na quinta
posição em todo o Brasil, com salário médio na indústria de R$
1.968,00. Também aqui, convém destacar, fica nítida a influência das
grandes mineradoras, em especial a Vale, cujo padrão salarial puxa para
cima a média no Estado.
Para que se tenha ideia, nesse indicador o
Pará supera Estados bem mais ricos e desenvolvidos, alguns deles com
alta densidade industrial, mas nos quais as outras atividades
econômicas – como a agropecuária, o comércio e os serviços – são também
suficientemente fortes para estabelecer um relativo equilíbrio na
economia interna. São os casos, por exemplo, do Rio Grande do Sul, onde
o salário médio da indústria fica em R$ 1.858,00, ou ainda de Minas
Gerais (R$ 1.812,00) e mesmo de Santa Catarina (1.702).